O engº Sócrates surpreendeu-me muito favoravelmente: formou governo fora da praça pública (pelo menos os ministros) e apresentou um elenco a que atribuo, para já, dois aspectos muito positivos.
Por um lado, é um governo pequeno (16 ministros); por outro, não figuram nele muitas das pessoas que eram dadas quase como certas e cuja participação no governo não auguraria nada de bom. Refiro-me às abençoadas ausências de João Cravinho, Maria de Belém, Jorge Coelho, Ferro Rodrigues, Tó Zé Seguro, Alberto Martins, Leonor Coutinho, Arons de Carvalho... Estes dois últimos mais a Ana Benavente são bem capazes de ainda entrarem como secretários de Estado, o que não era nada bom.
Pese embora alguns graúdos terem ficado na reserva (Vitorino e Jaime Gama, por exemplo) Sócrates foi buscar alguns independentes de prestígio na suas áreas de actividade e até com alto estatuto na sociedade (o caso de Freitas do Amaral). Nunes Correia, Jaime Silva e Campos e Cunha estão neste grupo restrito. O regresso do antigo ministro Correia de Campos parece garantir que a gestão dos hospitais subcontratada a empresas do ramo não será completamente deitada fora.
Resta saber se o engº Sócrates consegue liderar o grupo (afinal é um peso pluma...), no que contará com a ajuda inestimável de António Costa, e evitar que cada ministério, nomeadamente os Negócios Estrangeiros, Saúde, Economia e Finaças sigam as políticas que os seus titulares entenderem sem darem grande cavaco ao primo inter pares...
Um sinal negativo (já?!): o futuro ministro das finanças parece não ter percebido ainda o efeito que uma "boca" do ministro (que agora é ele, ok?) ou do governador do Banco de Portugal pode ter sobre os agentes económicos (ou, simplesmente não está habituado a que lhe metam vários microfones à frente) e deixou perceber que, para fazer face às despesas inerentes às promessas eleitorais, não vai chegar o corte nas despesas: vai ter que subir os impostos. Parece admitir à partida o insucesso na guerra pela boa cobrança dos impostos, o que é muito, muito mau!
E para quem prometeu pôr a tónica no desenvolvimento da economia, este não é propriamente um sinal positivo.
Estamos a observar-vos, rapaziada!
1 comment:
É impressão minha ou uma das promessas eleitorais era não subir os impostos?
São todos uns aldrabões!!!!
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