Sunday, February 22, 2009

LUANDA - ADEUS SAUDOSISMO, OLÁ FUTURO!

Confesso que já há muito tempo me endava a chatear com as fotografias de Luanda de antes do 25 de Abril.

Até há seis ou sete anos pouco tinha mudado, para além da degradação geral.

Prédios novos quase não havia, prédios deixados por concluir em 1974 continuavam por concluir, com especial destaque para aquele enorme em frente ao Quartel General e para a torre da lagoa do Quinaxixi, transformado em musseque vertical.

Com a morte matada do Savimbi, aqui ao lado com as suas belas cuecas às risquinhas, tudo mudou.

Finalmente!

Com a paz sustentada e permanente, a economia entrou em expansão, o boom na construção tornou-se visível a olho nu, com o Google Earth a mostrar uma baixa, e não só, atulhada de gruas ...e de trânsito.

Outro aspecto muito, muito notório é o da a blogosfera e sitosfera (vale?) tão ricos e variados como em Portugal, com sites institucionais, governamentais, empresariais, privados, pessoais, etc, etc, enriquecidos por sites e blogs de portugueses e brasileiros (na maior parte) que trabalham ou trabalharam em Angola e deixam na net as suas impressões.

Se não tem tido pachorra para os sites habituais dos antigos colonos (ainda colonos em espírito...), onde, a custo, lá vão aparecendo umas fotos novas (à mistura com fotos da "nossa rua", da "nossa casa", da loja do sr Sousa, etc), deixo-lhe aqui uma série de hipóteses de picar nos pontos que lhe apetecer e perceber que a Luanda do "nosso tempo" descolou e, sem "a nossa ajuda", desembestou por aí fora, com empreendimentos de todo o tipo, bairros para a classe média e média alta, centros de negócios, prédios de escritórios e de apartamentos, shoppings, etc, etc.

Para já deixo-vos apenas um cheirinho da Luanda actual.

É só clicar:

Luanda, Mónaco d'Afrique

Luanda actual

Trânsito

o Sinaleiro

Sobreviver no dia a dia

No Roque Santeiro

Belas Shoping

Mosquito Mtower

Predio Cafago

14 comments:

septuagenário said...

Dá a ideia que em Angola, se está a concretizar uma ideia muito arreigada por muitos angolanos, (de algumas cores evidentemente), que diziam no nosso tempo, que se dessemos a independência às colónias fariam novos Brasis.
E, pelo menos em Angola, para o bem ou para o mal, a profecia parece real!
Mas, com "a nossa ajuda", dos brasileiros e dos chineses e americanos e russos...Com a crise nossa, a senha de espera para pedir visto para Luanda, na embaixada em Lisboa, essa senha está em 400 Euros. Esta é noticia de jornal.
Cumprimentos

Marques Correia said...

Caríssimo Septuagenário,

com a devida vénia, espero que os novos Brasis tenham ao menos, algumas correcções - e tê-las-ão, certamente.

O Brasil, país de que gosto muito e onde fico sempre com muito gosto (principalmente no Rio...), é um exemplo extremo da colonização no pior sentido: a população autóctone foi (quase) totalmente dizimada (resta um misero milhão de índios, menos de 1% da população), substituíoa pelos colonos e seus escravos.
Em Angola, ao menos, o colono foi escovado (enfim, ou escovou-se a si próprio...) e a população autóctone ficou com os despojos.
O que se perspectiva agora é que a sociedade se desenvolva, economica e socialmente, que muita riqueza seja produzida, de modo que, depois de rapada a parte de leão pelos que mandam (em Portugal não é assim?!), fique alguma coisa para o maralhal.
Certamente ficará mais do que ficava no tempo do colono (também, não era difícil!)

Anonymous said...

Caríssimo inteligente o pós colono e o após colono é o mesmo, o mesmo tipo de português inteligente que acha que o povo não tem direito a pensar e o pensamento é só para alguns os iluminados. Antes do 25 de Abril os agarrados ao regime que enviaram milhares de portugueses para as colónias, dizendo que ali estava um futuro risonho, os após 25 de Abril que de revolução nada deixou, pois aqueles que a supostamente fizeram, vivem com bons taxos e como já se passaram 30 e tal anos até já estão a arranjar lugar para os filhos. Fique a saber que o 25 de Abril o que nos deu foi uma ditadura democrática em que o pagode vota no PS ou PSD e os outros são o ramalhete para compor o ramo pois estão todos bem. Aqueles que foram para as colónias eram pessoas de trabalho que deixaram boas cidades com qualidade de vida nada trouxeram porque os mamões continuaram a mamar. Por pessoas como você deve ser o único pais que tinha colónias que não soube sair delas, até os ingleses que foram os maiores exploradores, na Rodésia passado 30 anos de domínio branco obrigaram o pais a içar a bandeira inglesa e só depois é que entregaram a ex. colónia, veja a diferença de um pais que entregou as colónias mas soube respeitar os ingleses que por opções politicas viveram nas ditas colónias. Não espie pecados de há 500 anos seja português respeite Angola como pais independente e tenha orgulho nos seus antepassados. Um pais que há 500 anos tinha 1 milhão e pouco de habitantes e meteu-se em aventuras. Se calhar fizeram com que Portugal hoje seja uns pais independente e não sejamos espanhóis. O que deve fazer è hoje no presente respeitar todos os povos, mas ter orgulho nos seus antepassados que bem ou mal mantiveram este pais nestes séculos todos.

Marques Correia said...

Boa anónimo; só falta o Viva Salazar!!!!

Anonymous said...

Fique a saber que sou anti fascista e anti salazar, nunca fui da mocidade portuguesa e ninguem da minha familia teve a minima simpatia por ditadores.O que não sou é bota abaixo so porque é politicamente correcto ou tenho aquela teoria da Extr...esquerda? que devemos falar sempre contra porque assim com persistencia e de tanto ouvir convence.Outra coisa que lhe posso dizer é que penso pela minha cabeça não estou ligado a nenhum partido porque nenhum deles me interessa, e ter orgulho em ser portugues não me faz homem de direita ou fascista, agora o que tambem não sou é Comunista porque entre uns e outros venha o diabo e escolha entre Salazar e Estaline a diferença é pouca.Um mandava-os para o tarrafal o outro mandava-os para a sibéria.Para terminar as boas ideias não são de esquerda e direita são aqueles que ajudam as pessoas a ter cada dia uma vida cada vez melhor.Parece-me que a teoria é quem não está comigo está contra mim.Viva o pensamento livre?????

Marques Correia said...

Diz o meu caro Anónimo que "...são aqueles que ajudam as pessoas a ter cada dia uma vida cada vez melhor".

Boa! É mesmo por também eu pensar assim, mas ver que em 400 anos os nossos antepassados (antigos e recentes, até aos nossos pais)não conseguiram para os naturais das nossas colónias (para os pretos, entenda-se) mais que uma situação generalizada de criados, quase escravos, que eu considero que a nossa obra em África foi em proveito exclusivo dos nossos colonos e só marginalmente foi benéfica para os autóctones.

Um exemplo, quantificável: a taxa de alfabetização em Angola, antes da independência não chegava aos 10% (depois de retirados os 400.000 ou 500.000 brancos); trinta anos depois da independência, a taxa ultrapassa largamente os 50% sendo de perto de 100% para a geração nascida já na independência.

Por que será?!

Anonymous said...

Quanto ao 1º paragrafo só estando nessas épocas poderíamos agora fazer um juízo de valor, isso é história, o momento. As vezes as pessoas para viver tem de andar embaladas no barco ao sabor das ondas e do vento. Quanto ao segundo também não convêm exagerar 100%? , nem em Portugal. De qualquer maneira nas suas fotos por sinal bonitas como Angola é, vê-se uns iatezitos e uns arranha-céus que sem duvida são sinal de uma Angola independente com alguns projectos (para os espaços) desenterrados dos arquivos da antiga câmara municipal que, à riqueza que Angola têm não será difícil,se tudo correr bem na transição de poder que, quer se queira quer não, terá de acontecer, nada é eterno. Mas deixe-me que lhe dê uma dica se tiver oportunidade vá falar aos musseques que continuam a existir mesmo depois da saída dos portugueses e fale com o povo (pretos, entenda-se negros) e veja esses 100% de letrados, o que esperam do futuro e o que beneficiam desses barquitos e arranha-céus que se estão a construir. Por termos “vergonha” dos nossos antepassados não devemos ter receio de falar do que hoje está mal, seja lá onde for. O que dirão os nossos filhos por terem uns pais que se envergonham do passado e por isso não souberam olhar para o futuro e continuaram a ser iguais aos seus avos pois nunca mudaram nada mas adaptaram-se ao momento que é falar o politicamente correcto e deixar andar. Hoje homens de 50 anos tinham na altura do 25 de Abril 14,15 anos, não tinham responsabilidade nenhuma no passado mas hoje deviam ter liberdade para construir o futuro e nada fazem. Qualquer dia temos uma democracia tipo Chaves, com todos na Venezuela de camisinha vermelha e os portugueses, como sempre foram cheios de ideias iluminadas e defensores do coitadinho, para diferenciar, de camisinha verde com a fotografia do dito cujo estampada na frente e o computador Magalhães debaixo do braço com as indicações: despertar abrir a porta do seu serviço, cumprimente o seu chefe e diga as seguintes palavras -bom dia senhor doutor, está bem, e o nosso chefe passou bem a noite etc…. ……

Marques Correia said...

O caro Anónimo faz-me lembrar um amigo meu que também acha que não podemos julgar "fora do tempo"! Queria ele dizer que naqueles tempos ninguém achava que o papel do branco em África pudesse ser outro que o de "civilizador" dos bárbaros.

Meu caro, a História, como deve ter percebido, é feita por pessoas que escavam no passado e, obviamente, analisam e emitem juízos de valor. Como não?!

Por outro lado, a condenação da escravatura e da exploração colonial já se manifestava desde os tempos mais remotos.

É verdade que há 200 ou 300 anos não eram atitudes muito populares...

Pena é que hoje se continue a lançar mão de tudo e mais e umas botas para justificar o injustificável.

... e vergonha dos nossos antepassados é uma coisa; compreensão do que resultou das suas "boas intenções" é outra.

Vergonha dos nossos antepassados tem quem se recusa a falar do assunto. Não será?

Anonymous said...

Será. Mas já agora diga-me, que tipo de exploração é esta em relação a Angola e no fundo em africa , quando europeus, chineses e etc vão ganhar dinheiro a qualquer preço ajudando meia dúzia de exploradores africanos e como são pagos calam a boca e nada dizem, enquanto estão por lá a sacar e depois ao chegar falam mal de tudo e de todos?será que isto é ajudar. Os brasileiros têm a mania de dizer que teriam mais sorte se tivessem sido colonizados pelos ingleses, só que se tivesse sido assim, não teriam nascido, ou seriam portugueses,olhe o que os espanhóis e os americanos ? fizeram aos indios e veja a diferença.Dá-me a sensação que vamos ter um novo tipo de colonialismo que é "para africa e em força" que devagarinho vamos fazer o que se fez no continente americano, arruma-mos com eles.

Anonymous said...

Será. Mas já agora diga-me, que tipo de exploração é esta em relação a Angola e no fundo em africa , quando europeus, chineses e etc vão ganhar dinheiro a qualquer preço ajudando meia dúzia de exploradores africanos e como são pagos calam a boca e nada dizem, enquanto estão por lá a sacar e depois ao chegar falam mal de tudo e de todos?será que isto é ajudar. Os brasileiros têm a mania de dizer que teriam mais sorte se tivessem sido colonizados pelos ingleses, só que se tivesse sido assim, não teriam nascido, ou seriam portugueses,olhe o que os espanhóis e os americanos ? fizeram aos indios e veja a diferença.Dá-me a sensação que vamos ter um novo tipo de colonialismo que é "para africa e em força" que devagarinho vamos fazer o que se fez no continente americano, arruma-mos com eles.

Marques Correia said...

Não vejo qual é o seu problema: qualquer país contrata empresas estarngeiras (e paga-lhes, claro) para realizarem projectos para os quais as empresas nacionais não têm dimensão. Está a ser assim com a resbilitação das redes rodoviária e ferroviária em Angola (pelos "chineses"). É normalíssimo que os países se abram à imigração, mitigada ou não, para fazer face a desequilíbrios de mão de obra - é o que faz Portugal, a Alemanha, a França, etc, etc. Por que raio não havia Angola de o fazer?!
Os portugueses vão (ou iam) para França "sacar"? Os turcos vão para a Alemjanha "sacar"? Os portugueses vão para Angola "sacar"?!
Olhe que não, caro Anónimo, olhe que não: todos eles vão trabalhar e ganhar "o deles".
Comer e falar mal não é, definitivamente, exclusivo dos portugueses...
Sobre a colonização de Portugal e da Espanha nas américas, os espanhóis podem ter sido uns gajos lixados, violentos e sanguinérios, é verdade.
Mas nas ex-colónias espanholas sobreviveram índios e grande parte da mestiçagem tem uma componente índia significativa. Em várias ex-colónias, com destaque para a Bolívia, os brancos são minoritários.

Mas na colónia portuguesa "sobraram" cerca de 0,5% de índios e o resto são descendentes dos colonos e seus escravos.

Pense nisto: de 100% de índios em 1500, são menos de um por cento da população em 2000. Este é o significado de "criar novos Brasis"...

Marques Correia said...

Merda de gralhas, chôôôô!!!!!Só um pormenor sobre a colonização espanhola nas Américas:

Nas ilhas de Cuba e de Hispaniola, onde fioam o Haiti e a República Dominicana, os índios não tiveram para onde fugir e foram, praticamente, exterminados.

Assim, em Cuba encontramos quase exclusivamente os descendentes dos colonos e dos seus escravos e na Hispaniola são quase 100% da população os descendentes dos escravos negros - nada de descendentes dos colonos brancos. Isto graças à revolta do "general" Toussaint l'Ouverture, já no fim do século XVIII, que correu com os colonos da ilha.

Anonymous said...

Não o vejo agredir os romanos apesar de eles nos terem tirado a língua, hoje falamos um dialecto romano = português, a culinária, a religião, tudo. De ibéricos nada temos senão o terreno.

Os ingleses inventaram o apartheid, na austrália, índia e honk-kong, foi oque se viu, nas américas, a exterminação do povo.

Fomos invadidos por espanhois, franceses, todo o tiupo de escumalha.

Nesta ibéria, todos molharam o pincel, desce visigodos, celtas, até mais não.

Quando acabar a presporrência dos que a têm como a você que é aqui que se sente bem, espiando os seus pecados de outras reencarnações, defendendo o que não conhece, não conheceu nem conhecerá, daqui a 50 anos, deixar-se-á que estes fóruns, livres dos seus defuntos saudosos e participantes (na altura) tenham a liberdade de conviver sem os pretensos lavadores de cérebros querendo que se limpe a memória de áfrica e ae tinja de estalinismo bacocos.

Cada um é pró que nasce.

Marques Correia said...

Eheheheheheh! O meu barato anónimo, como não podia deixar de ser, resvala para o insulto supremo de (pondo-se em bicos de pés) atribuir à ignorância de quem escreve as opiniões contrárias à sua.
Coitado, nem sequer tem um nome que aqui possa escarrapachar para defender as suas ideias de cara descoberta.
Diz muito bem, cada um é para o que nasce, mas eu diria mais: cada um é aquilo a que se quer reduzir.