Saturday, December 18, 2010

MANEL ALEGRE E OS MERCADOS, ESSES MALANDROS

O candidato Manuel Alegre é daquelas pessoas que consideram que os mercados são assim a modos que uns tipos com a mania de lixar o parceiro, em particular Portugal, cuja economia atacam encarniçadamente.

Acha o poeta Alegre que os Estados têm que se unir para dizerem NÃO! aos mercados e obrigarem-nos a baixar os juros para valores "justos", deixando de especular para os fazer subir, subir, subir... por aí acima, para nosso mal. E, claro, o Presidente teria uma palavra a dizer nessa campanha...

O poeta não deve ter percebido que os tais mercados não são mais que um espaço virtual onde se encontram entidades, essas bem reais, para fazerem negócios, trocas, compras e vendas, empréstimos e por aí fora.

Claro que ninguém faz negócios com um tal Mr. Mercado. Compra-se e vende-se às entidades presentes no mercado e, naturalmente, também se fazem essas operações "fora do mercado", directamente de comprador a vendedor, tal como quando compramos o carro ao nosso vizinho.

Quanto ao mercado de capitais, era bom que o poeta Alegre percebesse que ninguém, nenhum Banco, nenhum "Mercado", nos obrigou a pedir dinheiro emprestado. Nós é que procurámos continuadamente quem nos emprestasse dinheiro, não só para investir no nosso desenvolvimento, mas também para comermos, vestirmos e vivermos acima das nossas posses.

Para azar nosso, muitos dos investimentos feitos pelo Estado (e não só) não tiveram o efeito que se esperava no desenvolvimento do País, nos mais diversos aspectos. Resultado, para pagarmos os juros da dívida acumulada e para continuarmos a "viver bem" temos que pedir mais dinheiro emprestado.

E aí, para que nos emprestem mais dinheiro, há duas condições que os potenciais emprestadores têm constatar que se verificam:

1ª - Que temos condições para pagar o que pretendemos que nos seja emprestado, com pequeno risco para quem nos põe o dinheiro na mão;

2ª - que o Estado é sólido e estável e que honra os seus compromissos;

Por outras palavras: que Portugal pode e quer pagar (nas condições acordadas e não noutras, claro).

O palavreado do poeta Alegre, se é negativo quanto à 1ª condição, levanta muito sérias dúvidas quanto à segunda: com Alegre no Poder não era de espantar que, de um momento para o outro, pregasse a suspensão do pagamento dos juros da dívida e pretender juros "justos", seja o que fôr que isto signifique, na cabeça tonta do candidato.

Ou seja, com Alegre, estaríamos feitos ao bife e quem estivesse na disposição de nos emprestar dinheiro não deixaria de puxar os juros o mais para cima possível. E com toda a razão!

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