Sunday, January 30, 2011

RELÍQUIAS DO PASSADO - O PCP

Não me canso de dizer que em Portugal temos uma situação perfeitamente anómala no espectro partidário, que é a existência de um partido comunista, ortodoxo e stalinista, em pleno século XXI.

Tem um peso eleitoral considerável, da ordem dos 10% que, em certos municípios do sul do País, chega mesmo a constituir a principal força política da região.

Para além do PCP, existe ainda um partido de extrema esquerda, o Bloco de (Extrema) Esquerda, com peso eleitoral semelhante, ou seja, quase 20% do eleitorado é comunista!

Isto, quando na Europa, depois da implosão da URSS e da queda do muro de Berlim, a generalidade dos partidos comunistas fizeram um esforço de actualizar a cartilha sem, com isso, terem evitado perder acentuadamente peso eleitoral ficando, muitos deles, com posições meramente residuais.

Cá, não.

Vejam a pérola que retirei do Facebook, representativa do "pensamento" comunista que embebe os murais de muitos kamaradas que falam em uníssono afinado a favor dos seus "ideais" e zurzem ainda mais afinados e raivosos nos infiéis que ousam escrever diferente.

Um exemplo do stalinismo desta gente, um louvor a Staline como não se via na URSS desde, pelo menos, o XX Congresso (o tal em que Krutchev denuncioou os crimes do Paizinho dos Povos):

"...no tempo de Staline, o homem que mais projectos fascistas para a Humanidade venceu, até hoje, nenhuma democracia ocidental era mais democrática do que a URSS, porque ele fez de uma terra de escravos uma terra de gente digna e culta ao ponto de obter índices de desenvolvimento económico, social e humano nunca antes vistos. Aqui andava-se de carroça quando operários e camponeses russos desfrutavam das artes, da cultura, do desporto, de férias, 8 horas diárias, não havia desemprego, tinham tempo e direitos que nunca a maioria do povo português teve, e sem esses direitos sociais consagrados na prática, nenhuma sociedade pode ser considerada livre e muito menos democrática..."

Espantoso!

6 comments:

Fátima Santos said...

o texto que citas é do PCP é do BE é de um molitante? de QUEM é este texto?
é que ao cimo da Terra existem cabeças e cada cabeça sua sentença e o que eu gosto de saber é QUEM escreve, que malucos há muitos, loucos idem, e paranóicos de passados risonhos haverá aos molhos - esboroados por aí que não organizados, que não sei se PCP e BE dão guarda-sol a tipos com falares desses, creio...e não me impele tomar a parte pelo todo e eu textos desse teor acredito que sejam de índole pessoal resquicios enquistados como doença (doença mesmo ou sinal de uma)
assim o que creio eu que sou muito acreditadeira, aviso
nota de rodapé: autores desses ou com falas semelhantes, por vezes são tão boa gente que até dói vê-los com o mal!

Marques Correia said...

Vê se tens acesso a este artigo no mural do Pedro Namora:
http://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=144344385623037&id=100000312214882#!/note.php?note_id=10150389364570354&comments

O texto foi tirado de um dos comentários de um tal Luís Gomes.

Entra no mural do Pedro Namora e tenta aceder aos murais de outros amigos dele. Ficarás com uma ideia do que pensa a nação PCP em pleno século XXI.

Luís Maia said...

Já que demonstra conhecer as correntes filosóficas do pensamento político do sec. XX, gostaria nos (aos seus atentos leitores) mostrasse em que pontos do programa político eleitoral do BE, encontra os seus fundamentos para o considerar um partido estalinista e além disso me (nos) demostrasse o que é isso de extrema esquerda.
Falará por certo do passado de alguns dos seus actuais dirigentes, que aceitarei como bom argumento se aceitar que a ideologia do velho MRPP lidera a UE

Marques Correia said...

Relendo o que escrevi, não vejo onde (raio) chamei stalinista ao BE. Ao PCP, sim!
Ao BE chamo Bloco de (Extrema) Esquerda por ter sido o resultado da fusão da UDP com o sucessor da LCI (não me recordo da sigla - FSP? seria?), ambos partidos de extrema esquerda. O resultado dificilmente seria um partido simplesmente de esquerda...
Claro que nunca li o programa do BE: basta-me ouvir e ler o que o seu "coordenador" (?!) diz e escreve e o que defendem os deputados.
P'ra quê perder tempo a ler o programa do BE?!

Luís Maia said...

Eu embirro particularmente com a designação de extrema esquerda atribuída ao BE, porque quanto a mim essa apreciação passa por uma linha previamente definida e quanto a mim indevida, porque deve ser a História que pode um dia identificar quem cumpre o papel de partido de esquerda e quem o traiu falando em seu nome.
é que não consigo entender porque raio se ha-de atribuir ao PS o papel charneira de defesa da ideologia de esquerda, quando não se vislumbra nada que o destaque do PSD.
Um dia saber-se-a quem a defendeu e quem a traiu

Marques Correia said...

Luís, como eu te compreendo!
Antes de aderir ao PSD andei a "pesquisar" e a oscilar entre eate e o PS. Fui a várias sessões dos Estados Gerais (aí peloas anos 90...) e acabei por me decidir pelo PSD por razões pragmáticas, que ideológicas não encontrei. Acima de tudo pesou o meu desamor pela família Soares e pelo espírito de clã e agência de colocação generalizada de amigos que se notava e nota no PS, muito mais que no PSD (não é que não tenha também a sua "agência": tem é muitas...).
Mas quanto ao BE ser ou não ser extrema esquerda, confesso que nunca me incomodei muito com isso. Parece-me pacífico (pelo que dizes parece que não é tanto como eu cuidava) que o espectro político da direita para a esquerda se perfila com o PNR (é assim?), CDS, PSD, PS, PCP, BE (UDP + Trotskistas), MRPP, etc.
O que coloca o CDS para o lado da extrema direita e o BE (e talvez o PCP) para o da extrema esquerda.
Claro que a História, essa grande escultora (como o mar...), fará o seu julgamento, mas não vejo por que carga de água nos deveremos abster de fazer o nosso, com os dados disponíveis.
Eu não me abstenho (mesmo arriscando-me a fazer disparate)!