Com a devida vénia transcrevo um texto recebido da Casa do Brigadeiro (obrigado, Fernando "Karipande") que se refere a um dos massacres que pontuaram a nossa convivência fraterna com os povos das nossas queridas províncias ultramarinas. Mueda, Baixa do Cassange, Pidgiguiti, Wiriyamu são nomes de apenas alguns dos mais badalados...
"FOI há 46 anos que as tropas coloniais do então regime fascista de Portugal massacraram mais de cinco centenas de moçambicanos que exigiam a independência nacional, em Mueda, província de Cabo Delgado.
Foi também a 16 de Junho de 1980 que o falecido presidente Samora Machel anunciou, em Maputo, a criação da moeda nacional, metical, em substituição do escudo português. Por outro lado, assinala-se hoje o Dia da Criança Africana, acontecimento que recorda a carnificina perpetrada, em 1976, pelas forças repressivas do "apartheid" contra jovens estudantes no Soweto, arredores de Joanesburgo, na África do Sul, que protestavam contra a segregação racial no sistema de educação naquele país vizinho.
A 16 de Junho de 1960, em Mueda, mais de 500 moçambicanos foram massacrados pelas tropas coloniais portuguesas. O seu único crime foi o de terem exigido a independência do país. Mais uma vez, a repressão do colonialismo português se abateu sobre o povo que, por vias pacificas, tentava conquistar os seus legítimos direitos.
Os acontecimentos que precederam o massacre de Mueda são sobejamente conhecidos: o povo moçambicano revoltava-se cada vez mais e com força contra a exploração e a opressão coloniais. Na região de Mueda, por exemplo, a população era obrigada a trabalhar nas plantações de sisal a troco de uma ninharia que não era sequer suficiente para assegurar a sua subsistência, era forçada a cultivar algodão no lugar de culturas que lhe proporcionasse alimentos."
Por coincidência, comemora-se por estes dias os 100 anos do nascimento do antigo bispo da Beira, D. Sebastião de Resende, que, muito antes de começar o terrorismo, já se revoltava perante o regime de semi-escravatura a que os indígenas eram sujeitos e levantava a questão de o futuro de Moçambique passar pela independência.
Este, tal como o padre António Vieira duzentos e cinquenta anos antes, não julgava fora do tempo, mas bem dentro do seu tempo: não gostava do que via e não achava natural nem legítimas a escravatura nem a servidão humana.
3 comments:
Bla, bla, bla, bla.
A conversa do costume dos que não sabem assumir a sua portugalidade e a grandeza ds nosso antepassados.
Só sabem falar dos aspectos negativos da colonização portuguesa que fez uma grande nação multirracial: o Brasil.
Não tem orgulho nessa obra?!
É triste falar em cinco centenas de mortos quando se prova que nem uma vintena morreram...não deixa de ser condenável, mas o número transforma um acto de repressão em massacre
Dados, caro Anónimo, venham os dados!
E, já agora, o nomezinho do meu amigo também era bom e, melhor ainda, um endereço de mail.
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