Sunday, January 29, 2006

Angola e o recrutamento local - as baixas

Depois do "para Angola rapidamente e em força" do Botas de Santa Comba e de se ter consumado, pelo menos simbolicamente, com a tomada de Nambuangongo, a reocupação das áreas que a UPA chegou dominar , houve que reajustar o dispositivo para se fazer face a uma situação que se adivinhava prolongada.

As acções de polícia (se alguma vez o foram) iriam transformar-se numa guerra de desgaste sem fim à vista, impondo-se uma "vietnamização" da guerra, tão profunda quanto possível.

A existência de vastas áreas intocadas pela guerra, o cariz marcadamente tribal da UPA e a existência de uma população branca e mestiça em franca expansão, permitiam apostar numa participação cada vez maior de tropa recrutada e treinada em Angola, aliviando o esforço que Portugal fazia, agravado pela eclosão de acções de guerrilha em Moçambique e na Guiné.

A tese de Mestrado do Dr Henrique Gomes Bernardo sobre "Estratégia de um conflito - Angola 1961-1974", defendida em 2003 no ISCSP, aborda aquele tema e dela extraímos os dados que, com a devida vénia, apresentamos no quadro e no gráfico aqui reproduzidos.

Vemos, assim, que a seguir à eclosão do terrorismo a percentagem dos efectivos de recrutamento local seguiu uma linha geral ascendente, com pequenas quebras em 1965 e 1969 e uma quebra brusca em 1967. Nos primeiros anos da década de 70, os efectivos de recrutamento local preenchiam mais de 40% do total. Esta participação na guerra não teve, contudo, correspondência no número de baixas, sendo a mortalidade na tropa de recrutamento local cerca de duas vezes menor que a da tropa oriunda da então metrópole.

As estatísticas apresentadas na tese não são suficientemente desagregadas para permitirem compreender as razões desta disparidade. Contudo, desenhava-se, nos últimos anos de guerra, uma tendência para a equalização das taxas de mortalidade (ver valores para 1971-73) que o 25 de Abril veio interromper. O gráfico seguinte mostra que só em 1961, 69 e 73 as taxas de mortalidade estiveram próximas do equilíbrio, sendo o valor médio de cerca de 50%.

Estes dados vêm lançar alguma luz sobre sobre a velha questão agitada por parte da população branca das colónias, em particular de Angola, segundo os quais a guerra foi um negócio para a tropa que ia da metrópole para Angola "encher-se". É verdade que a guerra é sempre um negócio para muita gente e a de Angola não o deixou de ser para muito boa gente (militares, principalmente oficiais do QP, mas também civis e não só da metrópole...) que conseguiam o ingresso em carreiras na administração colonial, bem mais compensadoras que o acumular de comissões, mesmo quando cumpridas no "ar condicionado".

Não devemos, contudo, permitir que as árvores nos impeçam de ver a floresta: as centenas de milhares de jovens que foram arrebanhados para a guerra, para defender o modo de vida colonial que nada lhes dizia e com que nada beneficiavam, em condições de risco de vida duas vezes maior que o que corriam os mancebos incorporados localmente. Ou seja, os mancebos que iam defender a sua própria terra (e o seu modo de vida) faziam-no em condiçoes bem menos arriscadas que os que vinham da metrópole!

Estes estudos que vão aparecendo, à medida que o distanciamento no tempo vai permitindo encarar o colonialismo e a guerra numa perspectiva histórica e menos numa de paixões exacerbadas e sentimentos de perda irreparáveis e podem ser usados como instrumento para dar resposta aos que, tendo refeito a sua vida depois do trauma do regresso das caravelas, não desistem de denegrir o papel da tropa que, defendendo o sistema colonial durante 14 anos, lhes permitiu manter a ilusão de um futuro possível, numa situação perfeitamente anacrónica, sem paralelo no mundo (orgulhosamente sós, dizia o Botas!).

Ilusão mantida com o sacrifício, quando não do sangue e da vida, de toda uma geração.

O Europa vai abaixo - um bom exemplo

Veio a público (não me lembro se no Público...) que o ex-cinema Europa vai mesmo abaixo. Finalmente!!!

Ainda bem, porque, para além de um péssimo enquadramento na malha urbana (por outras palavras - é um verdadeiro mamarracho!), o edifício está ocupado por pombos que, muito justamente, consideram a fachada um monumental pombal. A foto acima e as inseridas não enganam!

Todos os recantos são utilizados pelos ratos voadores para fazerem as suas necessidades, quando não as fazem directamente na carola de um incauto transeunte.

Um chiqueiro!

Felizmente, parece que, desta vez, a coisa vai fazer-se a contento dos moradores, dos "amantes da kultura", do promotor imobiliário e até da Câmara!. O projecto contempla habitação nos andares, comércio no rés do chão, estacionamento em cave e uma área kultural, ainda não se sabe muito bem onde, nem para quê, nem gerida por quem, nem paga por quem...

Mas do mal, o menos: o dono do edifício vai poder tirar o devido rendimento do bem que possui, a CML deixa de ter à perna a mão estendida dos tais "amantes da kultura" e os moradores livram-se do mamarracho, do chiqueiro e do Europombal.

Até pode ser que passem a usufruir do tal espaço kultural - mas isso, se calhar, era pedir demais...

NEVOU EM LISBOA!

Esta tarde, durante mais de meia hora, nevou em Lisboa!

A temperatura não estava suficientemente baixa para impedir a neve de derreter antes de se acumular, mas o efeito dela a cair, com flocos de tamanho razoável, foi uma delícia.

As fotos foram tiradas de minha casa, do lado do Carrefour.

Saturday, January 21, 2006

Os moradores querem kultura no Cine Paris, já!

Aqui vai uma foto do mamarracho que a CML, pressionada pelos "moradores", adquiriu, em estado mais que lastimoso. Suspeito que assim ficará por uns tempos largos...

Espero que a CML o venda a uma imobiliária que edifique no local e que "devolva" os carcanhóis que a CML gastou com tão improvável centro de Kultura, a dois passos da Casa Fernando Pessoa.

...E NÃO PRENDEM O GADJO!!!

Afinal o cacau não era nada do sobrinho do Isaltino, não eram só duas ou três contas, nem eram apenas umas dezenas de milhar de Euros. Eram uma porrada de contas, alimentadas com dinheiro em notas, ao longo de anos e anos, por familiares e funcionários da Câmara de Oeiras, ascendendo a mais de UM MILHÃO DE EUROS.

Era o esquema das licenças de construção com taxa de urgência...

Parece que só se prova a corrupção com um empreiteiro (um tal Algarvio...) mas o crime de fuga ao fisco é limpinho: há cacau, não entrou na declaração do IRS nem foi feito o pagamento do consequente imposto.

Choça com o gajo!

Qual é ele, qual é?

O Expresso de ontem trazia-nos uma espécie de adivinha que chapo na figura supra, dizendo que o Lino não era.

Na mesma página, vinha uma foto, tirada do DN, com a boca do ex-PC ministro das obras feitas e das otas por fazer. Não será mesmo ele o de cujo?

É que se não for, fico preocupado por haver outro com ainda maior capacidade para aldrabar o pagode...

Wednesday, January 11, 2006

O Jerónimo no Couço


Coitado do Jerónimo! Eu nem devia falar nisto (até se me dói a alminha), mas tem que ser: o homem quer ser Presidente de Portugal e, portanto, não lhe posso permitir baldas.
Em visita ao Couço, retiro ultramontano de comunas empedernidos, uma espécie de sóvia na parvónia, já no longínquo 1975 em que dei aulas de ginástica (?!!!) em Coruche, o kamarada Jerónimo exortou os presentes a que "chamassem os kamaradas que ainda não sabem em quem hádem ir votar..." etc, etc.
É verdade que o kamarada Jerónimo tem menos obrigação de saber falar correctamente que o saloio do sr dr Jorge Coelho.
Mas, porra!!! Se o homem quer ser Presidente de Portugal, alguém tem que lhe ensinar a evitar as bacoradas mais frequentes.
Pelo menos essas!

O Miguelinho e o Iraque

Franzindo imenso as bochecas o Miguel Sousa Tavares arengava às massas ontem, no jornal da noite da TVI, contra os malandros dos amaricanos que atacaram o Iraque onde (toda a gente sabia que) não havia armas de destruição maciça, quando o grande perigo é o Irão.

Já há uns anos Israel atacou as instalações nucleares do Irão, etc, e tal. Isso: ele disse Irão e, pelo "raciocínio" anterior, não parece ter sido engano.

Liguei para a TVI onde duas mocinhas, sucessivamente me atenderam e ouviram a minha exortação de que era preciso alguém contactar o telejornal para corrigirem o bacano.

Foram tão pacientes comigo que, é certo e sabido, me consideraram doido e que, obviamente, o sr dr Miguel estava coberto de razão.

Claro que não houve correcção nenhuma... e o bruto continua a "comentar" à terça feira na TVI, torcendo imenso a fronha, para se perceber que tem convicções muito fortes.

Como diz a minha mais que tudo, "só coisas que me arreliam..."

O Hospital de Santa Maria cobra € 0,70!!!!!

Para meu grande espanto, há dias recebi uma conta para uma familiar minha pagar, no montante de € 0,70 (setenta cêntimos).

O Hospital de Santa Maria enviou a factura pelo correio, com o código para pagamento por multibanco e a conversa habitual sobre alternativas (cheque, vale de correio, etc).

Será que ninguém faz contas nestes locais de esbanjamento que são os Hospitais (de gestão privada ou pública...)?!

Não só o utente gasta tempo e energias para liquidar a conta (paguei por multibanco), como o Estado (que é quem cobre os desvarios destes gestores da treta) gasta mais do que cobra, nesta operação.

BURROS!!!!!

Tuesday, January 10, 2006

Curiosidades...

Da Folha de Couve da Ala Sul, rapinei, com a devida vénia, o texto que se segue, que achei uma delícia:

"A bitola dos caminhos de ferro (distância entre os 2 trilhos) dos Estados Unidos é de 4 pés e 8,5 polegadas. Porque foi usado este número?

Porque era esta a bitola dos caminhos de ferro ingleses e, como os caminhos de ferro americanos foram construídos pelos ingleses, esta medida foi a usada... Porque é que os ingleses usavam esta medida?

Porque as empresas inglesas que construíam os vagões eram as mesmas que construíam as carroças antes dos caminhos de ferro e utilizaram as mesmas bitolas das carroças. Porque era usada a medida (4 pés e 8,5 polegadas) para as carroças?

Porque a distância entre as rodas das carroças deveria caber nas estradas antigas da Europa que tinham esta medida. E por que tinham as estradas esta medida?

Porque estas estradas foram abertas pelo antigo império romano aquando das suas conquistas, e estas medidas eram baseadas nos carros romanos puxados por 2 cavalos. E porque é que as medidas dos carros romanos foram definidas assim?

Porque foram feitas para acomodar 2 traseiros de cavalo!

Finalmente... O vaivém espacial americano, o Space Shuttle, utiliza 2 tanques de combustível (SRB - Solid Rocket Booster) que são fabricados pela Thiokol no Utah.

Os engenheiros que projectaram estes tanques queriam fazê-lo mais largos, porém, tinham a limitação dos túneis ferroviários por onde eles seriam transportados, que tinham as suas medidas baseadas na bitola da linha, que estava limitada ao tamanho das carroças inglesas que tinham a largura das estradas europeias da época do império Romano, que tinham a largura do cu de 2 cavalos.

Conclusão: O exemplo mais avançado da engenharia mundial em design e tecnologia é baseado no tamanho do cu do cavalo romano!

[Agricultura de MN]"

Saturday, January 07, 2006

À martelada, naquela idade?!

Um velhinho de 71 anos, depois de se ter servido da Fonte de Marcel Duchamp (lá, como cá, os WC dos museus estão sempre avariados...), achou por bem parti-la à martelada.

Que não o tenha conseguido, não é de espantar, dada a idade do senhor, mas, mesmo assim, é preciso muito "peito feito" e muita força para a ter conseguido danificar!

Será que não se magoou?!

Wednesday, January 04, 2006

Blow job do kamarada Jerónimo (quem diria!...)

No mesmo Expresso que nos revela que 10% dos portugueses abafam a palhinha, publicou-se uma reportagem sobre uma visita do kamarada Jerónimo à Marinha Grande.

Aí, com a ajuda de um kamarada vidraceiro (que lhe segura a lança, com as duas mãos), o lider comuna surpreendeu tudo e todos com o esforçado BLOW JOB que a foto documenta.

Quem havia de dizer?! O kamarada Jerónimo hã?