Sunday, September 19, 2010

UM DEPUTADO PARA O REPRESENTAR

Recebi, há uns dias, do meu amigo João, um texto de um indignado cidadão, que a seguir transcrevo, relativo à placa cuja foto reproduzo ao lado:

"Quando passar numa das principais artérias da cidade de Lamego, não vai precisar de muita atenção para esbarrar numa original placa.

Não se trata de um escritório de advogado, ou um consultório médico, nem mesmo de um gabinete de contabilidade, mas sim da novíssima profissão liberal de, imagine lá... deputado!!

A mediocridade não enxerga além de si mesma, já dizia Doyle e, antigamente este tipo de pessoas recebiam apropriado adjectivo mas hoje, ainda que tal aconteça pouco lhes importa... já perderam a noção do ridículo e a vergonha!"

Acontece que não considero nada uma vergonha nem uma indício de mediocridade, etc, etc, antes pelo contrário:

Os deputados, habitualmente, assentam arraiais em Lisboa, para o que o Estado os incentiva com chorudos subsídios para instalação e, findo o mandato, outros que tais para re-integração, donde vão à terrinha passar os fins de semana (de 5ª feira a terça...), com algum tempo para tratarem dos seus negócios.

O desejável era que os deputados viessem a Lisboa para as sessões do plenário e reuniões das comissões a que pertencessem, estando, no resto do tempo, à disposição dos eleitores para se inteirarem de problemas que mereçam ser levados à AR e para acompanharem a vida do círculo que os elegeu. O que, ao que parece, é o que se propõe fazer o deputado visado pela indignação cega do escriba.

Infelizmente, na nossa organização deputal, o deputado é um Deputado da Nação (é eleito por um círculo, mas passa a representar o País, quando assenta arraiais na AR) o que lhes dá a desculpa ideal para ficarem com os honoráveis cús em Lisboa, cuidando do seu futuro de político nacional e marimbando-se para quem os elegeu.

Isto, sim, é uma vergonha!

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