Tuesday, March 28, 2006

Sabedoria Islâmica...

"Quando chegares a casa bate na mulher. Ela saberá porquê!" (não se riam, que a nossa civilização tem pior)

Histórias do Mato I

Como a minha amiga Teresa Lacerda não tem atinado com os posts, aproveitando o renascer deste tema no site da malta do Salvador Correia, aqui enxerto uma das estórias dela. Enjoy!

"Início da década de 50.

O papá Lacerda colocado em Cacolo como administrador dos Bondo e Bângalas, entre Saurimo e Malange, vivia feliz e contente entre a administração e as sanzalas e a colecta dos impostos e a tentativa (frouxa) de convencer uns quantos mancebos a oferecerem-se como "voluntários" para as minas da Diamang no Dundo e a orientar umas quantas queimadas "controladas" e a promover o recenciamento e a vacinação da varíola (e não sei que mais)(quem se lembra das brigadas da Pentamidina?) e a sua casa.

Tão feliz estava que se recusava a pedir transferência para uma terra mais... Cacolo não tinha médico, nem padre, nem escola...

A mamã Raquel que se esforçava desesperadamente em orientar uma casa cheia de crianças e os milhentos funcionários que lhe caíam no prato porque se diziam e estavam em trânsito e ainda não tinha sido "inventado" o avião para aquelas bandas e chegavam por terra e arrasados de dias e dias de viagem com mulheres, sogras e filhos pedia-lhe desesperada que pensasse na dita transferência até porque a Teresinha(eu) estava em idade de ir para a escola. Que não, que estava muito bem ali, que o clima era óptimo, que havia muita caça, que os funcionários eram porreirinhos, que as crianças andavam à vontade...

A mamã Raquel que fizera o curso comercial há pouco tempo(casara-se com 16 anos) e ainda tinha as matérias muito frescas decidiu ensinar a sua primogénita(eu) a ler e a escrever.

E assim foi: com resmas de papel almaço e lápis vários e mais tarde com caneta de aparo e um tinteiro que o papá Lacerda trouxe da administração ensinou a criança(eu) a ler e a escrever (todas as regras gramaticais de que se lembrava - e eram muitas) e também as tabuadas e as contas e problemas daqueles das torneiras etc... e Geografia e História de Portugal. E tão entusiasmada andava que quase deu o curso comercial à cachopa(eu) que ia aprendendo tudo julgando que era assim mesmo!

Quando achou que sim, que a rapariga(eu) já lia e etc, foram a Saurimo e inscreveram-na para fazer os exames da 1ª à 2ª e da 2ª à 3ª em regime de ensino doméstico e no dia afixado lá foram todos na carrinha que dessa vez até funcionou. (Nessa altura faziam-se exames em todas as classes, lembram-se?)

Corria o ano de 1953.

Claro que a rapariga(eu) fez uns exames belíssimos e ao fim do dia resolveram regressar a Cacolo pela fresca.

Feitos vários kms, o ajudante da carrinha que ia de farolim ligado a baterias, bate na capota a assinalar caça. O papá Lacerda emocionado, trava e salta ligeiro(também ele era um rapazito...) e pega na espingarda para prover a nossa gruta de carne fresca! A recém-examinada(eu) estava em pulgas: a sua 1ª caçada!

O Xico dizia: "Patrão, é um veado e vem para a estrada, para a frente do carro". O papá Lacerda corre para a frente do mesmo e espera. Um belíssimo veado cruza a estrada em saltos elegantes e o destemido caçador dispara... e não acerta. O Xico grita: "Patrão! está a dar a volta no mato e vai passar por trás da carrinha!" E lá vai o caçador aos saltos apanhar o veado quando ele passasse pela estrada. O veado passou, o caçador disparou e não acertou. E o Xico grita: "Patrão! está a dar a volta no mato..." E nova correria para a frente da carrinha... E novo disparo e nada!

E na cabine a mamã Raquel e a filha(eu) riam-se às gargalhadas! "Passem-me cartuchos e não façam barulho que me espantam a caça!" gritava o caçador. Os cartuchos seguiam viagem mas não acertavam... O caçador desistiu de correr para a traseira da carrinha quando se apercebeu que a caça voltaria para a parte da frente, aí para a 5ª ou 6ª volta...

Depois foi o descalabro total: que tivessem contado (no meio da risota, dos gritos por cartuchos e pedidos de pouco barulho) foram mais 17 voltas que a criatura deu ao carro!!! E eis que à 17ª volta contada, o veado dá o tal salto elegante pela estrada e cai redondo na valeta depois do tiro!

Gritos e vivas e felicitações!

Aproximaram-se do bicho e não havia sinal de bala...

Nunca souberam de que tinha morrido: de susto, ataque cardíaco ou exaustão.

A recém-examinada(eu) recusou-se a assistir à autópsia, a comer nem que fosse uma febra e nunca mais quis ir a caçadas...

Beijinhos da vossa

Teresa"

Saturday, March 25, 2006

A Energia Nuclear

Finalmente, décadas após a recusa da central em Ferrel e do slogan (redutor, quase acéfalo, como o são todos os slogans) NUCLEAR NÃO, OBRIGADO, a discussão voltou, pela mão do empresário Patrick Monteiro de Barros., que quer investir no sector.

Sendo os argumentos principais dos movimentos ANTI NUKE o perigo latente de explosão/contaminação ambiental e o destino a dar aos resíduos (de funcionamebnto e de desmantelamento), faz todo o sentido fazer o ponto da situação sobre o "estado da arte" neste capítulo. Pelo menos de 30 em 30 anos...

Por outro lado, é preciso comparar o perfil da produção de energia eléctrica actual com o de antanho, nomeadamente o nível das reservas de hidrocarbonetos (petróleo e gás natural), a participação das energias renováveis (principalmente a eólica, que teve um grande desenvolvimento no período), o aumento das necessidades de energia (o papel da China e da Índia neste capítulo).

Remexendo tudo, perceber se os reactores nucleares têm (ainda) um papel a desempenhar, se são o futuro ou se devem esperar a sua oportunidade no caixote do lixo da história ou, vá lá, na preteleira.

A pior atitude é mesmo a de recusa liminar a discutir o assunto, a pensar (afinal pensar não é um acto tão doloroso assimm...) e voltar a tapar o pensamento e calar a discussão com cartazes de NUCLEAR NÃO, OBRIGADO.

...ou escrever textos como a pérola que vos deixo:

http://gaia.org.pt/?q=node/148

A tolerância Islâmica é assim....

A coexistência do Islão com as outras religiões continua a ser um conceito vazio, por muito que o Xeique Munir nos diga o contrário.

E por muito que os islamitas se refiram a Alá como "o misericordioso". Se o é, os seus seguidores, na generalidade, não o imitam nesse particular.

No Afeganistão, sem os Taliban no poder e com as tropas internacionais (ONU? Nato? whatever) no terreno, um muçulmano resolveu converter-se ao cristianismo.

Crime terrível, cum carago!!!

Parece que a única chance que tem de se esquivar à pena capital é alegar demência. O que, como a foto (Público de 5ª feira) mostra, nem deve ser muito difícil.

Friday, March 24, 2006

A ETA acordou de um longo coma...

Saídos dos confins dos anos 60 do século passado, de cara coberta e boina basca, três maduros da conhecida organização terrorista, como que despertados de um coma de décadas, vieram a público declarar um cessar fogo permanente (sem depor armas nem mostrar as caras...) com o objectivo de "dar impulso a um processo democrático em Euskal Herria para construir um novo quadro em que sejam reconhecidos os direitos.." etc, etc.

Pelos vistos, ainda pensam que Franco Cabron continua a reinar, que a democracia ainda não se estabeleceu para as bandas daquela Herria, que os bascos não são livres de se associarem à sua vontade e de defender as suas ideias, inclusive a de independência da tal Euskal Herria.

Será que estes gajos não desaparecem do mapa?

Será que filho de assassino tem que se manter no negócio do pai?!

Saturday, March 18, 2006

Processo Casa Pia - a intimidação das testemunhas

O caso Casa Pia continua o seu caminho, faltando umas largas centenas de testemunhas para ver o seu fim.

Entretanto, os advogados dos acusados continuam a sua acção intimidatória sobre as testemunhas, como forma mais frutuosa de evitar a condenação dos seus constituintes. No tempo do Al Capone a coisa era mais limpa (tirando a sangueira, claro) e a potencial testemunha era silenciada na verdadeira acepção da palavra.

Nos tempos que vão correndo, trilha-se um caminho mais tortuoso mas com uma potencialidade de longo alcance: a destruição de uma das bases em que assentam os tribunais, o testemunho. Se esta campanha pegar, uma pessoa só pode testemunhar se, além de ter presenciado (os factos, o crime, o delito, o acto) tiver meios para o provar! Porque se não tiver, o seu testemunho passa rapidamente a difamação.

E, pelos vistos, pouco importa que o testemunho seja prestado em tribunal, onde somos obrigados a dizer toda a verdade e só a verdade. A partir de agora, uma pessoa que testemunha um assassinato o melhor que tem a fazer é fechar-se em copas porque, se não tiver ela própria duas testemunhas do que afirma (melhor seria ter três!) arrisca-se a ir de cana por difamar o pobre do réu.

Voltando à vaca fria, uma das testemunhas do processo Casa Pia que terá sido aviado por Paulo Pedroso (sempre tu, meu filho!) e por (vénia) Jaime Gama (shhhhhhhhhhhh), vai agora a tribunal acusado de difamar o sr Presidente do Parlamento, número 2 da hierarquia do Estado.

Começo a acreditar que não só o Carlos Cruz e Companhia se safam, como me começo a convencer de que as testemunhas e, talvez, a senhora Provedora é que vão dentro!

Qual é o espanto?!

Os nossos comentadores, noticiadores e quejandos afinam pelo mesmo diapasão ao declararem o espanto por "um homem que ficará para a História como um monstro" ser objecto de tanta homenagem na sua terra.

Esquecem-se (esquecem-se?) que a desagregação da Jugoslávia trouxe à tona ódios antigos entre comunidades, com o particular acicate das diferenças religiosas. Naturalmente que Slobodan é visto entre os sérvios como um estadista injustamente perseguido pelos estrangeiros que ocuparam o país para proteger "os outros". E tal como aconteceu em Nuremberga só os criminosos do lado derrotado foram julgados, ficando de fora os criminosos do lado apoiado pela NATO & Cia.

O espanto saudável seria se os tais comentadores se atrevessem a fazer uma outra pergunta:

- Então e os criminosos do outro lado?! Cadê?!

Afinal, depois das tropas estrangeiras terem posto cobro às matanças feitas pelos sérvios, os muçulmanos passaram à vingança e os sérvios passaram a ser as vítimas. Tal como do lado muçulmano, também entre os sérvios foram os velhos e as crianças as vítimas preferenciais. Muitas vezes com a protecção condescendente das tropas de ocupação (perdão, de manutenção da paz).

Mas isso, se calhar, ia ferir a ordem estabelecida por minudências...

Friday, March 17, 2006

A velha questão colonial....

Um post mais antigo, lá no fundo, está a suscitar alguma discussão sobre a velha questão de que Portugal vivia à custa de Angola.

Isto era compreensível nos tempos do "ninguém segura!!!" e das ilusões associadas a essa atitude, do género, "se a tropa tuga se for embora, a gente entende-se com os pretos" ou outra atitude de gente mais tresloucada "sem a tropa tuga a gente limpava essas grunhos na hora".

Viu-se, n'é?!

Então, clique e diga de sua justiça.

http://pensarnaodoiaiai.blogspot.com/2006/01/angola-e-o-recrutamento-local-as.html#comments

Thursday, March 16, 2006

É só belezura!!!

Luanda, ao kilómetro vinte e tal, pela estrada da barra do Quanza.

Monday, March 13, 2006

O Pior de Jorge Sampaio

Pois, é isso aí: o pior de Jorge Sampaio foi o facto de termos sido obrigados a gramar com o pateta, convencido e cheio de empáfia que é o mano dele.

Realmente, é preciso pachorra para ler a diarreia que o tipo espalha ao sábado na revista do Público, dirigida por essa rainha do politicam,ente correcto que é a Laurinda Alves.

A chatice é que, com o ocaso do Sampaio e a ascenção do Cavaco vamos ter que gramar com a Maria mais os seus poemas; e a gente sabe como são os algarvios, quando lhe dá para fazer versos...

A medalha e o seu reverso

Um homem passeia tranquilamente por um parque em Nova York, quando de repente vê um cão raivoso a ponto de atacar uma aterrorizada menininha de 7 anos. Os curiosos olham de longe, mas, mortos de medo, não fazem nada. O homem não titubeia e atira-se ao animal, aperta-lhe a garganta e mata-o. Um policia que viu o ocorrido aproxima-se, maravilhado, dizendo-lhe:

- O senhor é um herói! Amanhã todos poderão ler na primeira página dos jornais: "Um valente novaiorquino salva a vida de uma menininha."

O homem responde:

Obrigado, mas eu não sou de Nova York.

- Bom - diz o polícia - Então dirão: "Um valente americano salva a vida de uma menininha."

- Mas é que eu não sou americano - insiste o homem.

- Bom, isso é o menos... E de onde é você?

- Sou árabe - responde o valente.

No dia seguinte os jornais publicam:

"Terrorista árabe massacra de maneira selvagem um cachorro americano de pura raça, em plena luz do dia e em frente a uma menininha de 7 anos que chorava aterrorizada."

Sunday, March 12, 2006

Um sem abrigo muito especial

Num prédio em Telheiras (rés de chão destinado a estacionamento), um sem abrigo foi-se instalando, de mansinho. Começou pelos habituais cartões, a seguir trouxe um colchão e, há duas ou três semanas apareceu montada no seu local de pernoita uma cama de ferro à antiga portuguesa. E lá continua.

Sem comentários...

Saturday, March 11, 2006

E agora uma coisa completamente diferente

Esta "bela" foto foi obtida na amazónia. Trata-se de uma gibóia (enfim, ou boa, ou seja o que for que lhe chamem no local) que tinha engolido um sujeito.

Claro que o dito foi retirado já morto da barriga do bicho, fosse por asfixia, fosse pelo abraço mortal que o bicho costuma aplicar às vítimas antes de as engolir.

Thursday, March 09, 2006

Dos cartoons às etiquetas (onde vai isto parar?!)

Esta cena das suceptibilidades do mundo árabe não se limita já aos cartoons. Aliás nunca se limitou, que o diga o autor do "Versículos Satânicos", livro intragável que comprei assim que a fatwa foi emitida, mas que nunca consegui ler. "Peguei-lhe" duas ou três vezes, mas nunca conseguir engolir mais que umas 50 páginas. Jaz numa prateleira, ao lado d' "Os Versículos Sagrados" resposta do "dr. Majid Ali Khan" ao sacrílego Rushdie. Escuso de dizer que a resposta é pior que a posta, ou seja, a amêndoa é pior que o sorvete: além de perfeitamente ilegível, pomposa (o "dr" antes do nome do autor diz tudo...), enfatuada e hiperadjectivada é inaceitavelmente dogmática e pedante.

Voltando às etiquetas, de uma forma serena e sem grandes parangonas nem manifs, uma marca espanhola optou por recolher um lote de camisolas e mudar-lhes a etiqueta por nesta figurar um quadro idílico com uma mesquita em fundo, com uns coraçõezinhos, umas setas, etc.

Por azar, a ponta da seta com os dizeres "dormimos aqui" caem mesmo em cima da mesquita e o cacho de coraçõezinhos fica mesmo em cima do minarete da dita.

Inseri uma imagem com a foto da etiqueta, onde se vê a coisa. A imagem e a notícia vinham no Expresso do passado sábado, na revista Única.

Para evitar perder mercado (muito mais que evitar outras chatices - acho eu), recolheu-se o lote e mudaram-se as etiquetas.

Mas isto deixa bem patente que aquela malta da areia (e, desgraçadamente, do petróleo) é mesmo do piorio e está a ficar mal habituada.

Mas, se calhar, a forma mais adequada de encararmos estas questões é numa perspectiva de mercado, evitando dramatizações e adoptando as estratégias e as tácticas que nos permitam vender os nossos produtos (e ideiais, já agora), comprar os deles e desenvolver o intercâmbio turístico, económico e cultural até onde fôr possível.

De preferência, sem que nenhuma das partes tenha de se pôr de cócoras...

Wednesday, March 08, 2006

Mia Couto e os Cartoons

O texto, tirado do Público de hoje, diz tudo.

Haja alguém com juízo e sem medo daquela malta marada, da areia e do petróleo.

Sunday, March 05, 2006

Ainda a negação do Holocausto

O neo nazi, já com idade para ter juízo que aparece todo ufano na foto, Irving-Qualquer-Coisa, foi condenado na Áustria a uns anos de prisão por ter dito há 17 (DEZASSETE) anos que as câmaras de gás em Auschwitz tinham sido construídas depois da guerra para atrair turistas.

Crime hediondo, caraças!!!

17 (DEZASSETE) anos depois, lá o apanharam e aplicaram a lei pateta que criminaliza a negação deste capítulo da História para descanso das consciências e das boas almas. Para descanso, sobretudo, dos filhos dos "bons austríacos" que olhavam para o lado enquanto passavam os combóios carregados de judeus a caminho dos campos de extremínio (see no evil...) ou que se abotoaram, por tuta e meia, com os negócios dos judeus em retirada, ou que lhes ficaram com as casas ou, etc, etc, etc.

Isto é particularmente ridículo num país quase residual, que nem sequer foi desnazificado, pois as potências vencedoras consideraram o Anschluss uma espécie de invasão, semelhante à da Holanda ou da França, fechando os olhos aos resultados do plebiscito, ao apoio maciço da Santa Madre Igreja (com o cardeal Innitzer à cabeça, a fazer a saudação romana, com Heil Hitler! e tudo, depois de ter votado) e ao envolvimento da sociedade austríaca, de alto a baixo, no esforço de guerra da "grande pátria alemã" reconstruída.

Que o Irving é um pateta, para além de neo nazi, não restam dúvidas. Mas na nossa Civilização costumavam fazer sentido frases como "abomino as tuas ideias, mas bater-me-ei como um leão pela tua liberdade para as manifestares".

Será que agora a liberdade de expressão só funciona até às portas de Jerusalém?

Que grande porra!!!!

O Trabalho dá Saúde - o Sexo também

Este cartoon (estamos no tempo deles, certo?) esteve adormecido uns anos desde que o tirei do Expresso (salvo erro).

Aqui o deixo como recordatória urbi et orbi.

Saturday, March 04, 2006

Ainda as caricaturas

A revista The Gate, folheada para entreter a espera no Aeroporto de Istanbul, trazia o interessante cartoon que acima reproduzo. Representa a torre de Galata (no bairro onde o Galatazarai nasceu) com um maduro, de turbante e cofió, a saltar equipado com asas postiças.

Com a confusão que por aí andou, espero que o cartoonista não se veja acusado de representar o Profeta, num vôo matinal sobre a cidade. Se esta caricatura estivesse junta com as outras 12 e não tivesse sido publicada em Istanbul, era, certo e sabido, o que teria acontecido.

Por falar nisso, parece que a sanzalada das caricaturas se extinguiu, talvez por falta de combustível.

...também não a consigo condenar

O tribunal que julgou Maria da Conceição por assassinato consumado do marido Gonçalo absolveu-a por a acusação não ter conseguido provar o crime.

A vol d'oiseau, o Gonçalo dava porrada de criar bicho na mulher, a quem ia fazendo filhos nos intervalos do tráfico da droga, dos copos e da vadiagem. Um belo dia morreu, ela meteu-o numa arca frigorífica e lá o "conservou" seis neses até se mudar com o novo marido para outra terra. Não se sabe se o novo marido lhe bate, mas é de esperar que a olhe com algum "respeito", já que cesteiro que faz um cesto faz um cento, se me faço entender.

A EDP cortou a electricidade à casa anterior, onde o Gonçalo foi apodrecendo na arca, convenientemente deixada para trás por estar avariada...

Dois anos depois de ter sido congelado, o Gonçalo, ou o que dele sobrou (a foto, tirada do Correio da Manhã de sexta feira, 3 de Março, mostra umas raspas dele no fundo da arca), foi descoberto pelo senhorio e a Judite foi directa à Conceição, de dedo espetado, acusando-a do crime.

Este tipo de casos é dos poucos em que acredito que a justiça (ou coisa que o valha) possa ser feita pelas próprias mãos. E isso por um simples motivo: é que "a Justiça", na grande maioria dos casos de porrada intra muros, nem sequer chega a meter a sua colher entre o punho do marido e o corpinho da mulher. A dita pode levar porrada a vida inteira (leiam os jornais, gentes) que o valente só tem chatices quando exagera um bocado e ela morre. Até lá, nada os pára.

Nada, excepto um pouco de arsénico no café...

Magnata de quê?!

Regressar a Portugal na TAP tem algumas pequenas vantagens. Uma delas é começar a ler os jornais portugueses (mais ou menos) confortavelmente sentado antes de cá chegar.

E, digam lá o que disserem, ler os jornais na net sucks: ler jornais é ter o papel nas unhas, folheá-lo, esbarrar nas costas da cadeira em que o gajo da frente se recosta, pôr de parte as folhas que só fazem peso, dobrá-lo, desdobrá-lo (que chatice, os dedos já estão sebentos...), cheirá-lo, ler os títulos (isto é só palha, que raio!), voltar atrás para, finalmente, ler o pouco que interessa. Mas, como dizia António Botto, "enfim, gosto!"

E no meio dessa orgia de cheiros e papel amarfanhado, lendo o Correio da Manha (como lhe chama, com muito a-propósito, o meu amigo João Reis) que vejo eu?! (perguntem lá, carago: "que viste tu?"). O que acima reproduzo: "Alexandre Alves aposta no Algarve" e o da manha designa-o como "MAGNATA DOS MEDIA".

Para já, o Algarve que se cuide, pois, se se mantiver a "tradição", vai à falência na certa e o "magnata" fica um pouco mais rico.

Este "rapaz" que o da manha nos apresenta já na meia idade, em pose "desportiva" e com um belo bronzeado (um luxo em pleno Inverno...) entrou muito novinho para a Tepclima (creio que ainda na fase de Tiago & Pereira) como adjunto técnico, ou estagiário, ou por aí, era muito esperto e desenrascado e subiu muito rapidamente na empresa. E subiu por mérito próprio, em grande parte, diga-se de passagem e em abono da verdade.

Com a criação da FNAC (não a dos livros, mas Fábrica Nacional de Ar Condicionado, com o lince, lembram-se?) ganhou asas e projecção até que o negócio começou a correr mal, os japoneses (e não só) atacaram em força e, a partir de certa altura, não houve volta dar-lhe.

A coisa foi ao ponto de os cooperantes terem ficado sem um tusto (a Tepclima, "herdeira" da Tiago & Pereira, foi uma cooperativa até ao fim) .

Só que, não obstante as empresas se irem afundando sem solução à vista, alguns "funcionários" enriqueciam a olhos vistos, ele eram altos casarões na Arrábida, altos carrões, altas vidas, chegando mesmo três deles, gestores de topo, a verem-se incluídos nas listas dos mais ricos de Portugal, com fortunas acima de 1 Milhão de contos. O "nosso" Alexandre Alves era o mais enricado dos três, seguindo-se o Engº Brito e a Dra Ladeiras.

Realmente, a competência de um gestor bem poderia ser avaliada à luz deste critério: mesmo que os negócios da empresa vão a pique e o pecúlio dos cooperantes e accionistas se desvaneça, o gestor consegue, contra ventos e marés, salvaguardar "o seu".

Portanto, o Algarve que se cuide e que se cuidem as empresas em que o Alexandre vai investir os tais 4 Milhões de euros.

Ah! que se cuide também quem cair com os 4 milhões, para financiar o magnata...