Tuesday, November 28, 2006

Little brother is watching you...

Um dos dramas da nossa sociedade é o medo da transparência mascarado, mais que muitas vezes, com uma intransigente defesa do "privado".

Sem perder muito tempo com ruim defunto, lembro a sanha do dr Soares em impedir que os computadores falassem uns com os outros, que impediu o cruzamento de dados que permite agilizar investigações, caçar (caçar, claro!) fujões ao fisco e outros delinquentes.

Uma das últimas relíquias dessa atitude anacrónica é o sigilo bancário: eu posso receber o pagamento por serviços prestados em cheque, sem passar recibo, depositar o cheque na minha conta e ... não declarar o ganho em sede de IRS. Ninguém me vai à mão, a menos que o sigilo bancário seja levantado por eu ter sido apanhado noutra esquina qualquer.

Indo directo ao objecto deste post. Por muito que as câmaras de video na via pública tenham milhentas limitações para proteger o cidadão em público de ser gravado a fazer coisas públicas, alegadamente por se tratar de entrar na esfera privada do cidadão (na rua?!), os telemóveis fazem by pass a essa dificuldade na maior das calmas.

Nos últimos dias os jornais noticiaram dois casos paradigmáticos:

  • Numa biblioteca da UCLA, nos States, um polícia investiu contra um estudante iraniano sem identificação, derrubou-o com a pistola de dardos e descarga eléctrica, algemou-o e continuou a dardejá-lo, ante os protestos dos outros estudantes, que assistiam siderados. Siderados, mas não passivos. Em menos de um fósforo, os note books recebiam os filmes captados pelos telemóveis e colocavam-nos na net, mostrando o agressor de todos os ângulos possíveis e imaginários, em cada momento da agressão, com som, em directo e ao vivo...
  • O rapaz alto e desengonçado da série Seinfeld, o Kramer, num espectáculo em que actuava, chateou-se com uns tipos que não lhe achavam piada, chamou-lhes pretos e destilou mais umas quantas tiradas de cariz racista. O patrão sacou-o do palco na hora. No dia seguinte o artista apressou-se a pedir desculpas quando a cena apareceu na net, sem margem para dúvidas nem para qualquer plausible denial.

Como eu ando a dizer já há uns anos, as três melhores invenções das últimas décadas foram, por ordem de importância:

  • 1. o telemóvel;
  • 2. a internet
  • 3. e (claro!) o chocolate líquido (iaaaammmmm)

Saturday, November 25, 2006

Requiem (?) para um revolucionário sui generis

Só mesmo uma cabecinha tonta como a do Otelo para se imaginar a resgatar a Pátria das mãos da burguesia ... à bomba!

Só mesmo uma república das bananas como é o nosso jardim à beira mar plantado para deixar sem castigo os responsáveis (directos e indirectos) por crimes de sangue, assaltos a bancos, incitação à violência e outras tropelias perpetradas por um grupo de sevandijas que se auto rotulavam FP 25, alusão ao 25 de Abril.

Aqui vos deixo um painel "artístico" (telefonei à malta do "Trop d'Artistes" para obter a devida autorização, mas estavam em greve, como sempre...) alusivo ao sevandija mór, a quem o Glorioso dedicava, in illo tempore, o delicioso slogan que reproduzo:

A FOICE E O MARTELO NA CABEÇA DO OTELO!

Desgraçadamente, nem foice, nem martelo, nem grades, nada! Anda livre como um passarinho e ainda temos que lhe aturar os arrotos a posta de pescada.

Puta de vida!

25 de Novembro de 1975 - o verdadeiro 25 de Abril...

Passam hoje 31 anos sobre o golpe (contra golpe ou whatever) que, de uma vez por todas, cortou rentes as aspirações do PCP em implantar cá na Portuga um regime semelhante ao que o Breznev, meio intoxicado em comprimidos, conduzia lá na Sóvia.

Tendo o 25 de Abril sido um golpe pouco mais que corporativo (dispenso-me de contar a história...) o PCP, único partido com organização e implantação antiga, profunda e a sério, rapidamente tratou de o transformar, de movimento sem norte nem suporte político, numa bengala para atingir os objectivos que o kamarada Cunhal traçara umas boas décadas atrás.

As eleições para a Constituinte foram um rude golpe para os sociais fascistas (eheheheheh!) tendo ficado evidente que a grande maioria dos eleitores não queria o PCP nem pintado de azul (o que só viria a suceder anos mais tarde - I mean, o pintado de azul...).

Claro que a rapaziada vermelhusca não se ficou, até porque tinha muito apoio dentro dos quartéis e nos sindicatos, e foi tentando minar as instituições do Estado, de modo a, quando menos o maralhal esperasse, estaríamos todos a toque de caixa com o kamarada Cunhal ao leme da barca e o rádio a passar intermináveis barqueiros do Volga e coiros do exército vermelho para gáudio dos famélicos da terra e das vítimas da fome.

Felizmente, em 25 de Novembro, de uma série de movimentações que iam dando em guerra civil (enfim, à nossa escala pequenina...) resultou o aparelho do Estado sofrer uma verdadeira desinfestação da praga vermelha que o minava e o papel do PCP foi, final e duradouramente, reduzido à dimensão do seu apoio nas eleições.

Ou seja, o manancial de liberdades, de perspectivas risonhas e de amanhãs radiosos proveio do 25 de Novembro de 1975 e não do 25 de Abril de 1974.

QED (pelo menos, para já, não tenho pachorra para mais...)

Tuesday, November 21, 2006

Só mesmo de designer...

Algures no Tagus Park, fui dar com uma sala de espera mobilada com vários exemplares do mamarracho mostrado na foto.

No início, pensei que tinham sido mal fabricados e tinham abatido ao centro, com o peso da malta. Mas não: o designer que concebeu o mamarracho, fê-lo mesmo assim.

Escuso de dizer que, para uma só pessoa, até é cómodo. Mas se duas pessoas tentam poisar sem terem nenhum laço especial, arriscam-se a vir a tê-lo.

Alguém sabe quem foi o palerma que concebeu esta peça de mobiliário?

Friday, November 17, 2006

A malta da teoria da conspiração II

A malta da teoria da conspiração tem uma quantidade considerável de documentos em que se apoia, um dos quais é a foto acima - ampliação do 1º (ou 2º...) avião que atingiu o WTC, visto por baixo, com um terceiro reactor, ou uma bomba, ou o que quer que seja, mostrando que não era um avião cometrcial.

Do restante material, o que tive a pachorra de ver é um conjunto de imagens (quase sempre com a qualidade da 1ª e 3ª que aqui vos deixo; a do pentágono é, neste universo, do melhor que se arranja - e, para mim, a mais "perturbadora"), argumentos, afirmações, suposições a que terão acesso pelos links que aqui vos deixo, por amabilidade do Rouxinol.

Sem mais, vejam, oiçam e digam-nos de vossa justiça.

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http://www.youtube.com/watch?v=Zsn4JA450iA

http://www.amics21.com/911/imgs/underside.jpg

http://physics911.net/

http://video.google.com/videoplay?docid=-6708190071483512003

Aqui abaixo vai o que foi o pano de fundo de toda esta discussão.

What else?...

Sunday, November 12, 2006

A malta da teoria da conspiração - haja pachorra

Espreitem a evolução (um tanto inesperada ...) dos comentários ao post sobre "A quinta coluna, etc".

Isto há malta para tudo...

http://pensarnaodoiaiai.blogspot.com/2006/09/11-de-setembro-quinta-coluna.html

Tuesday, November 07, 2006

Uma para desenjoar..

Durante a 2ª grande guerra, um soldado alemão está prestes a matar um soldado polaco.

De repente, o céu abre-se num clarão e uma voz troveja:

- Não mates esse homem!

- Por que não? pergunta o alemão.

- Porque ele, um dia, será Papa!

O polaco rejubila e o alemão, meio atarantado, pergunta:

- Então e eu?

- Tu serás o Papa a seguir a ele.

Pano rapidíssimo!

E Bibó Rui Rio, Carago!!!

Desgraçadamente, não parece ser possível falar das atitudes do Presidente da Câmara do Porto sem nos colocarmos (ou sermos colocados pelos nossos interlocutores) numa de duas posições extremas, duas verdadeiras classes socioculturais:
  • ou somos uns grunhos, sem cultura e ressabiados com os intelectuais de esquerda (há outros?!), incapazes de olharmos um objecto sem questionarmos a sua utilidade (e o preço); somos classificados Classe B (ou C, ou mesmo D);
  • ou somos amantes das artes e da cultura e só queremos que os artistas tenham liberdade (e meios) para produzirem a sua arte para nosso prazer e proveito espiritual, e estaremos na Classe A (a boa!);

Assim, no Porto, a rapaziada amante da arte (e, alguns, amantes dos próprios artistas...) e que a si próprios se vêem como tal, vituperam o Rui Rio como o último dos grunhos que recusa ao povão a maravilha que é a arte produzida a expensas dos dinheiros públicos, sem controlo do que produz quem produz, e mantendo o direito de morder a mão que lhes dá o pão (ou cuspir no prato em que lhes é servida a sopa dos pobres).

Tal como na Educação (isso seria outra estória...), na Kultura (e aqui entra o K...) não se olha a despesas e, quem olhar, não estará a zelar pelo dinheiro que, além de público, é escasso, mas apenas a mostrar que despreza a arte e a Kultura. E, portanto, despreza o povão a quem a kultura é servida, com parcimónia, em teatros também públicos, postos à disposição das kultas companhias, à borliú, para gáudio e proveito. Dado e arregaçado!

Parece-me razoável (pelo menos quando a massa não abunda) que a autarquia pague os serviços de companhais de teatro (é quase só esta arte que está em causa), em função da qualidade das peças que tenham preparado e encenado e após selecção dos vários concorrentes, para elas actuarem em teatros municipais. As receitas seriam, claro, para a autarquia. Em alternativa, que concessione parte das salas a quem tiver peito para as explorar.

Não me parece razoável que a autarquia aloje à borla (ou com rendas mensais de 15 contos!) uma ou várias companhias e lhes custeie a existência e actividade, sem lhes impor nada em troca - ou seja, com o subsídio a companhia faz o que quiser (pode até encenar pela n ésima vez a tão batida peça "À espera de Godot" - é verdade, está outra vez em cena...) e no ano seguinte lá está de mão estendida ... e língua afiada.

Como dizia o careca: só em Portugal!

Porra de gente!

Sunday, November 05, 2006

QUE LA BÊTE MEURE!!!

Terminou, finalmente, o julgamento (possível) do carniceiro de Bagdad, com a mais que desejável (e, se calhar, previsível) pena de morte. Por enforcamento.

Parece que o senhor prefere(ia) ser fusilado... enfim, não se pode ter tudo.

Espero bem que seja efectivamente executado um figurão que durante décadas tratou o Iraque como um feudo pessoal, não hesitando em chacinar, incluisive com armas químicas (as tais que nunca foram encontradas, mas que mataram, salvo erro, uns 6.000 curdos), quem se lhe opôs ou disso se viu acusado.

Em antecipação, até me parece que já estou a ouvir os lamentos dos bonzinhos e os comentários da rapaziada anti States (perdão, anti-este-Bush), arredondando imenso os olhinhos bondodos e rosnando impropérios contra o Império:

"se executam o Saddam, porque é não julgam o Bush que é, pelo menos!, tão criminoso como ele?! Porquê?!!!!"

Vejam mais no Público de hoje:

http://www.rdp.pt/index.php?article=259029&visual=16

Saturday, November 04, 2006

A Mafia e a GNR

O festival de escandaleiras na GNR continua...

O chefão máximo, general Mourato Nunes, que continua inexplicavelmente a flutuar naquele mar de corrupção, declara nas calmas que não há nada provado contra a malta que fazia pela vida na Escola Prática da Guarda, não obstante os processos em curso, os dois oficiais superiores suspensos, etc, etc.

Agora chega a notícia do processo de averiguações instaurado ao tenente Rodrigues Coelho que, como chefe da contabilidade daquela escola, denunciou as irregularidades. Suspenderam-lhe a promoção e estão a fazer-lhe a cama sob a suspeita (oh, crime de lesa Mafia) de ter falado "cá para fora", para o Expresso.

Afinal, a Omerta mafiosa também funciona na GNR, como era de esperar, digo eu...