Sunday, July 27, 2008

O MILAGRE DE S. CRISÓSTOMO


Será possível que nunca vos tenha contado o Milagre de S. Crisóstomo?! A estória, que creio ser da autoria do meu amigo Toni Ferreira, reza mais ou menos assim:
S. Crisóstomo era um eremita já velhote, em crise de fé, que se afastava da cidade e do mundo para melhor buscar o Senhor, nos seus insondáveis caminhos. Numa certa época constríu ele uma choupana (nome que se dá às cabanas dos santos eremitas) muito longe da cidade, num sítio cujo sossego só era cortado pelo murmurar das águas frescas e límpidas de um ribeiro.
O bom do santo habituou-se a meditar boiando na água, só com um chapéu a proteger-lhe o toutiço onde a cabeleira farta de outrora já rareava. A corrente arrastava-o mansamente e, quando a meditação terminava, nadava vigorosamente rio acima, castigando o corpo daquela preguiça que o diabo colou, implacavelmente, ao acto de meditar.
Um belo dia, S. Crisóstomo entrou em acesa disputa com o mafarrico e a discussão foi tão demorada que, quando deu por si, tinha "dado à costa" numa praia fluvial onde três banhistas olhavam com curiosidade o destroço esquisito trazido pelas águas.
A consciência da sua nudez fê-lo levantar-se de um pulo, rapar do chapéu e cobrir apressadamente as partes pudibundas.
Mas então, para sua grande aflição, reparou que as banhistas, pois que de meninas se tratava, estavam a fazer nudismo e os olhos do ancião, guiados pelo demo, saltavam de peitos para púbis, de púbis para nádegas, destas de novo para peitos, num frenesi demoníaco a que o bom do santo só conseguiu por cobro tapando os olhos com ambas as mãos.
E então deu-se o milagre de S. Crisóstomo:
O chapéu não caíu...

Saturday, July 26, 2008

Os Ciganos e os patetas que nós somos...

Leiam (não percam mesmo!) este texto que o meu amigo Costa (correcção, a arquitecta Sofia enviou-me o texto no mesmo dia mas 3 horas mais cedo que o Costa) sacou da imprensa diária, da autoria do Mário Crespo.

"Limpeza étnica

O homem, jovem, movimentava-se num desespero agitado entre um grupo de mulheres vestidas de negro que ululavam lamentos. "Perdi tudo!" "O que é que perdeu?" perguntou-lhe um repórter. "Entraram-me em casa, espatifaram tudo. Levaram o plasma, o DVD a aparelhagem..." Esta foi uma das esclarecedoras declarações dos auto desalojados da Quinta da Fonte.

A imagem do absurdo em que a assistência social se tornou em Portugal fica clara quando é complementada com as informações do presidente da Câmara de Loures: uma elevadíssima percentagem da população do bairro recebe rendimento de inserção social e paga "quatro ou cinco euros de renda mensal" pelas habitações camarárias.

Dias depois, noutra reportagem outro jovem adulto mostrava a sua casa vandalizada, apontando a sala de onde tinham levado a TV e os DVD. A seguir, transtornadíssimo, ia ao que tinha sido o quarto dos filhos dizendo que "até a TV e a playstation das crianças" lhe tinham roubado.

Neste país, tão cheio de dificuldades para quem tem rendimentos declarados, dinheiro público não pode continuar a ser desviado para sustentar predadores profissionais dos fundos constituídos em boa fé para atender a situações excepcionais de carência. A culpa não é só de quem usufrui desses dinheiros. A principal responsabilidade destes desvios cai sobre os oportunismos políticos que à custa destas bizarras benesses, compraram votos de Norte a Sul.

É inexplicável num país de economias domésticas esfrangalhadas por uma Euribor com freio nos dentes que há famílias que pagam "quatro ou cinco Euros de renda" à câmara de Loures e no fim do mês recebem o rendimento social de inserção que, se habilmente requerido por um grupo familiar de cinco ou seis pessoas, atinge quantias muito acima do ordenado mínimo.

É inaceitável que estes beneficiários de tudo e mais alguma coisa ainda querem que os seus T2 e T3 a "quatro ou cinco euros mensais" lhes sejam dados em zonas "onde não haja pretos".

Não é o sistema em Portugal que marginaliza comunidades. O sistema é que se tem vindo a alhear da realidade e da decência e agora é confrontado por elas em plena rua com manifestações de índole intoleravelmente racista e saraivadas de balas de grande calibre disparadas com impunidade.

O país inteiro viu uma dezena de homens armados a fazer fogo na via pública. Não foram detidos embora sejam facilmente identificáveis. Pelo contrário. Do silêncio cúmplice do grupo de marginais sai eloquente uma mensagem de ameaça de contorno criminoso - "ou nos dão uma zona etnicamente limpa ou matamos."

A resposta do Estado veio numa patética distribuição de flores a cabecilhas de gangs de traficantes e auto denominados representantes comunitários, entre os sorrisos da resignação embaraçada dos responsáveis autárquicos e do governo civil.

Cá fora, no terreno, o único elemento que ainda nos separa da barbárie e da anarquia mantém na Quinta da Fonte uma guarda de 24 horas por dia com metralhadoras e coletes à prova de bala. Provavelmente, enquanto arriscam a vida neste parque temático de incongruências socio-políticas, os defensores do que nos resta de ordem pensam que ganham menos que um desses agregados familiares de profissionais da extorsão e que o ordenado da PSP deste mês de Julho se vai ressentir outra vez da subida da Euribor."

Friday, July 25, 2008

Ainda há malta porreira!

Para quem anda distraído com estas coisas (ou se farta a meio das histórias...) conto-vos esta: o sargento Gomes, à guarda de quem a Esmeralda continua, pagou hoje € 36.000,00 ao pai da miúda por a ter subtraído à sua guarda, guarda que o tribunal lhe atribuíra mas que o sargento se recusou a ceder, incorrendo em crime de "subtracção de menor", entre outros.

Parte substancial do cacau foi arranjado pelo Filipe La Féria (receita de um espectáculo) e do José Cid (receita de vários espectáculos), que também ajudaram a custear as contas do advogado.

Não sabia nada disto e fiquei francamente bem impressionado!

. . . . .

O sargento, ao pagar aquela quantia ao pai da miúda, fez-lhe um desafio: "Ó sr Baltazar, reserve a massa para a educação da miúda", em vez de a usar para se abonecar e gastar em vinho e putas.

Esta última parte é da minha lavra, mas tem todo o cabimento, ai tem, tem...

Wednesday, July 23, 2008

O chá de cadeira

O chá de cadeira era a figura de estilo para referir a menina pouco prendada que ia ao bailarico (ou chá dançante) que ninguém sacava para dançar. No fim do baile, dizia-se que a dita apanhara um chá de cadeira.

Assim estou eu (ai de mim), sentado no corredor, dossier em cima das pernas, notebook (ainda é assim que esta coisa se chama?) em cima do dossier, teclando furiosamente, a esperar por umas assinaturas, sem as quais (estas, concretamente) a manhã de amanhã não me correria de feição. E tenho mesmo que esperar pois a esferográfica e a mão que a segura estarão amanhã e durante uma semana a uns milhares de milhas daqui. A bicha sou só eu (salvo seja, abrenúncio!!!) mas a minha vez não há meio de chegar...

Há uma boa meia hora que os meus colegas estão na República da Cerveja, no Parque das Nações, de copo na mão preparando o estômago para o jantar de despedida do Sérgio.

Daqui até lá não faço mais de meia hora, mas a meia hora só começa a contar quando tiver as papeladas assinadas e arrumadas e estiver dentro da carripana, ganda porra!

Tá visto que vou lá tomar café com eles e... vamos lá ver!

Sem recibo, nada feito...

A propósito do trabalhador da TAP que faltava (post mais abaixo) um colega contou-me um caso real, passado com ele:

Um belo dia, o meu colega foi à secretaria do ISEL para protestar contra uma quantia a mais que lhe fora cobrada e para ser reembolsado. Tudo bem, sem problemas. Só que a funcionária pediu-lhe o recido que lhe fora passado pela quantia cobrada.

Azar, o meu colega já não tinha o recibo - nunca lhe passara pela cabeça vir a precisar dele.

Sem recibo não há reembolso, decidiu a funcionária sem dar nenhuma aberta.

Só para chatear, o "cliente" exigiu uma segunda via do recibo. A atónita funcionária consultou os seus botões, talvez o chefe, e acabou por passar a segunda via do bendito recibo.

O meu colega, então, devolveu a segunda via do recido à funcionária, que lhe fez prontamente o reembolso.

Afinal, para que raio era necessário o recibo (ou a 2ª via), no meio disto tudo?!

Sunday, July 13, 2008

GANDA MUSSOLINI!!!

E esta, hã!

Sempre considerei, e considero, o Mussolini como uma espécie de ass hole, campónio, arrogante e convencido de que governava um grande país. Meteu-se numa guerra para a qual o país pequeno e atrasado não estava preparado e lá foi, a muito custo, ocupando a Abissínia, depois de um passeio pela Tripolitânia, mas ao meter-se nos balcãs, atolou-se até ao pescoço e teve o tio Adolfo ir em seu socorro para terminar a missão de chegar a Atenas. O resto, até ser pendurado ao lado da Claretta Petacci, é mais que sabido.

Descobri agora que o homem não era parvo de todo - mais uma vez, aí vem o Carlos Té com a sua sabedoria de vida vertida no Lado Lunar: toda a alma tem uma face negra, nem tu nem eu fugimos à regra.

O bom do Benito, pelos vistos (e como era de esperar) também tinha um lado solar, uma face "branca". Aqui fica a pérola (sem gozo):

A POLTRONA E AS PANTUFAS SÃO AS RUÍNAS DO HOMEM

Se eu tiver juízo, é desta que vou deixar de aterrar no sofá, com ou sem pantufas, logo, logo a seguir ao jantar, e amodorrar durante três ou quatro horas em que podia muito bem estar a fazer algo de útil - já que mais não fosse a fazer exercícios (o sudoku?) que atrasem a inexorável decrepitude das célulazinhas cinzentas.

E para quem já entrou no terço final desta vida, é bem importante atrasar esse processo...

Thursday, July 10, 2008

O MAROCAS NÃO SE ENXERGA

Depois de ter sido enxovalhado na sua tentativa de voltar à ribalta, na malograda e risível candidatura às presidenciais, o Mário Soares está a derrapar cada vez mais para os seus tempos gloriosos de gauchiste. Realmente ser contra o Salazar era fácil e ser contra o Caetano, além de fácil, até nem era perigoso por aí além. Bons tempos, dr Soares, bons tempos...

O decrépito ancião descobriu agora que os campos de concentração nazis eram uma espécie de estâncias de férias, com taxa de mortalidade próxima do zero, boa alimentação, boas instalações, actividades desportivas, tempo para rezas, etc, etc, etc, e que os presos que a Gestapo & Cia arrecadavam neles eram bandidos e tipos envolvidos em terrorismo, ou, pelo menos, suspeitos de terrorismo.

Só assim percebo por que carga de água o pateta compara a prisão de Guantánamo com os campos de concentração nazis.

Para um visitante assíduo da sinagoga lisboeta, de kippa e mantilha, é de estranhar esta comparação perfeitamente insultuosa para os judeus que morreram como moscas nos campos de concentração nazis.

Claro que o canastrão queria apenas enxovalhar os odiados americanos, alvo fácil para quem se sente, certamente, órfão do Caetano e do Salazar. O homem parou no tempo - durante a campanha eleitoral, afirmou-se, num comício, como o anti-Salazar.

Fraco trunfo para usar quase 40 anos depois da morte do Botas...

Sunday, July 06, 2008

A PROPRIEDADE PRIVADA

Sempre me causou espanto as pessoas super ciosas dos seus "direitos" que reclamam quando no baldio do outro lado da rua é construído um prédio que lhes tira "as vistas".

Aparentemente, para essa gente, as cidades deviam ser uma espécie de descampados onde cada um de nós teria a sua moradia isolada, com montes de terreno à volta e "vistas" a perder de vista... mesmo pagando apenas o preço de um T2 no 7º andar de num condomínio de 2ª categoria! Isso é que são direitos, carago!!!

Pois a "nossa" Paula Rego está em pé de guerra por o dono do prédio ao lado querer acrescentar-lhe dois andares, que lhe vão fazer um bocadinho de sombra sobre a generosa claraboia que "abastece" o estúdio de luz natural.

Claro que a "nossa" Paula está-se cagando se o PDM lá do sítio permite a obra que o vizinho quer fazer na sua propriedade: a ela só interessa evitar a chatice de ter que procurar outro estúdio, caso a luz natural deixe de ser a ideal, depois da obra do vizinho!

Será que a tótó não se enxerga?! Será que não quer gastar dinheiro para montar um estúdio no centro de uma propriedade nos arredores que lhe garanta que nenhum prédio será construído próximo do seu estúdio?!

Até parece que os estúdios dos artistas consagrados têm direitos de servidão sobre os terrenos circundantes, à imagem do que sucede com aeroportos, paióis e outros que tais!

A fama subiu-lhe à cabeça, tá visto...

Saturday, July 05, 2008

NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

O deputado João Semedo teve do melhor e do pior.

Do melhor: uma proposta, acolhida pela Assembleia, que permitirá aos doentes ter um acompanhante nas urgências dos hospitais. Aleluia! Isto é muito bom, numa altura em que os hospitais públicos são baluartes nos quais funcionários públicos no pior e mais arcaico sentido desprezam o paciente, quando não o maltratam mesmo...

Do pior: o facto de alguns hospitais privados terem 25% da sua receita proveniente de protocolos com a ADSE levou o bloquista a considerar estar perante um caso de parasitismo. O pateta (se calhar basta dizer "o bloquista"...) não percebe que se o Serviço Nacional de Saúde (SNS) prestasse serviços de qualidade, com prontidão e eficiência, a ADSE e outros serviços do Estado não teriam que proteger os seus utentes enviando-os para a medicina privada. A ministra (aquele olhar de esguelha nunca me enganou) já há umas semanas tinha dado o mote acusando a ADSE de recorrer aos hospitais e clínicas privadas em vez de dar a sua preferência ao SNS.

Nem um nem outro percebem que a preferência tem que merecer-se, em concorrência com outros prestadores de serviços de saúde, e que o dever da ADSE é para com os seus utentes e não para com o tal SNS.

O bando habitual dos amigos da memória anti-fascista (ou coisa que o valha) conseguiu levar à AR uma petição para que fosse proibido o museu Salazar que a Câmara Municipal de Santa Comba Dão quer construir lá no sítio.

E não é que uma ampla maioria apoiou a ideia de proibir o Museu?! Do BE ao PS passando pelo PCP e seu penduricalho "Os Verdes", toda a esquerda apoiou a ideia de proibir o Museu com a justificação de que a coisa será um templo da extrema direita para branquear o salazarismo.

Claro que o museu será isso mesmo - nunca vi nenhuma casa museu de um determinado Fabiano que se dedicasse a denegri-lo. Claro que o museu vai apresentar, certamente, o que o regime teve de bom e atenuar o que teve de mau. So, what?

Liberdade não será isso mesmo?! Para os esquerdalhos, parece que não...

ANACRONISMO

Esta semana um grupo de pessoas raptadas pelos bandidos das FARC foi libertado, numa operação rocambolesca, aparentemente levada a cabo pelo exército e pela secreta colombiana.

Aleluia!!!

A Ingrid, cada vez menos verde (pudera, seis anos a verdejar na selva converte qualquer verde num adepto ferrenho e comovido da law & order, for god sake!) lá foi até Paris agradecer ao Sarkozy a ajudinha que deu.

Deve seguir-se o abraço ao louco de Caracas... ou talvez não, se ela perceber que o dito louco trata as FARC como um partido político (e dá-lhes dinheiro!) e o governo da Colômbia como bandidos. Vamos lá ver o que ela faz.

Isto faz-me lembrar os meus tempos de extrema esquerda (soft, soft) em que a luta armada parecia ser solução para quase tudo e o Guevara (mesmo morto) até parecia ser libertador de alguma coisa para além de si próprio. Estávamos nos anos 60 e 70 do século passado, a URSS, os States e a China dominavam tudo e parecia mesmo que só à porrada é que alguma coisa mudava.

Mas em pleno século XXI, mesmo na América Latrina, continuar a haver guerrilha de extrema esquerda?! Ainda por cima, financiando-se no tráfico de droga e no negócio dos raptos?! Esquerda my ass, os gajos são bandidos e mais nada ...

Isto é (só pode ser!) um anacronismo crasso, um bando de patetas que parou no tempo e não encontra o caminho do futuro.

What a mess!!!

Wednesday, July 02, 2008

A MAIS MAZINHA DA SEMANA...

A Microsoft lançou uma nova gama de software dirigida a um target específico, tendo começado pelo substituto do Visual Basic: o INVISUAL BASIC.