A historiadora Iva Delgado tem sido incansável na campanha para manter viva a memória de seu pai, aproveitando as oportunidades que lhe surgem para o fazer.
E se o facto de se tratar do pai da senhora desculpa este denodo, o mesmo não poderá dizer-se do "produto" que ela nos tenta "vender". Produto de duvidoso mérito e um tanto fora de prazo.
É que Delgado nada teve de revolucionário, nem de particularmente progressista. Foi apenas um general do regime que entrou em choque com Salazar mais por questões pessoais do que políticas. Ao ser cilindrado pela máquina que garantia a continuidade do regime, o general entrou numa vertigem libertária em que o seu imenso ego lhe garantia que a sua simples presença em Portugal arrastaria multidões ansiosas por o levarem ao poder.
Ou seja, Delgado, a quem o PCP chamava General Coca Cola (por motivos óbvios...) entrou na "onda" Cunhalista do levantamento popular.
E a boa da Iva, no seu afã filial, vem agora sentenciar o dislate de que o Público de domingo fazia o título que acima se reproduz.
Pelos vistos, Iva e os seus companhons de route não perceberam nada do 25 de Abril: o que faltou a Delgado para antecipar a queda do regime não foi a ligação às massas, mas um estrato muito alargado de oficiais descontentes e fartos de guerra que, independentemente de massas e arrozes, fizeram um golpe de estado, por motivos quase exclusivamente (pelo menos no início) corporativos.
Voilá!
2 comments:
Delgado foi um lutador anti fascista que deu a vida pela libertação de Portugal.
A Pide nunca lhe perdoou ter ganho as eleições!
...quais eleições?! Ganhou algumas?!
O general Coca Cola era anti-fascista?! Só se tiver sido como o Freitas do Amaral...
Isto está bonito!
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