Esta cena das suceptibilidades do mundo árabe não se limita já aos cartoons. Aliás nunca se limitou, que o diga o autor do "Versículos Satânicos", livro intragável que comprei assim que a fatwa foi emitida, mas que nunca consegui ler. "Peguei-lhe" duas ou três vezes, mas nunca conseguir engolir mais que umas 50 páginas. Jaz numa prateleira, ao lado d' "Os Versículos Sagrados" resposta do "dr. Majid Ali Khan" ao sacrílego Rushdie. Escuso de dizer que a resposta é pior que a posta, ou seja, a amêndoa é pior que o sorvete: além de perfeitamente ilegível, pomposa (o "dr" antes do nome do autor diz tudo...), enfatuada e hiperadjectivada é inaceitavelmente dogmática e pedante.
Voltando às etiquetas, de uma forma serena e sem grandes parangonas nem manifs, uma marca espanhola optou por recolher um lote de camisolas e mudar-lhes a etiqueta por nesta figurar um quadro idílico com uma mesquita em fundo, com uns coraçõezinhos, umas setas, etc.
Por azar, a ponta da seta com os dizeres "dormimos aqui" caem mesmo em cima da mesquita e o cacho de coraçõezinhos fica mesmo em cima do minarete da dita.
Inseri uma imagem com a foto da etiqueta, onde se vê a coisa. A imagem e a notícia vinham no Expresso do passado sábado, na revista Única.
Para evitar perder mercado (muito mais que evitar outras chatices - acho eu), recolheu-se o lote e mudaram-se as etiquetas.
Mas isto deixa bem patente que aquela malta da areia (e, desgraçadamente, do petróleo) é mesmo do piorio e está a ficar mal habituada.
Mas, se calhar, a forma mais adequada de encararmos estas questões é numa perspectiva de mercado, evitando dramatizações e adoptando as estratégias e as tácticas que nos permitam vender os nossos produtos (e ideiais, já agora), comprar os deles e desenvolver o intercâmbio turístico, económico e cultural até onde fôr possível.
De preferência, sem que nenhuma das partes tenha de se pôr de cócoras...
2 comments:
Eles não rezam de cócoras, mas de cabeça no rabo do vizinho da frente!
Pois, pois, e os pdres católicos nos Estados Unidos "confessam" os putos de joelhos (os putos, claro).
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