A historiadora Raquel Varela, no seu livro A História do PCP na Revolução dos Cravos vem fazer revelações muito interessantes que ameaçam converter o Partido num mero partido "pequeno burguês eleitoralista", rendido ao pluripartidarismo e nada interessado em fazer uma revolução socialista.
Mais, descobriu a historiadora que o PCP nunca esteve interessado em conquistar o poder e que a sua participação no 25 de Novembro nunca foi no sentido de tomar o poder - naquela data o que aconteceu foi, pelos vistos, uma "inventona" para dar pretexto à "direita" para dar o golpe e arrumar de vez com as "conquistas de Abril".
Como eu costumo dizer, não há dúvida que eu nasci para sofrer. Lá vou ter que comprar a porra do livro, dar-lhe uma leitura em diagonal larga, apertada nalguns pontos mais interessantes, para perceber donde é que (raio!) a historiadora foi buscar ideias tão contrárias a tudo o que se leu até aqui e a tudo o que se viveu na época em questão. Será que ela se cingiu aos programas eleitorais do PCP, da APU e das sucessivas associações do PCP consigo próprio (com o MDP/CDE, com os Verdes, etc...)? Realmente, aí nunca o PCP se declarou contra a "democracia burguesa" nem contra o pluripartidarismo. Sempre vestiu a mail alva pele de cordeiro...
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Tenho que ler a porra do livro, não há dúvida...
Entretanto, deixo-vos o texto integral que vem no Público de hoje, com a devida vénia.
Se fizerem uma busca na net vão encontrar textos interessantes da historiadora que nos dão uma ideia razoavelmente clara da ideologia que orienta a senhora.
Vejam, por exemplo, aqui.
2 comments:
E eu a pensar que o Marques Correia tinha lido o livro de Álvaro Cunhal que me permiti sugerir-lhe.
O ser-se anti-comunista não tem que colidir com a constatação da verdade histórica. Por exemplo, se perguntarem quem foi responsável pelo cerco à Assembleia da República, que responderia?
José Pedro, estou em falta: comprei o livro que me recomendou (encomendei-o às edições Avante!), mas ainda não o li. Esse e mais umas dúzias que têm ficado a esperar melhor oportunidade (ou disposição).
Quanto ao cerco à Constituinte que tanto chateou o Pinheiro de Azevedo, se bem me lembro (e de memória, que pode falhar...) creio que foi feito por sindicatos da construção civil, não me lembro de a Intersindical teve alguma intervenção ou não.
Um abraço!
MC
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