Wednesday, February 03, 2010

ALEGRES LOMBADAS NO ESPÍRITO VELHO DOS REPUBLICANOS CADUCOS

O Público de hoje (este hoje já é ontem...) trazia na última página uma crónica do advogado Pedro Lomba, cronista que passou a escrever neste diário há poucos meses, com a saudável alternância de comentadores a que o jornal procede de tempos a tempos. Assim se foi o filósofo Desidério Murcho (uma pena e uma perda!), assim se manteve Paulo Varela Gomes, já não com as cartas de lá (Goa) mas com crónicas de cá, na P2. O Pedro Lomba já lá tinha deixado alguns textos com interesse, mas este encheu-me as medidas: nos tempos que vão correndo em que muitos jeunes blan' becs insistem em pensar como les vieux mecs seus antepassados (copiando-lhes o pensamento, os tiques e as idiossincrasias, as mais das vezes), é muito refrescante e inspirador ver jovens a pensar pelas suas cabeças em função das realidades do seu tempo.

Pedro Lomba zurze no lombo do Manel Alegre, considerando-o um homem enterrado no passado, apresentando-se como anti-fascista, combatente contra Salazar e outras referências curriculares perfeitamente desligadas das realidades do dia a dia de hoje.

Nascido em 1977, pertencente a uma geração de "...gente suficientemente distanciada para reconhecer os erros criminosos que foram cometidos na 1ª República, no Estado Novo e também nesta democracia", não tem pejo em interrogar-se:

"...o que é o antifascismo senão um narcisismo histórico daqueles que, por terem combatido a ditadura, ainda acham que são eles e sempre eles a consciência ética da nação?"

Sobre as referências que Manuel Alegre insiste em atirar sobre nós, refere que "O "junqueirismo", popular entre os republicanos de há mais de 100 anos, foi a versão literária de um certo nacionalismo fin-de-sècle que Manuel Alegre parece querer agora revisitar em 2010."

E remata com:

"só que na geração de Alegre tudo se resume a isso: conversa patrioteira. Serve quando estamos a lutar contra um regime. Não resulta quando precisamos de construir outro."

Leiam o texto, que vos transcrevo, com a devida vénia para o Público e para o Pedro Lomba.

Cliquem no texto para ampliar.

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