Não percam o texto que o Expresso traz hoje sobre a atitude dos tribunais e, é bom dizê-lo, da nossa sociedade (de nós próprios) face à violência doméstica.
Muitas vezes (demasiadas vezes) a violência doméstica termina com a morte da vítima - a mulher, quase sempre.
Muitas vezes também, o agressor "excede-se" depois de ter proporcionado à mulher uma vida inteira de violência, um calvário interminável de maus tratos e humilhações.
Não há muitos anos, a mulher tinha que escolher entre o maridinho que às vezes se exaltava e lhe dava uns tabefes (também, ela era respondona e um homem não é de pau...) tinha que escolher, dizia eu, entre o maridinho e uma vida de pobreza, a esfregar escadas alheias ou na prostituição, pois grande parte das mulheres eram domésticas, dependiam do maridinho para a bucha diária.
Mas hoje a situação é radicalmente diferente: não obstante grande parte das mulheres trabalharem fora de casa, não dependerem do maridinho para a bucha nem para os alfinetes, na verdade é muito difícil a mulher quebrar a relação e acabar com a vida de maus tratos a que o casamento a sujeitou.
Isto, em grande parte, porque a sociedade (nós outros) falha no apoio que a vítima de maus tratos deveria ter, falha no castigo que o agressor devia sofrer, mormente desde que a violência doméstica passou a crime público.
Que fazer?
Não sei muito bem, mas seguramente que ajuda alguma coisa a divulgação dos casos concretos, a ventilação do problema, a discussão do que fazer aos agressores e como ajudar as agredidas.
E (que diabo!) entre a pena de morte e a pena suspensa, entre o oitenta e o oito tem que se chegar a um equilíbrio que afaste o agressor da agredida e garanta àquele que a impunidade tem mesmo um fim.
Tem que ter!
2 comments:
Que raio faz a nota "escreve com a antiga ortografia", neste artigo?
Às vezes desanimo, a sério...
Hás-de reparar que entre os artistas da caneta alguns aderiram às regras do acordo ortográfico; outros não.
A nota tem que ver com a forma do artigo e não com o conteúdo e serve (digo eu...) para que os leitores não pensem que os erros que detectam, à luz da nova cartilha, são fruto da ignorância do escriba.
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