A Helena Matos é, para muita malta da kultura, uma horrorosa direitista incapaz de perceber que a Kultura tem uma lógica que não se compadece com as regras tradicionais de uma sociedade regida pela ditadura da economia, em que a aplicação de cada tostão deve ser ponderada pois, em geral e se não houver batota, se o aplicamos no garrafão já nos falta para o pão (quanto mais para o livro ou para o bilhete de teatro). Basta ver as críticas (por vezes simples referências quase marginais) da rapaziada kulta para vermos o quanto se pode desprezar quem não consegue compreender que a kultura é um investimento no Homem, de retorno absoluto, o qual, mesmo quando parece ter sido feito apenas para benefício da tribo ou de um velho soba decrépito e incapaz de arrotar umas tiradas ou rabiscar umas prosas, mesmo assim o investimento na kultura reverterá sempre (por processos misteriosos) para o bem das amplas massas, para a elevação espiritual do povo, para a perpetuação da individualidade da Nação!
A Helena Matos, a propósito da nomeação da Maria João Seixas para presidente da Cinemateca Nacional, como uma espécie de madrasta para suprir a orfandade dos cinéfilos portugueses, ainda não refeitos com a morte de Bénard da Costa (afinal, era mortal... como nós outros), a propósito disso, ela escreve o texto que acima transcrevo e que termina com um assassino:
...começa a ser tempo de se deixar de ver a cultura como uma espécie de região demarcada dos amigos de cada um.
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