Sunday, August 13, 2006

Um Nobel SS - que horror!!!!

O último Nobel da Literatura do século XX, Günter Grass, revelou ter pertencido às Waffen SS, nos últimos anos da guerra. Alistou-se com 15 anos, depois de uma vulgaríssima carreira nas Juventudes Hitlerianas, e foi SS até ser feito prisioneiro pelos americanos.

Por enquanto, o céu ainda não lhe desabou sobre a cabeça, mas é de esperar que, mais tarde ou mais cedo, isso venha a suceder.

Para já pergunta-se por que raio é que só agora fala sobre este aspecto da sua experiência um tipo que se tem batido nos últimos 40 anos para que se quebre o muro de silêncio sobre o que sucedeu na Alemanha dos tempos de Hitler, tendo ele próprio contribuído com uma mão cheia de livros sobre o assunto.

A seguir, virão os comentários, cheios de pudor, das virgens e outros trastes sobre como foi possível dar o prémio Nobel a um SS, a um nazi, a um putativo torturador de judeus. E perguntarão, arredondando imenso os olhos, se "não serão assassinos, todos os SS?!".

E mesmo que o puto de então se tenha limitado a pertencer a uma unidade combatente (as Waffen SS eram tropas combatentes) e a defender o seu país (nesse tempo, já na defensiva) lutando contra outras unidades combatentes russas ou americanas, ou inglesas, é certo e sabido que os burocratas da Kultura lhe vão colar uma etiqueta na lapela, que não carece de nenhuma prova "SS, anti-semita, nazi, assassino".

Muitos desses burocratas serão, é mais do que certo, antigos ou actuais apoiantes do Grande Pai Stalin e dos seus sucessores. Com toda a autoridade moral, portanto...

Espero estar enganado, mas duvido.

2 comments:

Fátima Santos said...

Também fiquei esperando os comentários. Também calculei que fariam essa relação Nobel-SS como se alguém não possa escrever muito bem e ser um assassino, um louco,até um torcionário. É a sociedade dos anjos!
E será que um assassino aos dezassete anos ...tem que pagar pelo que fez aos 40, 50...80, o rapaz de então? Porra eu,
quando se cantava o Angola é nossa e mesmo alguns anitos depois, achava que aquela treta era mesmo assim e que os pretos ... nem te digo que ainda me vêm degolar com esta idade tanto ano depois de ter andado a defender as independências todas. Topas a minha? é que todos fomos da MP - aquela merda era fixe! E mudámos, mas podíamos ter continuado na mesma e se o fizemos pela nossa cabeça, fizemo-lo, muito pela conjuntura que à altura tivemos- amigos,escola... E se estivessemos numa Alemanha em guerra, onde teríamos alinhado? havia muita escolha? havia consciência de que ali (SS e outras) estava o mal? é que viver o momento é diferente de contar ou, mais ainda, analisar. Como diz a outra : tudo coisas que me ralam

Anonymous said...

Chamem-lhe parvo!
Até antecipou o lançamento da biografia para aproveitar a publicidade. A algumas perguntas, limita-se a respoinder:
Leiam o livro, está lá tudo!