Sunday, October 31, 2010

OS NOVOS RICOS, A ARQUITECTURA E OS ESQUERDALHOS

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A propósito da inauguração da extravagante torre/moradia de 27 andares, um misto de duplexes, triplexes e, aparentemente, quadriplexes (pelo que se percebe das fotos que a Publica traz hoje...), que terá custado mil milhões de dólares e terá demorado sete anos a construir, o articulista, um tal Mark Magnier, discorre sobre os bilionários pouco dados a solidariedade e filantropias, antes mais virados para a ostentação do que têm.

Aqui está um tema que vende, bem condimentado com as diferenças abissais entre ricos e pobres, e inimagináveis entre muito ricos e muito pobres.

Isto, claro, a propósito da torre/moradia ter sido implantada no meio de (ou com vista para) um bairro da lata de Mumbai (o novo nome de Bombaim).

O articulista esquece-se, não sabe, ou a "ideologia" não o deixa ver que as décadas de iniciativa estatal pouco ou nada trouxeram de bom para os pobres da Índia, para além de lhes dar o gozo duvidoso de não terem tido por muitos, muitos anos de se confrontarem com os exibicionismos dos bilionários.

Bilionários que no tempo da Sra Indira Ghandi, do seu paizinho e do seu filho, tudo primeiros ministros, se contariam pelos dedos de uma mão.

Esse gozo só pode mesmo ser mazoquista: desde que a Índia enveredou por uma certa liberalização da economia (os esquerdalhos ladrarão já: pois, é o neo liberalismo!!!) que esta entrou num ritmo de crescimento acentuado à la BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) de que resultou o aparecimento até agora de, segundo a Pública, 69 bilionários e 42.800 milionários, quantidade actual desses espécimes.

Isto é um ultrage para o povo trabalhador!, ladrarão em uníssono orquestrado o sindicalista e o comuna, sedentos de acabar com os ricos. E dirão, pensativamente, um para o outro: "se eu mandasse, camarada, ia já tudo para a Sibéria..."

Mas, afinal, qual o significado da existência de tantos e cada vez mais ricaços na Índia? Para os esquerdalhos, maiores diferenças entre ricos e pobres, mais exploração, o agudizar das contradições de classe e por esse caminho fora.

Para os pobres, significa mais oportunidades de trabalho com todas as consequências habituais: mais emprego (precário, claro!), menos fome, mais hipóteses de os filhos estudarem, melhor saúde, mais esperança no futuro.

Naturalmente que o pobre gostaria de ter um Ferrari como o patrão (também eu, carago!), de ter pelo menos uma das mansões dele e de ter as amantes boazonas como as do patrão. Já não falo dos barcos e helicópteros...

Mas isto representa um salutar elevar de expectativas em relação ao que ele, o pobre, aspirava antes do bilionário montar a fábrica que lhe dá trabalho, onde o explora horrorosamente com mais umas centenas de antigos camponeses transformados em desempregados e biscateiros esfomeados na grande cidade.

É que antes disso, ele apenas aspirava a ter que comer nesse dia, que no dia seguinte (se houvesse dia seguinte) logo se veria...

E pronto! A moral desta estória é simplemente o que o meu saudoso amigo Eduardo Santos (recorde-o aqui) dizia:

Acabar com os ricos? Que disparate, devemos é acabar com os pobres!

ESTADO LADRÃO, DEVOLVE A IGREJA DE CAMPOLIDE QUE ROUBASTE HÁ 100 ANOS!!!

Leia mais clicando aqui e mais aqui e veja um filmezinho, clicando aqui, sobre o estado a que o Estado deixou chegar o património que roubou durante a jacobina 1ª República, de tristíssima memória.

Esse mesmo Estado quer agora vender a igreja ao Patriarcado por umas centenas de milhares de Euros.

A que propósito deveria o Patriarcado pagar para lhe ser devolvido um bem roubado?!

Só mesmo na cabeça anticlerical de um republicano assanhado.

Ou talvez não: a verdade é que no tempo do Salazar/Cerejeira, a coisa também não se resolveu...

QUERIAM GOIABAS?!

Há menos de um mês, quando acabei as férias, deixei a goiabeira com muitas goiabas verdes, pequeninas, algumas secas, escuras e a árvore com parte das folhas amarelecidas e secas.

Hoje encontrei-as verdejante e saudável, carregada de goiabas maduras e com imensas caídas no chão.

Um espectáculo!

Apanhámos uns quilitos, deitámos fora outro tanto (as que estavam caídas, já "tocadas" ou francamente apodrecidas) e vão ficar na árvore mais uns tantos que espero que a família colha e aproveite.

Veja aqui .

No chão, estava o que parecia uma minhoca grande, morta e seca.

Apanhei-a e olhando-a de perto viu-se logo que era uma cobra (cerca de 10 cm); a pele escamosa e o esqueleto que se via por um rasgão na pele não deixavam dúvidas de que era um vertebrado.

Cobras no quintal - temos que andar de botas de borracha ou coisa que o valha.

Tal tá a moenga, compadre, tal tá a moenga!!!

Saturday, October 23, 2010

PENA DE MORTE EM PORTUGAL ABOLIDA EM 1976

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O título do post não é gozo: ando há anos a resmungar contra o bando de sacristas que embandeiram em arco por Portugal ter abolido a pena de morte em meados do século XIX, mostrando assim ser um estado paladino do respeito pela vida e pela pessoa humana.

O tanas!

Se é verdade que a pena de morte para crimes civis foi abolida em meados daquele século, precedida poucos anos antes pela abolição da pena de morte por crimes políticos, só em 1911 a pena de morte por crimes militares (traição, etc) foi abolida.

Mesmo assim, em atitude típica da 1ª república, aquela pena voltou a ser restabelecida assim que foi conveniente, em 1916, com a entrada de Portugal na Grande Guerra.

O respeito pela vida, pela pessoa humana, etc e tal teve que esperar até 1976, já depois do 25 de Abril, para se poder dizer com toda a propriedade que Portugal aboliu a pena de morte!

Veja o que diz a Wikipédia sobre o assunto aqui, de que transcrevo o seguinte:

"Portugal foi praticamente o primeiro país da Europa e do Mundo a abolir a pena capital, pois antes dele apenas a tinham abolido a efêmera República Romana, em 1849, e o Principiado de S. Marino, em 1852.

De qualquer modo, Portugal foi o primeiro Estado do Mundo a prever a abolição da pena de morte na Lei Constitucional, após a reforma penal de 1867.

Cronologia:

Abolida para crimes políticos em 1852 (artigo 16.º do Acto Adicional à Carta Constitucional de 5 de Julho, sancionado por D. Maria II).

Abolida para crimes civis em 1867 no reinado de D. Luís.

Abolida para todos os crimes, excepto por traição durante a guerra, em Julho em 1867 (Lei de 1 de Julho de 1867). A proposta partiu do ministro da Justiça Augusto César Barjona de Freitas, sendo submetida à discussão na Câmara dos Deputados. Transitou depois para a Câmara dos Pares, onde foi aprovada.

Mas a pena de morte continuava no Código de Justiça Militar. Em 1874, quando o soldado de infantaria n.º 2 António Coelho assassinou o alferes Palma e Brito, levantou-se grande discussão sobre a pena a aplicar.

Abolição para todos os crimes, incluindo os militares, em 1911.

Readmitida em 1916 a pena de morte para crimes de traição em tempo de guerra.

Abolição total em 1976.

A última execução conhecida em território português foi em 1846, em Lagos. Remonta a 1 de Julho de 1772 a última execução de uma mulher, que se chamava Luísa de Jesus.

A última execução oficial, de homem ou mulher, foi em 1917, durante a primeira guerra mundial, por traição, no seio do exército português em França, ao abrigo do Direito Português.

De forma extra-oficial, a PIDE, polícia política do regime ditatorial português designado por Estado Novo, executou (deliberadamente ou na sequência de torturas) alguns ativistas anti-regime e, de forma praticamente sistemática, os elementos capturados na guerra contra os movimentos emancipacionistas de três colónias portuguesas (Guiné-Bissau, Angola e Moçambique) entre 1961 e 1974.

Actualmente, a pena de morte é um acto proibido e ilegal segundo o artigo 24.º, n.º 2, da Constituição Portuguesa."

Wednesday, October 20, 2010

VIV'Ó SÓCRATES!!!!!!!

A BRINCAR, A BRINCAR SE VÃO DIZENDO AS VERDADES….DM

Portugal daqui a 2 anos !

Um menino regressa da escola cansado e faminto e, pergunta à mãe:

Mamã, que há de comer?'

Nada, meu filho.'

O menino olha para o papagaio, que têm na gaiola, e pergunta:

Mamã, porque não há papagaio com arroz?'

Porque não há arroz.'

E papagaio no forno?'

Não há gás.'

E papagaio no grelhador eléctrico?'

Não há electricidade.'

E papagaio frito?'

Não há azeite.'

E o papagaio contentíssimo gritava:

VIVA O SÓCRATES !!!

Recebida do meu amigo Toni Ferreira

O IKEA TEM TUDO!

O meu amigo João chamou-me a atenção para as novidades do IKEA, em particular uma espreguiçadeira desenhada para evitar desconforto em certas posições, para certas pessoas.

Não é uma ideia do caraças?!

Hã?!

Tuesday, October 19, 2010

CLARA - a menina que sobreviveu ao holocausto

Clique na foto da contracapa para ampliar e ler

Depois de uma noite mal dormida (ontem foram 2 horitas, pouco mais...) acabei hoje o livro que dá o título ao post.

É giro quando se pensa que se leu (ou, ao menos se ouviu falar de) tudo o que há para ler sobre o holocausto eis que surge do fundo da memória colectiva de uma (melhor, de quatro) família este livro que narra como dezoito pessoas foram escondidas, alimentadas e salvas por uma família alemã numa pequena cidade polaca.

Durante os 18 meses passados num bunker escavado sob a casa dos Beck, a família alemã, Clara, então com 15 e 16 anos, escreveu um diário que está hoje no Museu do Holocausto de Washington.

Se é ligado a estes temas, não perca!

Veja também alguns sketches sobre o mesmo tema aqui e aqui.

Veja/oiça também a entrevista de Clara (agora com 80 anos) sobre o livro.

Saturday, October 16, 2010

RECORDAR FRANÇOISE HARDY

Podia ter-me dado para pior. Aqui há dias uma malta de Luanda recordava no FB músicas do "nosso tempo" (anos 60's eramos teenagers, festas de garagem, etc, etc) e passaram o Tous les garçons et les filles da Françoise Hardy.

Ora a dita garina foi só uma paixão do caraças cá do rapaz que só não foi pior porque tive sempre os pezinhos bem assentes no chão.

Mas que foi paixão, isso foi! (enfim, como se adora a nossa senhora, à distância, e tal e coiso...)

Oiçam a seguir (é só clicar nos links) algumas canções da menina...

Le Temps de l'amour

Comment te dire adieu com legendas em espanhol, para quem não "apanhou" o francês na escola...

Le premier bonheur du jour (caíram aí uns pingos do monitor? pronto, pronto, já as sequei...) Fantástica!!!

J'suis d'accord (si tu ne me demandes pas d'aller chez toi) - a minha preferida.

Espero que gostem.

DESEMPREGO E SUBSÍDIOS GENEROSOS

Já estou a ver alguns amigos meus (e ex-amigos, ai de mim...) a bolsarem críticas contra o Comité Nobel, certamente minado pelo vírus do Neo Liberalismo...

Pois é, o dito Comité atribuíu o Nobel da Economia (clique no link para ver o comentário, no Expresso de hoje, de Henrique Raposo) a três investigadores (também hediondos neo liberais, certamente...) que ousaram estabelecer uma relação de causa - efeito entre generosos subsídios de desemprego e (o quê? o quê?...) desemprego, pois claro.

Para a rapaziada (o Dr Manel Carvalho da Silva, por exemplo) que diz que é evidente que ninguém prefere ficar com o subsídio de desemprego e recusar trabalhos "mal pagos", isto deve ser mesmo uma heresia...

Mas, mesmo sem ter visto (e lido) os papers dos investigadores laureados, a coisa faz todo o sentido, olá se faz!

DESTAQUE DA SEMANA - EXPRESSO

DEMOCRACIA E REPÚBLICA - VOILÀ!

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Leia o texto de José Cutileiro no Expresso de hoje - chapa-lo-ei aqui assim que chegar a casa. Já cá está!

O tema é: os States são uma democracia e a França uma república.

Dá que pensar...

Como escrevia um colunista do Público há dias, em post scriptum de um texto sobre a república portuguesa:

"... e não, não sou monárquico; mas também não sou parvo."

Thursday, October 14, 2010

NO LEGS, NO ARMS - FANTÁSTICO!!!

Este tipo é um caso impressionante, na linha do "nosso" Salvador .

Não perca o vídeo, clique aqui

Wednesday, October 13, 2010

REMEMBER OAL - ORFEÃO ACADÉMICO DE LISBOA II

... e, já agora, aqui fica mail uma peça (2 em 1) do OAL: os poemas de António Gedeão, Homem e Poema do Autocarro.

Clique aqui .

O Gedeão a fingir que lê, para a fotografia...

O Jorge Silva Santos, hoje maestro na Gulbenkian, salvo erro.

O poeminha Homem, inútil definir este animal aflito...

Tuesday, October 12, 2010

REMEMBER OAL - ORFEÃO ACADÉMICO DE LISBOA

Ouça as Regras para quem quiser viver em paz , pelo OAL - Orfeão Académico de Lisboa, gravação do início dos anos 70.

A foto ao lado mostra o maestro César Batalha em acção.

Sunday, October 10, 2010

MONANGAMBÉEEEEE

Deliciem-se (quem gosta, claro) coma voz do Rui Mingas, a cantar o Monangambé é só clicar.

Monday, October 04, 2010

CAMPO DE NUDISMO PARA CEGOS

Por gentileza do meu amigo João, apresento-vos aqui uma fotografia tirada num campo de nudismo para cegos, por um paparazzo nosso conhecido.

Impedidos de usar bengala (só sapatos e óculos escuros são admitidos no campo) reparem como o casal se mantém unido para evitar que se separem e percam um do outro no meio da confusão.

Muito engenhoso!

Saturday, October 02, 2010

COMEMORAR A IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA - OS EQUÍVOCOS...

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Continuo a dizer que a República nada, ou quase nada trouxe de bom ou, pelo menos, de melhor que o regime que substituiu.

O anterior regime (para além da Igreja e do Rei, fonte de todos os males para os republicães...) tinha como característica principal a Democracia, que já se tinha consolidado em mais de meio século - os jornais da época, com charges azedas e constantes ao Rei são disso prova indesmentível.

A polícia política da República, a formiga branca, e a insegurança e arbitrariedade generalizadas, para além da perseguição da Igreja, legalmente consignada, são aspectos sempre presentes naqueles anos de bandalheira, violência, crime, desgoverno e miséria.

Salazar e o Estado Novo só podiam mesmo ter sido aclamados e bem vindos pelo grosso da população...

Leiam a crónica do Vasco Pulido Valente no Público de hoje: o que os historiadores dizem sobre o assunto não difere muito disto.

Afinal, estamos a comemorar o quê?!

O MORCEGO E O ALFINETE DE PEITO

Fantástico!

Graças ao IgNobel da Biologia 2010 ficámos a saber que as morcegas da fruta fazem broche aos seus parceiros, com o que lhes prolongam a erecção. E esta, hã?!

Aguardo foto...