Depois de décadas de decadência, o Parque Mayer parece finalmente encaminhado para sair do abandono a que o fim do teatro de revista (calma, isso dava pano para mangas) o votou.
Foi preciso aparecer um presidente de câmara não político para se negociar entre PS e PSD uma solução viável, que mantém no local alguma "kultura" (subsidiada pelas receitas do casino, em vez de ser pelo OGE...) e o abre ao imobiliário (que, afinal, é donde vêm as massas para muita coisa).
Claro que o PCP, travestido de arauto e guardião da virtude (como vai longe o tempo da Sóvia...), sempre pronto a exigir "equipamentos sociais" onde actuarão grupos de artistas cuja principal arte é (enfim, algumas vezes) mais a de sacar subsídios do que a de atrair espectadores pagantes. Para isso, parece que só temos o La Féria...
O PCP, dizia eu, vem agora acusar toda a gente de fazer negociatas, de sub avaliar de um lado e sobre avaliar do outro de modo a beneficiar "os privados" e prejudicar a "res publica".
Ao mesmo tempo, os inteligentes do costume vêm sugerir que tanto o parque Mayer como a feira popular sejam transformados em espaços verdes.
Fantástico, Melga! Espaços verdes?!
Espaços verdes: um, ligado ao jardim Botânico, o outro em prolongamento do Campo Grande. Um e outro são pequeninos, estão cheios de visitantes (?!) de modo que há que expandi-los.
Receitas para a CML, nem vale a pena falar nisso; afinal, ainda há o Totta (vão ao Totta!). Despesas extra? Qual é o problema? Na cultura (na educação e na saúde, não é?) não se olha a despesas.
Pobres tontos!
Desgraçadamente, dessa súcia parece que só o PCP está em vias de extinção...
1 comment:
Afinal, para quê mais teatros se não há público para eles?
Será que a arquitectura daqueles mamarrachos do Parque Mayer é assim tão valiosa?
Estão a brincar com os dinheiros públicos e com a imagem da cidade.
Os terrenos do Parque Mayer são acessíveis por uma frente muito estreita (era só demolir o edifício do antigo Cantinho dos Artistas para a alargar...) mas no sítio em que estão são valiosíssimos e mereciam bem habitação de qualidade e serviços. De preferência com acesso directo ao Jardim Botânico.
Era bom para a cidade, ajudava a contrariar a desertificação da baixa e gerava receitas para o Município, que bem precisa delas.
Mais teatros, quando os existentes só funcionam à força de subsídios é pura demagogia.
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