Sunday, June 14, 2009

MEMÓRIAS DO MEU CATIVEIRO - DE CLARA ROJAS

Em primeiro lugar, se tencionam comprar o livro para se inteirarem daqueles pormenores picantes - quem é o pai da criança (era guerrilheiro? era polícia ou soldado? era um dos outros "colegas" de cativeiro? qual deles? como foi?), quem dormia com quem (em particular a Ingrid...), como foram as peixeiradas entre as duas senhoras, etc, etc - desengane-se.

Sobre o puto limita-se a dizer que teve uma experiência de que resultou a gravidez...

O livro dá uma imagem, um bocado desfocada (deve ser intencional) do que era a vida nos sucessivos acampamentos das FARC e das sucessivas caminhadas entre eles e pouco mais.

Pouco mais não: grande parte do livro serve à autora para exibir a sua religiosidade (a sujeita é de um beatismo absolutamente insuportável!), as suas crenças nas várias virgens lá do sítio, as várias rezas diárias do rosário (um rosário = três terços, para quem já não se lembre destas coisas), o quão perdoa aos que lhe fizeram mal, uma coisa absolutamente chata, chata, chata!

Insuportável a beata, raios a partam!

Alguns exemplos (só das últimas páginas):

"... o que me fez reparar que há muitos anjinhos que nos rodeiam com os seus bons pensamentos e a sua luz."

"...decidi deixar isso nas mãos de Deus, para que o todo-poderoso me ajude com esse pesado fardo, como já antes fez."

"...quando alguém nos faz mal, em vez de lhe desejarmos mal, há que o abençoar."

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