Loureiro dos Santos depois do jantar dos "preocupados" diz que as FA's, com os corte em perspetiva arriscam-se a não poder cumprir a sua missão de defesa da Pátria.
Mais uma vez o general Loureiro nos quer comer por lorpas, talvez pelos salamaleques que terá recebido dos seus pares durante o jantar de "generais e almirantes na reserva e reforma".
O senhor general não deveria julgar que o cidadão mais distraído imagina que com o presente orçamento, antes dos cortes, tem alguma remota hipótese de defender "a Pátria" contra, por exemplo, uma invasão espanhola. Nem com um orçamento 10 vezes maior...
O senhor general está marreco de saber que nem sequer é essa a missão das FA's de um pequeno país que vive paredes meias com um grande vizinho.
Esta questão foi bastamente discutida aquando da invasão de Goa: Salazar queria que na tropa portuguesa, após a invasão, apenas houvesse heróis ou mortos.
Vassalo e Silva rendeu-se após alguma resistência com mortos de parte a parte e cumpriu a sua missão. Como?
É que a missão das FA's não é necessariamente defender eficazmente o território contra a invasão inimiga (no caso de Goa uns 4.000 soldados mal armados contra, se bem me lembro, 20.000 indianos com blindados, marinha e aviação em quantidades confortáveis) mas garantir uma resistência inequívoca e clara que viabilize num tribunal internacional uma queixa contra o Estado agressor. Essa queixa não tem credibilidade se a invasão for "aceite", sem resistência. Não é preciso seguir o figurino idiota de resistir até à "última gota de sangue"; basta uma resistência clara e indiscutível, como a das NT em Goa.
Claro que há as demais missões de soberania como a defesa da zona económica exclusiva contra pesca ilegal, não contra a 6ª esquadra americana em trânsito para a sua "casa" no Mediterrâneo ou contra uma esquadra espanhola em manobras...
Portanto era interessante que o senhor general nos explicasse melhor que parte da "defesa da Pátria" ficava comprometida com o corte dos 200 milhões em vez de arrotar postas de pescada para o pagode pasmar com a segurança teórica do velho cabo de guerra.