O caso Casa Pia continua o seu caminho, faltando umas largas centenas de testemunhas para ver o seu fim.
Entretanto, os advogados dos acusados continuam a sua acção intimidatória sobre as testemunhas, como forma mais frutuosa de evitar a condenação dos seus constituintes. No tempo do Al Capone a coisa era mais limpa (tirando a sangueira, claro) e a potencial testemunha era silenciada na verdadeira acepção da palavra.
Nos tempos que vão correndo, trilha-se um caminho mais tortuoso mas com uma potencialidade de longo alcance: a destruição de uma das bases em que assentam os tribunais, o testemunho. Se esta campanha pegar, uma pessoa só pode testemunhar se, além de ter presenciado (os factos, o crime, o delito, o acto) tiver meios para o provar! Porque se não tiver, o seu testemunho passa rapidamente a difamação.
E, pelos vistos, pouco importa que o testemunho seja prestado em tribunal, onde somos obrigados a dizer toda a verdade e só a verdade. A partir de agora, uma pessoa que testemunha um assassinato o melhor que tem a fazer é fechar-se em copas porque, se não tiver ela própria duas testemunhas do que afirma (melhor seria ter três!) arrisca-se a ir de cana por difamar o pobre do réu.
Voltando à vaca fria, uma das testemunhas do processo Casa Pia que terá sido aviado por Paulo Pedroso (sempre tu, meu filho!) e por (vénia) Jaime Gama (shhhhhhhhhhhh), vai agora a tribunal acusado de difamar o sr Presidente do Parlamento, número 2 da hierarquia do Estado.
Começo a acreditar que não só o Carlos Cruz e Companhia se safam, como me começo a convencer de que as testemunhas e, talvez, a senhora Provedora é que vão dentro!
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