Friday, December 23, 2005

Bi centenário do Bocage III

E aqui vai mais um soneto da lírica Bocageana. Este também mete igreja, como convem à quadra, e é muito, muito, bucólico:

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Quando no estado natural vivia

metida pelo mato a espécie humana

ai da virginal menina desumana

que à força o cono seu aberto via.

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Veio e Estado Social um dia,

manda a lei que o irmão não foda a mana,

é crime até chuchar uma sacana

e pesa a excomunhão na sodomia...

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Quão, lascivos cães, sois mais ditosos!

Se na igreja gostais de uma cachorra

ali mesmo, ante o altar, fodeis gostosos!

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Enquanto a linda moça, feita zorra,

desvia a custo os olhos voluptuosos;

no altar, a vista; a mente, em porra!

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Bonito, lindo, natalício...

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