No debate dos prós e contras, tal como num outro em que participei na semana passada, algumas pessoas insistiram em ares enfatuados e frases patetas do género "isto é muito sério!", "não devemos fazer humor com isto" e outras tonterias de malta sisuda, que se leva imensamente a sério.
Sorry!
Aqui vai uma estoriazinha dos tempos em que um aborto era um aborto, era uma coisa que a vizinha (a Sra Aldegundes, a D. Gracinda, a Sra D. Tomásia) fazia porque um homem não é de pau e a gente tem que se precaver, não é vizinha?
A sra Adozinda era um mulherão nos seus trintas, provida de carnes e abundante em humores e calores. O sr Manel, já nos seus cinquentas não lhe acompanhava a passada, mas fazia por cumprir os seus deveres a que se comprometera perante a Santa Madre Igreja, que é como quem diz perante o padre Júlio, de sua alcunha o topa todas...
Claro que ao fim de alguns anos de casório, o padre Júlio, das receitas de ave marias e padre nossos que passava à boazona da Adozinda, já passara a aviar as receitas ao domicílio, evitando que aquela ovelha tonta desse cabeçadas com o padeiro ou o marçano, o que levaria aquele lar à desgraça e a Adozinda à perdição.
Assim, ficava tudo em paz, com recato, equilíbrio e o bom do topa todas lá ia mantendo em respeito o mafarrico que tanto o atormentava com o aguilhão da carne.
Para abreviar, um belo dia o sr Manel chegou cedo a casa, a ciática tinha voltado a atormentá-lo, deitou-se logo e só no dia seguinte é que saíu da cama e de casa, já mais arribado e razoavelmente bem dormido.
O padre Júlio, por mór da maleita do dono da casa, tivera que passar toda a tarde e toda a noite fechado no guarda fato, para onde a Adozinda o empurrara mal ouvira o marido empurrar a porta de casa.
Saído o sr Manel, a Adozinda corre ao guarda fato e abre a porta para o padre sair.
- Sr Padre, como é que se aguentou este tempo todo, que o rais parta do meu Manel não havia meio de desamparar a loja?!
- a princípio muito mal, muito mal; a fomeca começou a apertar e não havia forma de a acalmar. Até que, tateando no escuro, encontrei uns frascos com picles, que foi o que me aguentou até agora. Por acaso, até não eram nada maus, não senhora!
- Ah! porra do padre que comeu os meus abortos, rais o partam!
Pano rapidíssimo.
9 comments:
Grande porcalhão. Fazer humor com uma coisa tão séria é mesmo de pessoa sem excrúpulos.
Devia ter vergomha.
É necessário descer-se muito baixo para escrever uma porcaria destas. Assuntos destes não merecem este tipo de atitudes
Pois é, meus caros Anónimos.
Com que então não se pode brincar com coisas sérias.
Oh tristes almas que se levam tão a sério que não conseguem (será que, ao menos, tentam?) olhar as coisas menos boas da vida com um olhar brincalhão.
Se vos bater à porta uma disfunção eréctil (abrenúncio!) vão morrer de tristeza e nem lhes passa pela cabeça que brincar com a coisa até ajuda (dizem...).
Voltando aos abortos, se calhar desconhecem estes costumes campestres de guardar em álcool ou formol (o padre Júlio teve a sorte de a Adozinda ser adepta do álcool...) os produtos das suas actividades contraceptivas de antanho.
Pobres patetas!
Oh tristes anónimos, oh infelizes criaturas que não conseguem brincar com as chatices da vida. Se calhar nem tentam!
Olha se vos calha uma disfunção eréctil, hã?! Nem vos passa pela cabeça que brincar com a coisa é a melhor ajuda, dizem. Infelizes anónimos, deliciem-se com a subtileza destas metáforas, se têm capacidade para tanto...
Então e aquela:
-Vai votar no aborto?
-Vou, vou; só não sei se no do PSD se no do PP se no do PS...
Merda!!! este novo Blogger está-me a dar vinho pelo bigode...
olha que porra!! escrevi um comentário ao menos irrepetível e este sacana comeu-mo!! podes ver se chegou ao correio?! caraças!
Torna a escrever.
Realmente este upgrade do blogger foi metido à padeirada, porra dos gringos!
... negativo, não chegou puto.
Torna a comentar. Mesmo que o comentário fosse irrepetível, repete-o.
Good post.
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