Thursday, July 21, 2005

Ainda o terrorismo e a esquerda

Há poucos dias a colunista Teresa de Sousa publicou um artigo (se calhar ainda o transcrevo, assim me dê para esse lado) em que mostrava, ou melhor, lembrava, que o atentado às torres gémeas começou a ser preparado muito antes da invasão do Iraque tal como as células que atacaram em Madrid, o que faz cair pela base a atitude esquerdalha de que os americanos, espanhóis e agora os ingleses tiveram o que mereciam por atacarem o Iraque e humilharem o mundo islâmico.

Lembrou, por outro lado, os mais de 100.000 (cem mil) mortos na Argélia, vítimas muçulmanas dos extremistas muçulmanos.

Lembrou ainda que os desesperados e pobres não têm tido grande papel nestas "guerras", e que os suicidas de New York e Londres nada tinham de pobres, nem de ignorantes, nem de oprimidos.

A Time, por outro lado, no número desta semana, num artigo de um muçulmano, estabelecia a relação (quase tabu nas madrasas e nas mesquitas) entre os atentados e o Islão, mostrando que a retórica religiosa, os versículos do Corão, a ânsia de martírio são indissociáveis da postura dos suicidas, sendo religiosa a sua principal motivação em detrimento da motivação política ou social.

Entretanto a nossa esquerda, com o inefável Mário Soares à cabeça (mas a esquerda tem cabeça?!), continua a ver no terrorismo uma reacção compreensível (quando não, justificável e legítima) à opressão e à miséria impostas pelo imperialismo.

BURROS!!!!!!!

1 comment:

Anonymous said...

Penso que toda a gente, principalmente a ligada às ciências humanas tem há muito por adquirido que o que de facto se passa é de facto de um embate civilizacional: religioso, social, económico, político, etc.São visões divergentes do mundo que se confrontam.Talvez interesse, por razões meramente instrumentais e de segurança não o afirmar abertamente, pois se tal se fizesse a "guerra ao terror" poderia assumir foros de uma verdadeira guerra civil, uma vez, que, como se sabe, por via da liberalização mundial imposta (quando convém) pelo Império (E.U.A.)a todos os países gerou, no interior dos países ditos ocidentais e E.U.A. minorias de mão-de-obra barata que se convertem fácilmente a modelos ideais (Deus, a salvação fácil...).E os que já o estavam radicalizaram-se.Talvez o ocidente consiga "converter" o islão ao liberalismo, mas será que o islão deixará fácilmente de tentar "converter" o ocidente á Teocracia?A forma como o islão utiliza a comunicação social ocidental e a forma como esta se deixa embarcar no jogo é que me parece incrível, mas isso daria para um longo debate...afinal parece que a História continua...

UmRadikall