Devo andar (ou sou...) bué da tapado porque só agora percebi (?) qual era o problema do Jardim Gonçalves em se agarrar ao poder de forma tão desabitual. O homem chegou ao ponto de correr com um PCA autónomo e independente para colocar lá um pau mandado, o cinzento e obscuro Pinhel que, ao aceitar o cargo no seguimento do longo e conturbado processo que culminou na saída do Paulo Teixeira Pinto, não pode ter qualquer dúvida que a autonomia de que dispõe não é nenhuma. Excepto, e aí tem toda a autonomia, para fazer o que o decrépito engenheiro deseja que se faça.
A série de notícias libertadas ao longo da semana deixou agora claro que o Jardim pretende manter o controlo para aguentar os favores que o banco prestou e continua a prestar aos filhos do geronte, bem como a alguns membros dos vários Conselhos que copulam (perdão, de cúpula) o banco. Realmente era preciso aparecer o desbocado do Joe Berardo para alguém dizer em público, preto no branco, que a percentagem dos lucros com que os administradores & companhia se aboletam é perfeitamente desproporcionada e constitui um verdadeirio roubo aos accionistas.
Agora sabemos que, para além disso, também os amigos e filhos (e o mais que se virá a descobrir, pois o Banco de Portugal e a CMVM estão com investigações em campo) se sentam à mangedoura farta do banco para se financiarem a custo zero em empréstimos com que lançam negócios em que o BCP figura, muitas vezes, como principal cliente.
Para uma organização conotada com a Opus Dei (e com a Opus Gay, segundo se diz à boca pequena...) e para um Banco com o prestígio que o BCP já teve (sim, sim, falo no passado) não está nada mal!
O cartoon do Vasco, publicado no Público de hoje, que aqui se reproduz com a devida vénia, vem mesmo por o dedo na ferida...
2 comments:
Repararam na notícia que os telejornais difundiram esta noite?
O engº Jardim pagou a dívida do filho, no montante de € 12.400.000,00 (doze milhões e quatrocentos mil euros) e acabou-se o assunto!
Só é pena que o tipo não se tivesse lembrado de pagar antes de ser "apanhado" e ver a história pespegada nos jornais.
Usar os bens alheios (do banco, isto é, dos accionistas) em proveito próprio ou da família é, se bem me lembro, um crime que dá pelo nome de peculato...
Ou esta cambada salta toda ou o BCP vai pelo cano; provavelmente comprado por um sindicato de bancos e dividido a retalho.
Volta, Teixeira Pinto, que estás perdoado!
O título deste post foi dado lembrando-me de um dos filmes que mais marcou (enfim, assinalou, whatever) a minha juventude: Il Giardino dei Finzi-Continis (tem uma sonoridade única, quando dito em italiano).
A Dominique Sanda, uma revelação deslumbrante, um cometa que se desfez em poeira, o Helmut Berger divino como só ele, meio efeminado, muitíssimo blasé, um espanto! O Fabio Testi - seria injusto não o recordar, se bem que sem o nível trágico dos irmão.
Os jardins, os jogos de tenis, as tardes mornas, as conversas cheias de subentendidos, as pequenas doenças dos irmãos (menos de Micol mais de Alberto), a deportação, o regresso impossível a um passado perfeito.
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No fundo um bocado da minha juventude ficou com eles no jardim, sem regresso possível.
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