Sunday, March 25, 2012

AS MULHERES E A IGREJA

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O Publico de hoje, domingo traz um artigo muito interessante de um Ana Vicente que aborda a posição das mulheres na sociedade, em particular na Igreja Católica. Vem isto a propósito das declarações do novo cardeal Português, pessoa (aparentemente) bem intencionada mas com uma posição muito tradicional sobre o lugar da mulher no mundo. Não sendo liminarmente "na cozinha", nem "em casa a cuidar dos filhos", tenho que reconhecer que não anda longe disso.
É pena que a Igreja Católica, já liberta dos fundamentalismos (e triunfalismos) que a caracterizaram durante séculos, não consiga encarar de frente as questões de género (e de sexo...) mantendo a mulher numa posição de criada (serva, é o termo) sem qualquer função relevante. E, claramente, numa posição secundária em relação ao macho a quem estão reservados todos os cargos da carreira eclesiástica, de seminarista a Papa.
Nunca percebi a tineta que a padralhada tem em relação ao sexo. Escolhem o celibato, mas sem nunca dispensarem um papel de guia (diretor de consciência, diretor espiritual e outras baboseiras quejandas) na vida dos crentes que lhes dão essa aberta.

Merda de gente!!!

Saturday, March 24, 2012

OS ESTALEIROS DE VIANA DO CASTELO - POISO DA ÚLTIMA ARISTOCRACIA OPERÁRIA DO PREC

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Toda a gente tem acompanhado com alguma simpatia os problemas dos empregados dos estaleiros de Viana do Castelo, prestes a fechar ou a ser vendidos ao primeiro milionário dos petro-dólares ou dos petro-rublos. Além da crise, a gerência dos estaleiros parece não ser das mais competentes a julgar pelo modo como perdeu ou melhor, viu recusada, a encomenda de dois navios, já com um pronto e outro a iniciar a montagem.
A recusa, pela empresa que faz as ligações entre o Funchal e Porto Santo, parece ser à prova de bala e de tribunal, porque parece que não foram cumpridas regras comunitárias - a falta de velocidade de ponta é apenas um pormenor...
As outras encomendas também não parecem ter sido bem cuidadas: um barco entregue à Marinha com 5 anos de atraso e dois barcos para o "amigo Venezuelano", que parecem também estar em risco de se perder - os trabalhos não atam nem desatam, ou melhor, não desataram ainda.
Mas o enfoque que a empresa tem tido trouxe à luz da ribalta as condições absolutamente ímpares que têm os "trabalhadores" daquele estaleiro (ou deverei dizer daquela Santa Casa da Misericórdia?...).
Cliquem na imagem para verem mais este pormenor do que andamos a pagar.

Wednesday, March 14, 2012

A CRESECENTE IRRACIONALIADE DO DISCURSO CONTRA O NUCLEAR

 Recomendo vivamente a leitura o texto ao lado, tirado do Publico de hoje.

A articulista chama a atenção para o hara kiri que a Europa está a fazer  ao abdicar não só das suas centrais nucleares como da sua indústria nuclear sem uma reflexão cuidada da realidade das políticas de produção de energia a médio e longo prazo, privilegiando (rendendo-se!) aos medos do curto prazo.

A articulista será, certamente, apontada como uma defensora do nuclear mas, lendo o texsto, nada mais errado. Ela limita-se a chamar a atenção para a irrelevância de os reatores europeus serem encerrados num mundo em que o nuclear está em franca expansão, quando os empregos que na Europa estão ligados ao nuclear (projeto, construção e exploração de centrais, investigação e tecnologia nuclear) são tudo menos dispensáveis.

A lógica acéfala (pelo menos, recusam-se a pensar...) dos ambientalistas mais uma vez tem consequências funestas para o nosso presente e tê-lo-á para o nosso futuro.

A menos que sejam parados!

Sunday, March 11, 2012

AINDA O ACORDO ORTOGRÁFICO

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O texto que hoje publico já tem quase um mês, mas vale a pena lê-lo pelo menos para perceber duas coisas:

1. Que nem todos os que aceitam ou defendem o AO 90 são ingnorantes ou analfabetos. O autor deste texto tem tantos pergaminhos (ou mais) como o mais pintado e aguerrido dos talibans anti-AO;

2. Que nem todas as regras da ortografia são milenares, intocáveis e essenciais; algumas, como a da acentuação das palavras esdrúxulas, foi criada pela mão do homem há cem anos e há vinte e poucos esteve para ser cancelada igualmente pela mão do homem.

Tenhamos, pois, calma, muita calminha quando os talibans nos olham como e fossemos traidores à causa da Pátria só porque, com todo o à vontade, passámos a escrever espetáculo, ator e ação, sem alterar um tom no modo como lemos essas palavras.

E tenham os talibans anti-AO o bom senso de guardar para as suas doutas discussões (no Clube dos Pensadores, por exemplo, eheheheheheheh) essa de que a ignorância é muito atrevida...

1.111 POSTS - É UMA BELA MARCA, CARAGO!

Desde que me meti nesta aventura (soft, soft...) em fins de 2004, já lá vão 1111 posts.

O look era um bocado diferente e não encontrei nem rasto do dito.

Uma vez que tenho mais que fazer (a reforma ainda vem longe, penso eu de que) e desde que apareceu o FB tenho-me rendido ao mini-post da rede social em detrimento do post-post dos blogs, estou todo ufano (Ó p'ra mim todo contentinho!!!) com esta marca.

Mil cento e onze posts (no da guerra são mais uns cento e tal...) é mesmo obra!

Evangélicos e talibans - dois ramos do mesmo Mal, o fundamentalismo


As deambulações da Alexandra Lucas Coelho (ALC) por terras do Brasil têm resultado em reportagens e outros textos (tipo caderno de viagem) muito interessantes.

Neste, publicado hoje (texto integral na imagem ao lado; clique para ampliar) na revista do Público, ela dá uma imagem inquietante da ascenção dos fundamentalistas cristãos e do ascendente que vão ganhando no Brasil sobre os políticos, ávidos do seu apoio.

Espero que os tempos mais negros da Igreja Católica não venham a ser re-editados por outras igrejas cristãs, tipo IURD, mas receio bem que só esperar não chegue. Acho que teremos que fazer qualquer coisa, ainda não sei o quê.

ALC refere o caso de um bispo da IURD que Dilma fez Ministro das Pescas e que em breves frases mostra o que lhe vai na alma puríssima, onde não entra sombra de pecado por complacência com o aborto, ou com a liberdade das mulheres ou (supremo peca!) com o casamento homossexual.

O grandecíssimo cabrão e filho de puta dá pelo nome de Marcelo Crivella e parece ter descoberto um belo método de fazer filhos (para evitar o pecado da carne, presumo...) compatível com as suas crenças no Altíssimo.

O pateta e sua castíssima esposa "oram" de três em três anos e de três em três anos são (foram...) abençoados com um pimpolho.

O último tem 21 anos, pelo que presumo (gosto muito de presumir...) que já não "oram" há 21 anos. Talvez por isso a necessidade de lixarem a vida a toda a gente que os atura. Digo eu, armado em psi.
  
Como não podia deixar de ser, o senhor é ferrenhamente homofóbico, pois o Senhor (o "outro") não gosta nada de paneleirices e consta que tem uma sexão (não é gralha) do Inferno reservado para a rapaziada e rapariaga gay. Consta, aliás, que é a zona mais animada do Inferno e que muita freirinha espreita lá de cima, da pasmaceira do Céu, fazendo planos para uma possível queda.

Voltando ao palerma do Trivella (ou Crivella, whatever), o gajo (mais uma vez, como não podia deixar de ser) acha que o lugar da sua castíssima esposa é em casa, a cuidar dos pimpolhos, e em particular na na cozinha a cuidar do pitéu para o senhor (o gajo, não o "outro" - parece que o "outro" já não come há uns bons 2000 anos).

Entre esta malta e os talibans haverá alguma diferença essencial?
Se há, eu não a vejo...

Thursday, March 08, 2012

O bendito Acordo Ortográfico e os seus eruditísimos detratores


 

 
Eheheheeh! A respeito do texto cujo início mostro (completo no link aqui).

É engraçado, mas a evolução da língua tem sido isso mesmo, muito por conta da via popular e muito pouco pela via dita erudita (que, na maioria dos casos, “vai atrás” das alterações e explica como foi).
 

A escrita, melhor a ortografia (com toda a carga que lhe confere o “orto”) é uma espécie de âncora que evita que, de repente, cada um escreva como melhor lhe apetecer e que cada uma dessas grafias “pessoais” seja aceite como boa. O reconhecimento pela comunidade de uma ortografia (isto é, definir que uma grafia é a correta e todas as outras incorretas) não é mais que a tentativa de dar estabilidade à língua evitando que a oralidade determine a escrita a curto prazo – a longo prazo, é um dado adquirido.

 Naturalmente toda a “orto” qualquer coisa, neste caso a ortografia, tem que assentar em regras umas que vêm de trás, outras que são criadas pela constatação de uma prática e/ou de uma conveniência (por exemplo, acentuar as palavras esdrúxulas, regra do início do século XX, mais coiso menos coiso).

O AO (e os que se lhe seguirão) não é mais que a constatação de que Portugal não é dono da língua que espalhou pelos sete mares e, se quer, de algum modo, “segurar” a sua evolução (é uma língua viva – felizmente) tem que “acordar” regras com as restantes comunidades (não portuguesas) que usam a língua que os nossos antepassados lá plantaram.

 Desgraçadamente, o que me parece que ressalta da maioria dos textos dos intelectuais que contestam o AO 90 é uma “indignação” (bacoca? Provinciana? Saloia?...) por uma putativa cedência “aos brasileiros” esses neocolonialistas cujos investimenntos cobiçamos mas cuja influência na sacrossannta língua execramos.