Depois do "para Angola rapidamente e em força" do Botas de Santa Comba e de se ter consumado, pelo menos simbolicamente, com a tomada de Nambuangongo, a reocupação das áreas que a UPA chegou dominar , houve que reajustar o dispositivo para se fazer face a uma situação que se adivinhava prolongada.
As acções de polícia (se alguma vez o foram) iriam transformar-se numa guerra de desgaste sem fim à vista, impondo-se uma "vietnamização" da guerra, tão profunda quanto possível.
A existência de vastas áreas intocadas pela guerra, o cariz marcadamente tribal da UPA e a existência de uma população branca e mestiça em franca expansão, permitiam apostar numa participação cada vez maior de tropa recrutada e treinada em Angola, aliviando o esforço que Portugal fazia, agravado pela eclosão de acções de guerrilha em Moçambique e na Guiné.
A tese de Mestrado do Dr Henrique Gomes Bernardo sobre "Estratégia de um conflito - Angola 1961-1974", defendida em 2003 no ISCSP, aborda aquele tema e dela extraímos os dados que, com a devida vénia, apresentamos no quadro e no gráfico aqui reproduzidos.
Vemos, assim, que a seguir à eclosão do terrorismo a percentagem dos efectivos de recrutamento local seguiu uma linha geral ascendente, com pequenas quebras em 1965 e 1969 e uma quebra brusca em 1967. Nos primeiros anos da década de 70, os efectivos de recrutamento local preenchiam mais de 40% do total. Esta participação na guerra não teve, contudo, correspondência no número de baixas, sendo a mortalidade na tropa de recrutamento local cerca de duas vezes menor que a da tropa oriunda da então metrópole.
As estatísticas apresentadas na tese não são suficientemente desagregadas para permitirem compreender as razões desta disparidade. Contudo, desenhava-se, nos últimos anos de guerra, uma tendência para a equalização das taxas de mortalidade (ver valores para 1971-73) que o 25 de Abril veio interromper. O gráfico seguinte mostra que só em 1961, 69 e 73 as taxas de mortalidade estiveram próximas do equilíbrio, sendo o valor médio de cerca de 50%.
Estes dados vêm lançar alguma luz sobre sobre a velha questão agitada por parte da população branca das colónias, em particular de Angola, segundo os quais a guerra foi um negócio para a tropa que ia da metrópole para Angola "encher-se". É verdade que a guerra é sempre um negócio para muita gente e a de Angola não o deixou de ser para muito boa gente (militares, principalmente oficiais do QP, mas também civis e não só da metrópole...) que conseguiam o ingresso em carreiras na administração colonial, bem mais compensadoras que o acumular de comissões, mesmo quando cumpridas no "ar condicionado".
Não devemos, contudo, permitir que as árvores nos impeçam de ver a floresta: as centenas de milhares de jovens que foram arrebanhados para a guerra, para defender o modo de vida colonial que nada lhes dizia e com que nada beneficiavam, em condições de risco de vida duas vezes maior que o que corriam os mancebos incorporados localmente. Ou seja, os mancebos que iam defender a sua própria terra (e o seu modo de vida) faziam-no em condiçoes bem menos arriscadas que os que vinham da metrópole!
Estes estudos que vão aparecendo, à medida que o distanciamento no tempo vai permitindo encarar o colonialismo e a guerra numa perspectiva histórica e menos numa de paixões exacerbadas e sentimentos de perda irreparáveis e podem ser usados como instrumento para dar resposta aos que, tendo refeito a sua vida depois do trauma do regresso das caravelas, não desistem de denegrir o papel da tropa que, defendendo o sistema colonial durante 14 anos, lhes permitiu manter a ilusão de um futuro possível, numa situação perfeitamente anacrónica, sem paralelo no mundo (orgulhosamente sós, dizia o Botas!).
Ilusão mantida com o sacrifício, quando não do sangue e da vida, de toda uma geração.
23 comments:
Pois é, os retornas comeram à custa do IARN (à nossa custa!) e agora cospem no prato em que comeram.
Não é de estranhar que achem que a tropa devia ter continuado a guerra indefinidamente para lhes permitir a continuação da engorda.
E, ainda por cima, os filhos deles arriscavam muito menos que os nossos.
É preciso ter lata!
Este comuna de merda deixou de destilar a peçonha no site do liceu de Luanda, donde foi corrido, e vem agora babar-se na merda do blog que pariu.
Vê-se logo que é filho de militar, que se andou a encher em Angola, e que andou por lá a fazer o que diz que os nossos pais fizeram: a matar pretos!!!!
Muito bem dito: a postura anticolonialista é a posição de pessoa decente e informada.
Devia fazer pensar (às vezes é difícil e até dói, ai, ai, não é?) o facto de o continente negro, mega-escravizado durante quase três séculos por portugueses, franceses e ingleses, se ter derramado pelas américas do norte e do sul, e pelas antilhas onde há ilhas com população maioritariamente negra (Haiti e Rep Dominicana).
E isto sem nada em troca: o desenvolvimento das colónias deu-se sempre para benefício dos colonos e os indígenas quase nada aproveitaram.
Prova disso: a economia angolana parou (reduziu-se a 10%, alguns sectores a menos) quando os brancos partiram de regresso à metrópole. No território, para além dos pouco brancos que ficaram poucos negros havia instruídos para manterem a economia a funcionar.
Já agora, saúdo este tema. O blog estava a tornar-se um reposutório de curiosidades, má língua, grosserias e pouco mais.
Zé Heart of Darkness
Porra se site!
Misturam futebol com coisas "sérias" e quando estão a discutir coisas "sérias" parece que estão na tasca a beber copos de três e a discutir futebol.
Merda de site!!
Porra! Andámos nós a dar o corpo ao manifesto para esses retornados de merda não nos agradecerem e ainda por cima se armarem em superiores.
Ricos dos diamantes que trouxeram, com boas vivendas e bons carros, arrotam postas de pescada e ainda dizem que eram amigos dos pretos.
Enquanto nós íamos para o Zenza, para o Úcua e para Nambuangongo, a comer merda e levar com balázios em cima, os meninos das motas e dos carros iam para Nova Lisboa ou para o SPM ou para o QG.
Bandalhos!!!
Pois é! Pois é! …então quem sustentou a economia Portuguesa durante todo esse tempo foi o continente não foi? Com a cortiça o atum e as sardinhas? Ou se calhar com a ignorância? É por isso que mesmo com as toneladas de Euros, dollars etc Portugal se encontra na mesma fossa de merda em que tem vivido desde a (abençoada???) descolonisação. Sim que actualmente em Angola Mocambique etc ninguem é explorado, o nivel de vida é fantastico para os naturais, as doenças practicamente acabaram e daqui a pouco devem começar na exploração espacial. Realmente, se discutir e opinionar - especialmente quando a ignorância os abençoa - trouxesse riqueza, então Portugal seria sem duvida a maior super potência do planeta. Em vez disso e após ter perdido os tomates depois dos descobrimentos, (actualmente só conhecem os de categoria vegetal) Portugal vota na miséria, vive no passado e espera por mais milagres.
Resta saber se esses dados são verdadeiros.
Donde vieram?
Toda essa conversa e a apresentação de pretenços dados não é mais que violentar aquilo que que todos sabemos e que fazia todo o sentido: que Angola tinha um futuro e um presete brilhantes, que tinha uma economia largamente excedentária em contraste com o rame rame do Portugal de Caetano e Salazar.
E não nos tentem agora enganar com teses de mestrado de tipos que nunca estiveram em África que não sabem, nem podem saber, como era a vida naqueles tempos de ouro!
Tempos de ouro só se fossem para ti e para os que andavam a viver à custa dos pretos, grande cabrão sem vergonha.
Desde o dia 15 de Março que não voltei a este site por razões obvias. Alguns de nós trabalham e não vivem à custa dos outros. È um hàbito que temos enraizado desde criança e que talvez tenha origems hereditárias. Hoje, porque tinha um pouco de tempo disponivel, senti necessidade de me rir um pouco e após visitar a site do LSC fui parar ao mesmo link que me trouxe aqui da ultima vez. E não me desiludiste. Ah! Ah! Ah! Gostei da resposta do Dr (?) Zeco, da cassete. Ah! Ah! Eu hoje só uso I-pods. O Dr Zeco devia avançar com o tempo, ou pelo menos tentar acompanhar. Logo aqui se depára com a primeira falsa informação. As cassetes técnicamente, tinham muitos aspectos negativos mas riscarem-se não era um deles. Enrodilharem-se, como o Dr Zeco faz quando tenta apresentar teses que ou não sabe intrepertar, ou ler, ou pior ainda, que inventa. As estatísticas que apresenta são pura ficção e de calibre tão fraco que nem a film porno chegaria, quanto mais o blockbuster que pertende apresentar com todos os seus ares de pretença sabedoria.
FACTOS
Facto 1
O Dr Henrique Gomes Bernardo não consta do corpo docente do ISCSP (Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas).
Quem é? Não consta em lugar algum como uma eminência em Ciências Sociais. Ah! Talvez um aluno que por lá passou? E que talvez actualmente, faz parte da interminável lista de funcionários publicos que por tanto e tão arduo trabalho que executam no dia a dia, ajudarão Portugal a tornar-se uma provincia de Espanha ou da Belgica (Bruxellas).
O Dr Zeco se realmente é Dr deve saber que defender uma tese é percisamente isso. Não é lei. Ou seja depende da competência do discente. Como tal é uma análise dependente da pesquisa, estudo, recolha de dados, fontes de informação etc. Que pode ou não ser bias (afectada pelas tendências do indivíduo).
Depois deve tambem ter-se em conta quem a reproduz e qual a análise (interpretação, edição (editando as porções convenientes), veracidade, motivo, etc. Mas chega de dissertação.
Facto 2
O custo da guerra não chegou nunca aos 100 milhões, de facto nunca chegou a 75 milhões. Portanto pode engolir 25% do seu arroto.
As despesas com as Forças Armadas classificavam-se, para efeito orçamental, como ordinárias (DO), de carácter normal e permanente, e extraordinárias (DE), respeitantes á defesa da ordem pública em circunstâncias excepcionais. A parcela mais importante das DE, os gastos com as províncias ultramarinas, inscrevia-se no Orçamento, na rubrica Forças Militares Extraordinárias no Ultramar (OFMEU). É interessante tambem verificar que as despesas totais do Estado sofreram um incremento acentuado a partir de 1967/68, coincidindo com a subida ao poder de Marcello Caetano.
Facto 3
O desenvolvimento económico só se iniciou de forma sistemática, em finais do anos trinta, quando se incrementa a produção de café, sisal, cana do açúcar, milho e outros produtos. Tratam-se de produtos destinados à exportação. A exportação da cana do açúcar, em 1914, pouco ultrapassava as 6.749 toneladas. Em 1940 atingia já as 39.433 toneladas exportadas.
A exportação de sisal, desenvolve-se durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Em 1920 pouco mais foram exportados que 62 toneladas, mas em 1941 atingia-se já as 3.888. Dois anos depois as 12.731 toneladas. Em 1973 situavam-se nas 53.499. Estas plantações situavam-se no planalto do Huambo, do Cubal para Leste, nas margens da linha férrea do Dilolo, Bocoio, Balumbo, Luimbale, Lepi, Sambo, mas também no Cuanza norte e Malange.
A exportação de café logo a seguir à segunda guerra mundial, abriu um novo ciclo económico em Angola, que se prolonga até 1972, quando a exploração petrolífera em Cabinda começar a dar os seus resultados. A subida da cotação do café no mercado mundial, a partir de 1950, contribuiu decisivamente para o aumento vertiginoso desta produção. Em 1900, as exportações pouco ultrapassaram as 5.800 toneladas. Em 1930 atingiam as 14.851.Em 1943 subiam para 18.838. A partir daqui o crescimento foi vertiginoso. Em 1968 forma exportadas 182.954 e quatro anos depois, 218.681 toneladas.
Table 10. Coffee Production, Exports,and Closing Stocks, 1971-86
(in thousands of bags)
Year
Production
Exports
Closing Stocks1
1971
3,888
3,019
4,785
1972
4,031
3,097
5,619
1973
3,500
4,135
4,942
1974
3,206
2,961
5,147
1975
1,062
2,600
3,574
1976
958
1,123
3,379
1977
951
963
3,342
1978
572
1,245
2,644
1979
289
1,012
1,896
1980
721
661
1,931
1981
344
850
1,399
1982
290
620
1,024
1983
214
440
778
1984
254
370
616
1985
214
333
477
1986
270
313
414
1 Coffee held in storage at end of year. 2 Government forecast.
Source: Based on information from Tony Hodges, Angola to the 1990s, London, 1987, 92.
Na tabela acima vê-se um dos disparates que o 25 de Abril veio acabar como diz Dr??? Zeco.
Para além destes produtos, desenvolve-se a exploração dos minérios de ferro. Em 1957 funda-se a Companhia Mineira do Lobito, que explorava as minas de Jamba, Cassinga e Txamutete. Exploração que cedeu depois à alemã Krupp.
Quanto aos diamantes...
A riqueza diamantífera de Angola oferece um chocante contraste com as condições de vida da população. Angola é actualmente o terceiro maior produtor de diamantes em bruto, e possui (com maior incidência na zona nordeste, concretamente nas Lundas) enormes reservas inexploradas de diamantes (tanto aluviais como poços de kimberlitos). Os números existentes no que concerne à indústria da extracção de diamantes não são fiáveis. Essa insuficiência do sistema estatístico e de controlo da actividade económica, se por um lado reflecte as debilidades naturais da sociedade e da administração pública serve, por outro lado, de álibi para o incumprimento, por Luanda, das suas obrigações internacionais. Essa insuficiência é perpetuada voluntariamente pelo regime, uma vez que encobre, dissolve e protege as práticas de corrupção generalizada. As estimativas de USD 900 milhões/ano parecem pecar por defeito, face à sistemática exportação clandestina de diamantes3, quer por via aérea, quer através da fronteira terrestre entre as Lundas e a República Democrática do Congo.
A descoberta dos primeiros diamantes em Angola ocorreu em novembro de 1912, quando dois geólogos encontraram 7 diamantes no ribeirão Mussalaba. Naquele mesmo ano foi formada a Companhia de Pesquisas Mineiras de Angola - PEMA. As primeiras explorações ocorreram no rio Chicapa e seus afluentes. Em outubro de 1917 foi constituída a Diamang, empresa pública portuguesa comparticipada pela De Beers e por interesses financeiros ligados ao cartel tradicional dos diamantes estabelecido nas praças europeias. A prática da Diamang baseou-se num modelo concentracionário, caracterizado pela criação de fronteiras, repressão sobre os trabalhadores (incluindo recurso a trabalho forçado e a imigração compulsiva de naturais de outras partes de Angola), e em geral pela férrea limitação da liberdade de circulação e de residência da população local. Mesmo durante o período Marxista-Leninista, de 1975 a finais dos anos 80, o acesso às Lundas, pelos não-nativos só era possível com a emissão de uma guia de marcha especial emitida pelos serviços da Segurança de Estado. A Diamang (Diamantes de Angola), registrou, no seu primeiro ano, a produção de 4.110 quilates. Em 1949 essa produção aumentou para 769980 quilates, em 1971 atingiu o pico da produção com 2.413.021 quilates.
Entre 1941 e 1950, saíram de Portugal cerca de 110 mil imigrantes com destino às colónias, a maioria fixou-se em Angola. O fluxo imigratório prosseguiu em ritmo crescente até 1974. Porquê se era assim tudo tão mau? Não me digam que iam todos para se sacrificarem.
ANO NÚMERO
1845 1832
1900 9198
1920 20200
1940 44085
1950 78286
1960 172529
1961 162387
1970(*) 290000
1974(*) 335000
Número de Brancos que Viviam em Angola (1848-1974)
A história econômica de Angola pode ser dividida em quatro grandes períodos.
“O primeiro período compreende a aliança entre as coroas portuguesas e Congolesa, assim como o tráfico de escravos dirigido principalmente para o Brasil. O segundo período começa com os 100 anos de transição dos escravos para o café, durante o qual ocorreram a ocupação e a colonização do território e que inclui o aparecimento de uma economia exportadora de café baseada no trabalho forçado. A economia de Angola na década de 1940, iniciou um processo de crescimento que envolveu considerável imigração de Portugal em resposta ao surto do café. A conjuntura e as perspectivas favoráveis para o comércio exterior foram decisivas na evolução das condições internas fato que se refletiu em mudanças no regulamento da indústria, em incentivo à agricultura, em leis laborais e na política monetária. O terceiro período tem início, com a resposta militar portuguesa no começo da luta de libertação nacional, em 4 de fevereiro de 1961, no qual foram abrandadas certas limitações econômicas do regime colonial, permitindo a ocorrência de um rápido processo de industrialização ao lado da economia do café, e termina com o começo do ciclo do petróleo. O ciclo do petróleo antecedeu imediatamente o aumento de preços pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo, OPEP, em 1973, e a revolução de Abril de 1974. Angola ascendeu à independência em 11 de novembro de 1975 numa excelente atmosfera econômica que acabou por desperdiçar irremediavelmente.
O quarto período cobre o período de 1975 a 1993 que começou com a transição caótica para a independência e a desestabilização político-militar do país com o colapso da oferta interna, a expansão desordenada da procura, os desperdícios de recursos que geraram uma profunda crise econômica, política e social.”
Agora Dr??? Zeco já deve começar a ter uma idea de onde veio esse dinheiro todo que o Botas tinha. Pois eram “emigrantes”, “retornados”, “bandalhos”, “exploradores dos pretos”. Mas voçês adaram todos a comer á conta deles. A sua referência ao turismo na “Metropole“...Você não deve ser Dr??? Zeco, você deve ser é Dr??? ZeCú porque tem a cabeça tão enterrada no seu próprio anûs que perdeu a noção do que diz.
Só uns dadosinhos para lhe dar um bocado de luz aí dentro.
3. O MERCADO DO TURISMO EM PORTUGAL
Em termos europeus, Portugal detém uma quota de mercado das chegadas de 3%, enquanto a quota das receitas é cerca de 2% (quadros 1 e 2).
Fonte: DGT “O Turismo em 2000”
Relativamente às quotas de mercado das receitas do turismo de Portugal, verifica-se que são inferiores às quotas de mercado das chegadas de turistas nas três bases consideradas. Este facto indicia que, de uma forma geral, o tipo de turismo português não tem atraído o turista exigente, excepto em zonas específicas como a Madeira, a linha Estoril/Cascais e determinados locais do Algarve, com tradição no turismo de qualidade posicionado no segmento médio/alto.
Considerando os países do Sul da Europa8, em 1999, o nosso país representou 10% das chegadas a esta região, embora as suas receitas sejam apenas de 6,5%, o que demonstra a nossa dependência de visitantes com um poder de compra médio baixo (quadro 3).
E isto foi no ano 2000.
Paulo Nunes de Almeida, presidente da ATP
o agravamento do défice nacional, que, no passado mês de Fevereiro 2005, aumentou quase 12%, face a período homólogo do ano transacto.
Vá lá tire a cabeça daí. Pois é Dr??? ZeCú o facto é que Angola nåo só pagou pelas guerras todas, como pagou para os alarves que a exploraram e exploram, todos os que a amaram e desdenham, e para os analfabetos que mesmo tendo lá ido, não conseguem ver mais longe que o corno que têm na testa.
Em relação às baixas na guerra, como é tão típico em Portugal só se vê o que se quer, neste caso uma pequena porção da imagem total. Quem é que está aqui a fazer descriminação – se eram da Metropole, de Angola ou da China. Que eu saiba eram todos seres humanos. É realmente pena que com tantas lições, ninguem aprendeu nada.
As verdadeiras baixas na guerra am Angola:
QUADRO 2: PERDAS DECORRENTES DA GUERRA CIVIL EM ANGOLA - 1975 a 1993
I. Perdas Humanas
Mortos (87% civis)
990.000
Mutilados
70.000
Refugiados
85.000
Exilados e Emigrantes
1.100.000
Deslocados (90% dependentes do Estado e de doações
3.000.000
Órfãos e crianças abandonadas
100.000
Doentes mentais
25.000
Desmobilizados (95% desempregados)
151.000
Crianças com menos de 5 anos que nasceriam e estariam vivos se houvesse paz
834.000
Total
6.355.000
II. Perdas Financeiras (**) (US$ ) US$
Pontes (ferroviária e rodoviária), estradas...........................................................3.200.000.000
Escolas, hospitais e outros imóveis.....................................................................2.380.000.000
Barragens e centrais hidroelétricas................................................................................850.000
Geração térmica de eletricidade....................................................................................530.000
Material de guerra destruído...............................................................................5.700.000.000
Compra de armas e equipamento militar excedente............................................9.800.000.000
Despesas com as forças armadas...................................................................................650.000
CFB (Caminho de Ferro de Benguela)...................................................................880.000.000
CFL (Caminho de Ferro de Luanda)......................................................................220.000.000
CFN (Caminho de Ferro do Namibe).....................................................................122.000.000
Café (perda de produção e exportação)...............................................................6.200.000.000
Diamante (perda de produção e exportação).......................................................4.600.000.000
Destruição do porte industrial.................................................................................840.000.000
Refinaria de petróleo de Luanda..................................................................... 72.600.000
Base do Kwanda................................................................................................. 66.000.000
Terminal de Kinfunquena................................................................................... 60.000.000
Petróleo (perda da produção na B. do Congo)................................................... 860.000.000
Custos adicionais de transporte (frete aéreo e cabotagem).................................. 2.300.000.000
Custo dos acordos de Bicesse..................................................................................450.000.000
Destruição de 6 emissoras da Rádio Nacional de Angola.................................... 70.000.000
TOTAL.......................................................................................40.000.000.000
III. Exercício da Administração (1975-1993)...............................65.75% do território
IV. Minas (1/3 com localização desconhecida)...................................................10.000.000
V. Tempo de duração da guerra......................................................................33 anos
(**) Não estão incluídos os efeitos indiretos sobre o PIB no período de 1975-1993.
Fonte: (Vicente, 1994:82).
Tais valores podem estar acima dos 40 bilhões de dólares, mas à contabilidade da guerra ainda não foi adicionada a destruição social de várias gerações.
“o balanço da guerra foi extremamente pesado para Angola, pois a mesma fez 1 milhão de mortos, 100 mil mutilados, 5 milhões de deslocados dentro do país, 2 milhões de refugiados para os países vizinhos, uma dívida de mais de 20 bilhões de dólares e 3 milhões de famintos, desta forma Angola iria precisar de algumas dezenas de anos de paz para remover tais ruínas” (Protocolo de Lusaka, 1995:9).
Pois é Dr Zeco veja lá que ainda por cima nem gosto de peixe. Coma você a pescada e arrote, arrote, arrote...
Quanto a mim adeus, porque 900 mil crianças mortas só me dá é vontade de vomitar.
Não me diga? Então (Angola e o recrutamento local - as baixas) foi tudo em sentido figurado? Que grande figura que você fez?
Capisci?
Como ponto final do meu lado…
Terei sido eu o único que leu na Tese desse tal Dr Henrique Gomes Bernardo (que ainda não sei quem é mas já compreendi que nunca irá responder) “Contudo, desenhava-se, nos últimos anos de guerra, uma tendência para a equalização das taxas de mortalidade (ver valores para 1971-73) que o 25 de Abril veio interromper.” Porque não pensa nisso Dr Zeco? Se lá esteve? Se lá fez o serviço militar? Não pense que foi o único! Não pense que tem o exclusivo na dor de ver morrer os que o rodeiam ou de viver debaixo da tensão de quem sabe que a próxima bala pode trazer o seu nome. Não é medo caro Zéco, mas sim as leis da Física. Se lá esteve realmente… deve também ter visto a ingenuidade de muito pobre soldado acabado de chegar de uma qualquer província da ‘metrópole’. Maçaricos! Não é? E as praxes que os próprios camaradas (não os actuais de k) mais maduros lhes aplicavam? De levar um escadote para ir apanhar ananases (abacaxis) ou os forçarem a trepar as bananeiras para cortar os cachos! etc. Isto para não falar de outras piores como a do tijolo atado aos ditos cujos. Para no ano seguinte serem esses próprios ingénuos os que aplicavam as praxes aos novos. Lembra-se? Quanto tempo acha que duraria um americano recém chegado da California numa favela do Rio de Janeiro? Então é assim tão estranho que um soldado recrutado na metrópole tivesse mais probabilidades de falecer em combate. Em qualquer teatro de operações um veterano tem muito mais chances de sobreviência que um soldado que tenha acabado a recruta. Porque é que o nível de mortalidade dos comandos e forças especiais foi sempre mais baixo que o da maior parte dos outros regimentos? Não acho que eram todos angolanos! Será realmente preciso fazer uma Tese de Mestrado para se poder compreender isto?
Quanto a quem era destacado e para onde, não acho que as suas opiniões fazem justiça a muitos dos que lá morreram. De transmontanos que a única guerra que viram foi nos jornais porque trabalhavam na rádio em Luanda até bosquimanos que se alistaram nos comandos vi de tudo um pouco. Mas nunca tirei estatísticas. Acidentes nas estradas também vi. Um deles o de um Unimogue que capotou (velocidade excessiva numa curva) numa estrada na região do Cuanza Norte - Uíge em que quatro soldados faleceram. Só como curiosidade e não estatistica, foram registados como mortos em combate nos jornais. Ironia?
Quanto a safados …tenho os visto por todo lado, acho que Angola não teve ou tem o exclusivo. Mas há uma pergunta que lhe gostaria de fazer Dr Zeco? Quantos millhões de americanos morreram na segunda guerra mundial na Europa? Era esta a terra deles?
…e como seria o mundo hoje? Melhor? Para a maioria dúvido.
Este foi um dos pontos que tentei explicar no comentário quilométrico como lhe chamou. Ao fim de todos estes anos quem perdeu com as guerras em Angola não foram os colonos ou metropolitanos, foi o mundo que perdeu. Se a descolonização tivesse sido feita com e por indíviduos integros inteligentes e com visão, o MUNDO seria hoje mais rico. A Africa seria mais próspera, teria morrido menos gente, haveria menos doentes etc. O exemplo da Africa do Sul e mesmo após um regime de apartheid, o bem demonstra. Em vez disso lavámos as mãos Pilatos style. O JC bem razão tinha “Deus lhes perdoe que não sabem o que fazem”.
Quando se teve a oportunidade de realmente criar algo que melhoraria o estado do planeta. Algo de valor REAL para o entendimento entre as diversas raças e credos. Que valor tem para um indíviduo no Rwanda que a França tenha declarado um dia homenagem às vitimas da escravatura? Não muito!
Como se diz por aqui “They threw the baby with the bath water”.
Dr Zeco
Por isso mesmo é que eu considero o 25 de Abril um erro. Não tenho dúvidas que o processo de independência de Angola Moçambique etc iria ser sempre um facto consumado. A Historia o prova. Veja o que aconteceu ao bloco de Soviético, Romano, Otomano etc. A minha crítica é simples. Para qué destruir mais o que já não está muito bom (nisto me refiro ao mundo inteiro). Não se melhoram relações com povos abandonando-os. Só as moscas é que mudaram.
Não sei se comcorda ou não, mas penso que com Marcello Caetano o país se estava já a encaminhar para uma democracia se bem que lenta. O problema reside no facto que saíndo de uma ditadura a tendência da população é sempre a de acelerar o processo. O meu problema é com os líderes desta revolução e o interesse que tinham em self promotion e não no povo e país. Compare agora com Mikhail Gorbachov na União Soviética. A 19 Agosto 1991 é feito prisioneiro num coup de Comunistas hard line. Mas não cedeu as redeas e após retomar o poder a 21 para o passar aí sim com o seu consentimento a Boris Yeltsin. Não foi com a intenção de ficar como o grande homem introduziu a democracia mas sim as suas obrigações como líder e para com o povo da União Soviética e do resto do mundo. Isto não foi o que se passou em Portugal aonde a vaidade a ganância e o pavonianismo se tornaram a ordem do dia.
Pensemos um pouco sobre os nossos politicos e a nossa historia:Sera possivel que alguem em consciencia faça oas acordos de Alvor em finais de Janeiro de 1975,nomeia um governo provisorio de tres partidos e marcar a independencia para 11/11/1975.Quando se iria fazer resemceamento de população cadernos eleitorais campanhas politicas e constituiçâo para formar o governo apos a independencia.Estava tudo ja planeado e nâo foi pior por ter havido da parte de outros paises colaboraçâo.Tabalhei na ponte aerea e chegou-se a ironia de ter avieos da Tap no chão e nâo sabermos nem nos nem a Tap se eram de carreira ou da ponte aerea,por aqui se ve o cumulo que chegamos.
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