O Bloco de Esquerda, pela voz autorizada do seu cabeça de cartaz, o trotskista Louçã, veio a público revelar quais as 10 medidas que constam do seu Manifesto Eleitoral para os primeiros 100 dias do próximo Governo. Primeira dúvida: Governo do Bloco!? Estou na lua, não me chateies que eu agora estou na lua, meu!
Olhando as tais dez medidas, vemos uma mistura de eleitoralismo puro misturado com algumas das causas tão caras à extrema-esquerda, se bem que estas sejam prudentemente relegadas para o meio da lista para não afastar muito os potenciais eleitores menos engagés.
Se não, vejamos:·
Em primeiro lugar, como não podia deixar de ser, a revogação do pacote laboral e a criação (urgente!) de emprego: é bonito, soa bem aos ouvidos dos “trabalhadores” e deixa a esperança de que o Estado-paizinho admita mais funcionários públicos, forma expedita de criar emprego tão cara aos partidos da esquerda.·
Em segundo lugar, retirada da GNR do Iraque! É uma medida muito fácil de realizar (como mostrou o sapateiro aqui do lado), mas será mesmo uma medida relevante para o bem-estar dos portugueses, para ser a 2ª prioridade do próximo Governo?!·
Como terceira medida, legalização do aborto. Cá está, sendo difícil “mexer na economia” (e em tudo o mais...) e tratar do bem-estar dos portugueses, legalize-se o aborto. Está visto que o País vai de vento em popa, podemos dedicar-nos às grandes causas!·
As 4ª e 5ª medidas apontam ambas no mesmo sentido: mais despesa! Acabe-se com as reformas para a gestão competente da saúde (sector em que Portugal é dos que mais gasta com resultados entre os piores) e consiga-se da Europa o beneplácito para aumentar o deficit das contas públicas. E o cacau, o ferro, o cumbu, o pilim, donde é que vem, dr Louçã, donde? Os ricos que paguem a crise?·
Sexta medida, “Abaixo os OGM”. E viva o Greenpeace! Estamos conversados, sem esta medida, o país atola-se no pântano.·
Sétima medida, combate à fraude fiscal. O Bloco considera, pois, este assunto secundário, mesmo preconizando algumas medidas (1ª, 4ª e 5ª) que apontam claramente no sentido do aumento da despesa pública.·
Oitava medida, legalização dos imigrantes: para quem tanto vocifera a favor dos ditos, o oitavo é um lugar um bocado recuado, não?·
Nona medida, pôr fim aos abusos da prisão preventiva. Ok, mas sobre a reforma da justiça é só isto?! Se calhar o resto está bem e recomenda-se.·
E, finalmente, a décima medida: novas regras nos manuais escolares e na colocação de professores, ou seja, a educação (que se resume a isto?!) é a última prioridade para o BE. Bem, ao menos o Bloco não tem a cara de pau do engº Guterres, cuja paixão pela Sodona Educação não passou, afinal, de um simples namorico de praia.
Mas ... ó dr Louçã, não falta nada?!
Então o BE votou contra o OGE para 2005 e não acha prioritário elaborar um orçamento rectificativo? Terá sido esquecimento? Será má consciência?
Em resumo, para o Bloco de (extrema) Esquerda, o País vai bem e não precisa de reformas. Desde que não se coma milho transgénico (que horror!), se legalize o aborto, a GNR regresse do Iraque e os imigrantes sejam legalizados, o resto, está tudo bem!
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