Transcreve-se a seguir, com a devida vénia, a coluna de Vasco Pulido Valente, "A Poeira", do Público de hoje. Enjoy!
Alguns, como o PPM e a Nova Democracia, são restos de uma direita morta. Outros vêm de uma extrema-esquerda que se divide e subdivide, por razões que escapam ao comum dos mortais. Os partidos da direita não incomodam ninguém. Os partidos da extrema-esquerda, com o seu atávico fanatismo, vivem num mundo que não existe.
Não que deliberadamente escondam a verdade ao país, mas falam de um futuro impossível contra a evidência mais clara e comprovada, anunciam
políticas que levariam Portugal a uma inconcebível miséria e alimentam esperanças que levarão inevitavelmente ao desespero. Contra isto não há nada a opor, excepto a paciência e a consoladora previsão que o eleitorado os varrerá de cena.
nome da liberdade. Por enquanto, só verbalmente. Mas nada nos garante que o verbo não se torne
em acção à medida que a crise for durando e que os fracassos se acumularem.
Quando se vê o dr. Mário Soares, com a sua energia do costume, oferecer o seu apoio aos “capitães de Abril” e à gente inominável que os segue, negando um a um os princípios que defendeu no PREC e recolhendo à sua volta os pequenos ditadores que ele nessa altura detestava, o mundo parece virado do avesso.
O dr. Soares não percebe talvez que este tributo que ele presta à irracionalidade e à raiva oferece um exemplo e uma justifi cação a uma extrema-esquerda que provavelmente não saberá parar a tempo.
Estas desordens passaram também para o PS, onde Seguro mistura alhos com bugalhos.
Ganhe ou não ganhe em 25 de Maio, a sua essencial mendacidade, consciente ou não, fi cará à mostra. Os portugueses compreendem que o dinheiro que hoje nos chega da Europa e, em pequena parte, dos mercados”, não chegaria, e não chegará se o furor da esquerda e da extrema esquerda se puder expandir à sua vontade.
E, se por acaso não compreenderem, a realidade não desaparece por isso.
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