Sunday, January 30, 2005

O FLUXO DOS AUTOMOBILIZADOS

O Público de hoje transcreve uma frase de Manuel João Ramos, dirigente da ACA-M, Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados, que é de um mau gosto a toda a prova. Estando habituado às suas intervenções públicas, fiquei espantado pois elas são habitualmente feitas em tom comedido e educado, se bem que firme e convicto. Diz ele:

"A mobilidade dos peões não é tida em conta pelos engenheiros de tráfego. Na Câmara Municipal de Lisboa são capazes de pensar que o fluxo pedonal é alguma coisa que cai do meio das pernas das senhoras até chegar aos pés... Não querem saber disso. Está para além da sua competência."

O negrito e itálico são de minha autoria.

Este senhor é antropólogo e a sua luta contra a "guerra civil" da sinistralidade e contra a preponderância do automóvel sobre o peão sempre me mereceu simpatia, ainda por cima por ele ter sentido na pele e na alma a perda de um filho nessa guerra.

Mas essa tragédia não faz dele um perito em tráfego nem o dispensa de se exprimir com decoro, educação e bom gosto.

Aqui fica, pois, o reparo.

2 comments:

Anonymous said...

Esse gajo é um dos que escreve no jornal da praceta a dizer asneiras e a acusar toda a gente de corrupção e negociatas. Até parece que só ele é virtuoso.

Anonymous said...

Esse tipo devia era ter juízo.
Se calhar até tem razão sobre a incompetência dos tipos do tráfego da Câmara de Lisboa.
Mas a definição que ele dá de fluxo pedonal, só à chapada!