Tuesday, December 25, 2012

SILVA PINTO DEIXA O PS

Hoje ouvi por várias vezes a notícia de que Silva Pinto, antigo deputado do PS, tinha deixado o partido por achar que "o Seguro", para além de bom rapaz, não vele um chavo e que as pessoas que o rodeiam nunca farão um bom Governo.
 
Para além de "antigo deputado do PS", pouco mais se dizia e a internet não esclarece muito mais.
 
Tive que me aplicar e lá consegui confirmar que este Silva Pinto é o antigo ministro das corporações de Marcelo Caetano, creio que o último, anteriormente secretário de estado do trabalho.
 
Joaquim Silva Pinto, hoje com 77 anos, pertence a um grupo de "tecnocratas" ou "jovens brilhantes" que Caetano trouxe (ou repescou) para a política que pretendia implementar. Desse grupo faziam parte, entre outros, Xavier Pintado (depois reitor da católica), Rogério Martins (creio que chegou a ministro, no PS), João Salgueiro (esteve em vários governos PSD e foi candidato a lider, derrotado por Cavaco).
Deixo-vos aqui um link, interessante para quem se dedica a estas coisas.

Saturday, December 22, 2012

O SILÊNCIO DOS INOCENTES...

Pode ser uma sugestão politicamente incorreta e, a priori, nem sequer será considerada por vir da "horrorosa" NRA.
 
Mas que faz todo o sentido, faz.
 
Afinal, na guerra combatem-se armas com quê, com feijões?
 
Veja os comentários no Facebook aqui

WIRYIAMU - 40 anos em 16 de Dezembro

Aqui fica um link para não deixar cair este assunto que tanta gente anda a tentar varrer para debaixo do tapete.
 
Veja mais aqui

Sunday, December 09, 2012

Com Louçã disponível, agora é que isto vai!

O Público dá hoje 3 páginas 3 ao grande político Francisco Louçã, hoje disponível para pensar o governo de convergência das esquerdas, o governo que nos vai tirar do atoleiro intemporal em que capitalismo especulador e desregrado nos meteu e conduzir o luso rebanho aos amanhãs que cantam.
Liberto das pesadas funções de "coordenador" do Bloco de (extrema, não esqueçamos, de extrema) Esquerda pelo casalinho Semedo - Catarina, vamos ter Louçã todo para nós. De outra forma não se compreenderia, dado que o apelo da Pátria é claro e veemente:
 
LOUÇÃ!, LOUÇÃ!
 
Ou melhor, dada a intimidade deste cidadão ímpar com a Nação, com a Pátria:
 
FRANSCISCO, Ó FRANCISCO!
 
O Francisco já vai; felizmente a Catarina está a sair-se muito bem, criando até um novo estilo, uma nova lógica com silogismos de fazer tremer os ímpios e fazer Descartes, ou que dele restar, dar voltas na tumba. Dizia a pobrezinha, a partir de uma escola:
 
"Visitei esta escola e não vi gorduras, só vi professores e alunos; portanto (sublinho, eu, o portanto) os cortes que o Governo quer fazer vai ser despedir professores e funcionários..."
 
e por aí fora. Fantástico, o Francisco pode ir em paz que o lugar (melhor, 50% do lugar) está feito.
 
Deixando Catarina a Pequena (merecerá plenamente o cognome de A Grande quando conduzir a sua metade do Bloco ao Poder) e voltando ao Francisco, ele desdobra-se em profecias, dúvidas e afirmações dignas do lider carismático que é e que faço questão em partilhar convosco:
 
A estrutura de alternância partidária nos governos “é uma forma de corrupção política"
 
O risco que existe é a esquerda ser incapaz
 
É mais fácil Cristo descer à terra do que o Presidente tomar alguma medida sobre os bens essenciais da política orçamenental
 
Quando olhamos para as primeiras filas das bancadas do PS ou do PSD, o número de pessoas que trabalha no BES é assustador
 
Ricardo Salgado, convida lá o piqueno para o BES, pá! As citações vão num arremedo de arco iris, como convém a um partido tão inclusivo como o B (ext) E.
 
Se vos abri o apetite, comprem o Público e leiam o resto.

Saturday, December 08, 2012

Adelino Gomes e a gestão privada da coisa pública...

ADELINO GOMES NÃO É (REPITO, NÃO É) UMA CAVALGADURA.
 
Ok? Que isso fique claro. No entanto...
 
 No entanto ele e mais um magote de briosos rapazes andar a fazer ensaios, artigos, papers e lá chegaremos às teses para marcarem a sua posição à la gauche sobre os malefícios terríveis e irreversíveis da gestão privada de coisas públicas.
 
Esta não cavalgadura afirma "GESTÃO PRIVADA DE UM SERVIÇO PÚBLICO É UMA CONTRADIÇÃO NOS TERMOS".
...
Lendo (em diagonal larga..) não vejo nenhum qed que me faça sequer pestanejar.
 
Para mim, o centro da questão está no controlo e nunca na gestão.
 
Se a gestão falha é mais fácil mudá-la se for privada (cancela-se o contrato, se for caso disso, ou não se renova); se for pública, muda-se o "diretor", que vai mal gerir para outro lado (tem "vínculo" como "gestor público", não é verdade?) mas os FP's ficam como fica a "cultura" da instituição.
 
Se o controlo falha, não muda nada: muda-se o Ministro? O Secretário de Estado? O Diretor Geral? Uma ova, ficam até ao fim da legislatura.

Se uma comunidade é suficientemente grande para conseguir prover determinados serviços para os seus membros e se não é suficientemente pequena para conseguir gerir a coisa como um condomínio ou uma pequena freguesia (reuniões periódicas de todos em que se decide tudo) a comunidade nomeia um "funcionário" para tratar do assunto e, naturalmente, prestar contar periodicamente.

 Já aqui, em pequena dimensão, não vejo qualquer problema em que o funcionário seja membro da comunidade ou seja contratado fora da sociedade, um especialista, um profissional - o essencial é que ele "funcione" de acordo com as especificações da sociedade que o contratou e que esta não o deixe em roda livre - a prestação de contas do que faz e do que gasta é essencial.

 Numa sociedade maior e mais complexa (seja Portugal) os serviços públicos (entenda-se, serviços prestados à comunidade) são prestados por organizações, normalmente pertencentes à estrutura do Estado ou dele direta ou indiretamente dependentes - empresas públicas (EP), serviços públicos (SP), etc. Esses serviços contratam pessoas que podem ou não vir a integrar os serviços de forma permanente tornando-se funcionários públicos (FP) ou limitam-se a prestar serviços com vínculos variáveis (à tarefa, por projeto ou obra, por tempo determinado, etc). Igualmente podem ser contradas empresas para prestarem serviços à EP (ou SP, etc).

 Se a EP deixar os contratados ou os FP em roda livre o serviço à comunidade pode degradar-se ou encarecer injustificadamente.

 De igual modo, se a tutela (Ministério, Direção Geral, etc) deixar as EP, SP, etc, em roda livre o serviço à comunidade degrada-se ou encarece injustificadamente.

 Se a tutela contratar a uma empresa privada a prestação do serviço anteriormente atribuído a uma empresa pública ou simplesmente a gestão dessa EP ou SP, fico à espera que alguma das sumidades demonstre que o centro da questão não é o controlo da tutela sobre a adjudicatária da prestação do serviço à comunidade, exatamente como esse controlo era essencial quando essa prestação estava atribuída a uma SP ou EP.

 Sei que tenho que esperar sentado (ou deitado) - o que Adelino Gomes diz é elucidativo...

Thursday, December 06, 2012

A CARIDADEZINHA E A SOLIDARIEDADEZINHA

Vamos brincar à caridadezinha, festa canasta e boa comidinha... assim cantava o Zé Barata Moura nos tempos da outra senhora, vituperando a burguesia e as tias de Cascais. 
 
toque aqui (espero que dê o cantautor, atual ex reitor)
 
Uma coisa que sempre me chateou é a atitude de certas pessoas "intelectuais" ou "finas" que acham que dar esmola aos pobres é errado: eles habituam-se e passam a parasitar as pessoas em vez de trabalharem. Além disso dar esmola não resolve o problema da pobreza.
 
A primeira razão é mesmo verdadeira - é ver os parasitas que os diversos abonos pós 25 de Abril criaram, as casas para os pobrezinhos, dadas e arregaçadas, o rendimento mínimo garantido e o seu sucessor rendimento social inserção (que não insere puto!), etc, etc, etc.
 
Mas o segundo "argumento" esse sim é que me irrita: eu ao dar esmola (agora já não se diz esmola, diz-se contribuição para os mais necessitados) não estou a tentar resolver o problema d"a pobreza" - isso, quando muito, é quando voto nas eleições. Quando dou esmola (e eu a dar-lhe...) pretendo apenas atenuar o sofrimento, ou fome, ou carências várias  daquela pessoa concreta, naquele momento concreto.
 
A mim pouco me custa e a ele pode ser a diferença entre umas horas com fome e uma horas consolado.
 
Por isso dou esmola (enfim, não dou a drogadinhos nem a gajos com ar de malandro e bom corpinho para vergar a mola, etc).
 
Como sou meio de esquerda (os retornados chamam-me comuna por ter apoiado e continuar a apoiar a descolonização e a R.P. Angola) meio de direita (é verem o que me chamam os comunas e outros esquerdalhos, eheheheh) eu não faço caridadezinha nem atos de solidariedade: faço atos de caridadezinha solidária.

Presumo que assim já não me chateiam...

A HIPOCRISIA E A MORTE

O Publico dedica hoje quatro páginas (incluindo a primeira que, como mostro, lhe é dedicada em mais de metade) a  Joaquim Benite .
 
O Público refere também a morte de Dave Bruebeck, o pianista que (terá feito) o jazz sorrir (uma página interior com chamada à 1ª) e nada sobre Niemeyer, que morreu já depois do fecho da edição.
 
O que me chateia (e daí o título) é que não obstante ler jornais todos os dias um semanário ao fim de semana, ver vários telejornais e acompanhar as notícias pelo rádio durante grande parte do dia, não me lembro de ter ouvido alguma referência a Benite - ainda por cima tem um nome nada vulgar de que me lembraria.
 
Imagino que nas notícias sobre teatro o nome dele me tenha passado à frente várias vezes, mas sem qualquer destaque que me levasse a ler a notícia - essa secção, em geral, só sobrevôo, muito por alto.
E, afinal, o homem terá sido um dos grandes do teatro português atual.
 
Então por que raio não lhe foi dado o devido destaque em vida e todo este destaque na morte?!

Não percebo (e gostava de perceber).

Nesta linha, reparem que a entrada na Wikipedia (link no nome, acima) tem todo o "ar" de ter sido feita à pressa por alguém que, noticiada a morte, se apercebeu que não existia nada e meteu um texto e alguns links. Tratamos muito mal as pessoas em vida e, depois de mortas, apressamo-nos a incensá-las.

Triste!