Wednesday, December 01, 2010

OS PRESIDENTES E A CRISE

Como não podia deixar de ser, a presente crise (veja sobre as crises aqui) tem dado pano para mangas no que toca a acusações entre as (várias) esquerdas e as (várias) direitas, com acusações mútuas sobre a paternidade da mesma.

A acusação mais louca vem do Poeta Alegre (não confunda com Pateta Alegre...) que diz que Cavaco, como Presidente tem uma grande responsabilidade na crise. Como Presidente?! Que poderes julga o Pateta Alegre (perdão, o Poeta Alegre) que o Presidente tem?

Está marado, só pode!

Bem, está marado, mas tem alguma razão no potencial de influência que um Presidente pode ter no eclodir de uma crise como a presente.

Recordam-se quando a Ferreira Leite era ministra das Finanças e começou a campanha pelo rigor das contas, pela diminuição do deficit e da dívida pública? Recordam-se?

Nesse tempo as vacas ainda não estava de pele e osso e o PS ainda recordava com saudade o tempo das mãos largas do governo do Guterres. O que, segundo eles, fazia sentido era investir no social, na cultura e no desenvolvimento deixando o deficit crescer dentro de limites razoáveis. Afinal estávamos no Euro, nada de mal nos podia acontecer...

E foi então que o estafermo do Sampaio pariu a sua frase lapidar, única coisa que ficou dos seus dez anos de presidência:

Há mais vida para além do deficit!

Frase assassina, verdadeiro frete feito ao seu PS, que a aproveitou para mostrar aos cidadãos que o governo tinha como único objectivo reduzir o deficit, deixando para segundo plano o desenvolvimento, o social, a kultura.

Realmente, com posições destas, não é de espantar que ao fim de uns anos a dívida tenha chegado onde chegou e o país, em crise permanente, se tenha visto sem preparação para fazer face à crise vinda de fora.

E eu votei naquele sacana, em 1996, por não gostar do Cavaco.

Erro que não voltei nem voltarei a cometer.

Safa!

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