Como tenho dito mais que muitas vezes, a pujança da blogosfera em/de/sobre Angola é uma coisa que me impressiona. E, como velho colono saudosista (enfim, também sou isso, é verdade...) cusco bué o que se escreve sobre aquela terra, aquela malta, aquela cidade (Luanda, claro, o resto é paisagem).
Os brasileiros parecem ser dos que mais ficam tocados pela águinha do Bengo e, expatriados ou regressados ao Brasil, postam imenso sobre as suas impressões que Luanda e os luandenses lhes produzem. Ponham a Menina de Angola nos vossos favoritos e não se arrependerão! Um exemplo de post abaixo, com a devida vénia:
Estava eu na bicha da bomba, o que para quem vive em Luanda significa ficar no mínimo 30 minutos a espera.
Penteio o cabelo, passo batom, boto os pés pra cima, troco de rádio, canto, falo sozinha (sim eu falo sozinha, e atire a primeira pedra quem nunca fez isso) e me perco nos meus devaneios. Quando acontece uma cena inusitada.
Um dos inúmeros rapazes que ficam vendendo todo o tipo de quinquilharias nas bichas bate no vidro.
Olho sem nem ver o que ele vende e digo que não, mas ele insiste fazendo gestos para o carro de trás e mostra um papelzinho.
Abro uma frestinha do vidro e pego o papel imaginando que fosse mais uns daqueles pedidos de esmolas comuns em SP, mas que nunca vi em Luanda.
Segue abaixo a transcrição do bilhete:
Olá, obra prima..
Sou xxxxx, e candidato-me a teu motorista particular. Que tal? Meu contacto é: 00000000 Estou no carro que está a sua trás.
Beijão xxxxxxx
Já levei cantadas no trânsito em SP, mas pedido de emprego foi a primeira vez.
Ou será que foi uma cantada?
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