Sunday, February 09, 2014

DANIEL SAMPAIO, AS DESIGUALDADES E OLHAR VESGO SÓ PARA UMA FACE DA MOEDA...



O meu saudoso amigo Eduardo Santos dizia, referindo-se à tineta dos nossos colegas de esquerda contra os ricos:


"O que é preciso não é acabar com os ricos, é preciso é acabar com os pobres!"

O triste texto do irmão do Jorge Sampaio, politicamente correto como tudo o que exsuda aquela mente brilhante, centra-se no horror de haver cada vez mais ricos e, ainda mais horrível, de os ricos serem cada vez mais ricos a ponto de os 85 mais ricos do mundo possuírem o mesmo que a metade mais pobre da população mundial.

Que coisa horrível! 

Presumo que o que era porreiro para esta alma simples era sacar a riqueza a esses tipos pornograficamente ricos e "distribuí-la" pelos pobres.

Não interessa nada se com esse "saque" os ricos se vissem forçados fechar as empresas e atirar centenas de milhar para o desemprego nem que essa "distribuição", tão solidária, representasse apenas uns bifes e umas cervejolas para os tais 3.500.000.000 que constituem a metade mais pobre, em nada lhes mudando a vida e a pobreza.

Isso não interessa nada! O que interessa é a "moral" da coisa, a "solidariedade", a "distribuição equitativa" da riqueza...

Aos amantes destas tretas também pouco interessa se os ricos do nosso tempo herdaram as "fortunas" ou se as criaram com as ideias e o trabalho de uma vida, se na sua criação deram e continuam a dar trabalho a milhares ou milhões de pessoas se vale a pena, se interessa, ou não estimular o surgimento de outros milionários, de outras empresas, se mais "postos de trabalho".

Também não lhes interessa se os megamilionários do nosso tempo, enfim, muitos deles, estão envolvidos em atividades de solidariedade (sem aspas uma vez que envolvem o seu dinheiro e não o dos outros...), de combate à pobreza, de promoção da saúde (a fundação Chapalimaud não lhes diz nada, claro, e a Gulbenkian é um dado adquirido) - até certamente terão a subida lata de achar que isso é apenas "caridadezinha"...

E, last but not least, essas almas politicamente corretas, que adoram lançar o seu olhar de desprezo para cima dos ricos e para o aumento das desigualdades, não têm a honestidade, a hombridade, de reconhecer que este sistema que cria ricos e desigualdades também elevou e continua a elevar o nível de vida dos pobres (só a África, a Ásia islamizada e parte da América do Sul e Central tardam a apanhar a onda) que, comparados com os pobres da minha infância, de pobres só têm a etiqueta.

Mas isso (acabar com os pobres), isso é que não lhes diz rigorosamente nada!

Thursday, February 06, 2014

TAXA DE DESEMPREGO SEMPRE A CAIR EM 2013 - DESCULPEM-ME SER CHATO...



Não vi esta notícia no Público, vi a notícia e um gráfico (não este que aqui reproduzo) num noticiário da RTP 1 e não a vi reproduzida nos seguintes. Procurei-a com a box do MEO, andando para trás nos noticiários, mas não a localizei.


A baixa persistente e consistente da taxa de desemprego não é, pelos vistos, coisa que interesse tanto como a praxe. Há uns meses, quando "a coisa" começou, a esquerda afirmava, do alto da sua omnisciência, que era efeito da sazonalidade - que mais poderia ser, não é verdade?!

Com o evoluir da "coisa", a causa da baixa continuada da taxa de desemprego passou a ser a emigração. A emigração?! Será que esta malta não faz umas continhas (muito simples, garanto) antes de dizer bacoradas?

É claro que se tudo se mantiver e um desempregado emigrar, a taxa diminiu, certo. De igual modo, se um empregado emigrar em busca de melhores condições (e não são poucos...) a taxa sobre. Mas a sensibilidade da taxa a estes dois parâmetros não é igual.

Estou a falar de coisas estranhas? Façam lá as contas para ver qual seria a taxa de desemprego em Dezembro de 2013, partindo dos 17,3% de Dezembro 2012 e considerando apenas o efeito de 130.000 emigrantes desempregados terem ido buscar emprego alhures. Como os nossos "sábios" afirmam ser a causa da queda da taxa.

Sendo a população ativa (números de Nov 2012) 5.494.800 pessoas, sendo a taxa de desemprego em Dezemebro de 2012 de 17,3%, o número de desempregados era de 950.600 pessoas e o número de pessoas empregadas 4.544.200. Até aqui, nada de especial.

Mas suponhamos que durante o ano há 130.000 desempregados que emigram. Se não houver outros efeitos (é o que chama coeteris paribus - os restantes parâmetros mantem-se constantes para estudarmos o efeito de um único), ficaremos com menos população ativa e menos desempregados - é só tirar 130.000 àqueles números.

A taxa de desemprego em Dezembro de 2013 teria sido de 15,3% (ver coluna da direita do quadro ao lado), praticamente bate certo com o que diz o INE.

A sensibilidade da taxa de desemprego ao parâmetro "emigração de desempregados" calcula-se facilmente como (2ª coluna a contar da direita): quando 100.000 desempregados emigram, a taxa baixa de 17,3% para 15,8% ou seja baixa 8,9% (1,5 em 17,3); assim,  uma saída de 100.000 desempregados faz a taxa descer 1,5 pontos percentuais.


Vejamos agora o que se passa quando os emigrantes são pessoas empregadas mas descontentes com o seu emprego, ou com o que ganham, ou com as perspetivas de futuro ou ... whatever.

Vejam o quadro ao lado, em tudo semelhante ao anterior exceto num pormenor: é que quando um empregado emigra, baixa a população ativa mas o número de desempregados mantém-se inalterada (recordem-se, coeteris paribus).

Moral da estória, quando um cidadão empregado emigra, a taxa de desemprego sobe. A coluna da direita mostra o que sucede se 100.000 empregados emigrassem: a taxa de desemprego sobe, mas nada que se compare com a descida da mesma quando os 100.000 emigrantes são desempregados. A sensibilidade da taxa ao parâmetro "emigração de empregados" é muito pequena, é da ordem dos 1,85%! 

E qual teria sido o efeito se durante 2013 tivessem sido criados 100.000 empregos? Neste caso não há alteração da população ativa, o número de desempregados cai 100.000 e o de empregados aumenta 100.000. A nova taxa de desemprego teria caído para 15,5%. A sensibilidade da taxa ao parâmetro "criação de emprego" é 10,52%, ou seja, este é o parâmetro que mais influencia a taxa de desemprego, dos três cuja análise aflorámos.

Posto isto, é bom que recordemos que há muitos outros parâmetros em jogo. Sem termos dados mais precisos, estatísticas da emigração desagregadas que nos digam quantos emigrantes abandonaram um emprego para procurar outro "lá fora", quantos novos empregos foram criados, quantos foram "destruídos", quantos dos novos empregos foram "ocupados" por pessoas empregadas, que mantiveram o emprego anterior, etc, etc, etc, é pura especulação dizer que a causa da baixa continuada da taxa de desemprego foi devida a um único fator.

Fazê-lo é tentar confundir a realidade com o que desejaríamos que ela fosse.






Saturday, February 01, 2014

LUIS MOITA - UM OLHAR SOBRE O PASSADO


No ciclo de conferências que a Antena 1 tem estado a transmitir, pelos 40 anos do 25 de Abril, sobre tortura a presos políticos, ouvi hoje umas passagens (ouço rádio quase só no carro...) que me impresionaram vivamente.

O contraste com as narrativas em que se auto enaltecem os "heróis" (porque foram vítimas, muitos deles pouco ou nada fizeram de útil à sociedade) e se vituperam os algozes, transformados em monstros geneticamente diferentes de nós outros, incapazes (juramos nós e batemos no peito!) de matar uma mosca, quanto mais de arrancar-lhes as asas e deitá-las à lareira...

Luís Moita (lembro-me dele como o Padre Luís Moita, de antes do 25 de Abril, na capela do Rato) foi muito sóbrio no que disse e o que me impressionou foram duas coisas (não tenho as palavras exatas), mais ou menos isto:

- não me importa muito quem eram os pides que me torturtaram, não retive o nome da maioria deles; se ou não tinham prazer no que faziam - provavelmente eram, no resto, pessoas normais, com uma vida normal, que ao fim do dia de serviço iam para casa, para a família...

- este é um tempo pós anti-fascistas e, no entanto, muitas pessoas continuam a legitimar muita coisa com o seu antifascismo..

O Luís Moita que me desculpe se não consegui reter as palavras exatas mas parece-me que o sentido não se perdeu.

Lembrei-me logo do "nosso" Mário Soares que, já no século XXI, na última aventura como candidato a PR, se descreveu a si próprio como o "anti-Salazar"! É muito triste quem não encontra, nos últimos 40 anos, (Salazar governou até 1968, ano em caíu da cadeira) qualquer coisa de bem feito para apresentar aos eleitores...

Quanto à primeira frase, não posso deixar de me lembrar toda uma geração de "antifaxistas" que ascenderam ao Poder por direito próprio (acho que é o que eles acham...) apenas pelo seu anti salazarismo que, as mais das vezes, se resumiu a levar umas bordoadas da polícia.

Ou, como o eterno Alberto Martins, levantar-se (em 1969, por amor da santa!!!) e dizer "peço a palavra"...

Sunday, January 05, 2014

RELAÇÕES PORTUGAL - GUINÉ BISSAU




O Público de hoje traz um artigo notável de Fernando Vaz, Ministro Ministro de Estado e da Presidência, porta-voz do Governo de Transição da República da Guiné-Bissau, que vos transcrevo a seguir, com a devida vénia àquela jornal.

Portugal mantém uma posição alinhada com a UE, desde o golpe de estado que colocou no poder o atual governo de transição, que ignora completamente o estado de desgoverno a que tinha chegado o executivo deposto e o esforço que o governo provisório tem estado a fazer para, como anunciou, devolver aos guineenses o seu direito de determinar democraticamente o novo governo e o novo Presidente.

Afinal, o atual governo em Portugal também devivou de um golpe de estado e que só dez anos depois do mesmo, com a abolição do Conselho da "revolução", a "palavra" foi devolvida por inteiro ao eleitorado.  


"Sejamos claros: a Guiné-Bissau e Portugal estão “condenados” a entenderem-se. É muito mais o que histórica e afectivamente nos une do que o que pontualmente nos possa episodicamente separar. E isso é algo que nós, responsáveis políticos de ambos os países, temos obrigação de ter presente na nossa actuação, mesmo quando por vezes, em defesa dos interesses e das razões que assistem os nossos países, temos de aqui e ali falar mais alto ou de forma mais firme.
Mas uma coisa é defender os interesses que são nossos, expor as nossas razões e argumentos e exercer o legítimo direito à indignação; outra coisa é sermos permeáveis a interesses que não os nossos, virarmos costas aos princípios e sermos porta-vozes de outrem.
Vem isto a propósito do facto de ter existido quem, nos últimos dias, se tenha mostrado incomodado, quando não mesmo até aparentemente chocado, com a forma veemente como me vi forçado a defender a posição do meu país e o modo como levámos a cabo uma investigação célere e até agora conclusiva do incidente ocorrido com o avião da TAP no aeroporto de Bissau. Existe um ditado popular bem português que resume o sentimento dos guineenses no que diz respeito à verdadeira onda de mentiras, falsidades e até calúnias que se têm dito e escrito a propósito desse incidente — “quem não sente não é fi lho de boa gente”.
Ninguém que seja responsável, que tenha conhecimento do que realmente se passou com o embarque em Bissau dos 74 cidadãos sírios com destino a Lisboa podia fi car impávido e sereno perante a verdadeira campanha orquestrada que levou a que autoridades portuguesas, algumas até com vasta e reconhecida experiência política, sem que os factos tivessem sido ainda apurados e sem que tenham recolhido a informação minimamente exigível, se precipitassem em declarações que sou obrigado a rotular como francamente infelizes.
Ao longo destes meses, não fomos nós, guineenses, que tomámos atitudes hostis ou conducentes a um esfriar de relações entre os nossos países. Aliás sempre nos habituámos, mesmo nos momentos mais difíceis, a encontrar em Portugal um parceiro seguro na resolução dos nossos confl itos internos. Não é preciso recuar muito. Basta lembrarmo-nos do que se passou em 1998, aquando da guerra civil, e do papel fundamental que então o governo português e nomeadamente o seu ministro dos Negócios Estrangeiros Dr. Jaime Gama desempenhou. E como o fez — sem paternalismos, com um sentido de Estado e com uma sensibilidade e tacto irrepreensíveis e notáveis!
Curiosamente, este governo — e acreditem que foi uma surpresa para mim que conheço bem alguns dos seus principais “actores” — fez exactamente o contrário, preferindo tomar partido por uma das partes (no caso por um ex-primeiro-ministro em cujo governo e sem que tenha ocorrido qualquer inquérito ou pedido de investigação foi assassinado um Presidente da República em exercício e democraticamente eleito, dois chefes do Estado-Maior General das Forças Armadas e vários políticos que se lhe opunham) e virando-nos as costas, pouco ligando aos interesses que são objectivamente os de Portugal e quebrando assim laços de séculos, numa atitude que ainda hoje, por muito que tente, não consigo entender.
Mas apesar disso — de o governo português ter optado por cortar todas as “pontes” com vista a algum diálogo —, o governo de transição da Guiné-Bissau (que, recorde-se, integra todas as forças políticas guineenses, incluindo o próprio PAIGC do primeiro-ministro deposto) esteve totalmente disponível para conversar com Portugal, obviamente em plano de igualdade e respeito mútuo. Por diversas vezes e vias tentámos chegar à fala com diversos responsáveis da cena política portuguesa.
Eu mesmo, durante as minhas passagens por Lisboa, desenvolvi diligências no sentido de me encontrar, a
nível particular e sem qualquer divulgação pública, com os meus homólogos; com um secretário de Estado da Cooperação; e com representantes do primeiro-ministro e do Presidente da República, a quem mostrei a intenção de expor o nosso ponto de vista sobre o que efectivamente se passa na Guiné-Bissau, esclarecer qualquer dúvida que pudesse existir e colher opiniões que nos pudessem ser úteis neste processo de transição. A única resposta que obtive, por interposta pessoa, foi do secretário de Estado, que me comunicou a disponibilidade de um responsável do Instituto Camões em receber-me.
Como se o objectivo da conversa que eu pretendia ter fosse discutir a entrada em vigor do Acordo Ortográfi co ou qualquer coisa do género...
Tem-se dito e escrito muitas mentiras sobre a Guiné-Bissau. Há quem se tenha deixado “embarcar” em campanhas que servem interesses que não são portugueses e que apenas utilizam Portugal como pretexto e instrumento. E isso a mim, particularmente a mim — que aqui vivi cerca de 30 anos, aqui estudei e onde me ligam especiais laços a vários níveis —, causa-me muita pena, até porque conheço bem algumas das pessoas que se deixaram instrumentalizar, sendo isso um péssimo serviço que estão a prestar a uma história e um percurso de séculos que temos em comum e que, embora aqui e ali possa ter sido marcado por alguns desentendimentos, soubemos sempre ultrapassá-los e superá-los. Como estou certo de que iremos ultrapassar e superar rapidamente. Exactamente em nome dessa mesma história e percurso que temos em comum! É esse o nosso desejo e sei — tenho a certeza — que é o desejo dos nossos Povos."

Thursday, January 02, 2014

GREVES & MANIF'S - PROVA DE VIDA DOS SINDICATOS



Leiam a coluna de João Miguel Tavares sobre a banalização da greve. Pela minha parte, só uma chamada de atenção: não são greves inúteis nem de brincadeira, são a verdadeira prova de vida dos sindicatos ou, pelo menos, prova de vida da sua costela política.

A costela sindicalista dos sindicatos, passe o pleonasmo, continua viva e útil: numa fase "esquisita" da minha vida profissional sindicalizei-me quase in extremis (e mantive-me sindicalizado até hoje) e há poucos dias recomendei vivamente uma pessoa que me me é muito cara que fizesse o mesmo, just in case...

Tuesday, December 31, 2013

PARQUE DAS NAÇÕES - VALEU BEM O QUE CUSTOU!



 A zona oriental de Lisboa, anos antes da Expo 98, era uma zona industrial degradada, com lixo a montes, contentores escaqueirados, fábricas arruinadas, uma lixeira à moda antiga.

No limite norte, uma ribeira moribunda super poluída, o Trancão, não destoava da desolação dominante.

A decisão de candidatar Portugal (Lisboa, melhor dizendo) à realização da última feira mundial do século (há quem se ponha em bicos de pés e lhe chame universal - não foi, foi mundial) e a aposta forte em consegui-lo pode ter sido (e foi) polémica, a gestão dos dinheiros públicos, conseguida a escolha de Lisboa para realizar a Expo 98, foi polémica e não isenta de "casos" mais ou menos suspeitos. A distribuição de tachos, prebendas e sinecuras pelos amigos do Centrão foi quase um escândalo!

Mas a verdade verdadinha é que sem a Expo era mais que certo e seguro que não teríamos tido a ponte Vasco da Gama, não teríamos tido o combóio na 25 de Abril (previsto desde o início - até o túnel na margem sul estava feito...) e não teríamos a cidade nova, bela e verde, "amiga do rio", que temos agora.

Por mim (que não abichei um tusto com o negócio - mas tenho pena!), valeu a pena! 








É pena os vulcões já não "explodirem" em jatos vigorosos, de tempos a tempos, mas a poupança de energia impõe-se...





























Monday, December 30, 2013

SOLIDARIEDADE GERACIONAL E GUERRA AOS VELHOS?!!!!!



João Cravinho, um cromo de tomo na iconografia do PS, começa assim, como mostra a figura que junto, a sua coluna no Público de hoje, sobre o tema em título.

Fico perfeitamente panco como muito boa gente só parece pensar com os bolsos (ou com a bolsa) parecendo perfeitamente incapazes de produzir um pensamento que, por coincidência ou acaso, não coincida com os seus interesses - ou da sua bolsa.

Para desgraça minha (mas para meu descanso espiritual...) muito do que eu penso vai direitinho contra os meus interesses (ou os da minha bolsa). Deve ser eu que sou mazoquista...

É que eu acho que pertenço a uma geração que viveu de empréstimos (não pessoalmente mas como membro da sociedade) beneficiou de saúde, educação, auto estradas, estc, etc, etc, à borla ou quase e que, estando à beira dos 64 anos e a uns aninhos da reforma não imagina por que carga de água deve ser a geração do meu filho a arcar com a minha reforma a um nível perfeitamente irreal, muito superior ao que a suposta capitalização dos meus descontos proporcionaria.

Eu penso - contra mim o penso - que como reformado deverei continuar a contribuir para a recuperação das contas públicas, entre outras razões porque foi precisamente a minha geração que levou às ruas da amargura (e não a geração do meu filho).

Deixando-me de punhos de renda, é engraçado verificar que um cabrão como o Cravinho que beneficiou à grande e à francesa (muito mais do que eu) do descontrolo das contas públicas venha agora reivindicar que sejam as gerações seguintes que lhe paguem a choruda pensão e que esta seja intocada, que seja isento do esforço de recuperação das finanças públicas!

Que GRANDECÍSSIMO FILHO DE PUTA!!!!!!!

Sunday, December 29, 2013

CENTRO KULTURAL DO EX-CINEMA EUROPA!




A Junta de Freguesia de Campo de Ourique vai, finalmente, começar a tratar do futuro mini-centro kultural que funcionará (funcionará?!) no rés do chão do edifício contruído onde existiu o mamarracho do cinema Europa.

Com a alteração radical do perfil dos consumidores de cinema, consolidada nos anos 80 do século passado, o Europa, como todas as grandes salas de cinema, deixou de ser rentável mas os proprietários foram, desde logo, impedidos de ali construir outro edifício que o PDM permitisse e que lhes desse o rendimento a que (graças ao fim do PREC!) tinham todo o direito a aspirar. Só que os "moradores" nunca o permitiram pois, para eles, o edifício estava mesmo a pedir a reconversão em "espaço kultural" ao serviço das massas. 

Escrevo moradores entre aspas porque os ditos nunca tiveram oportunidade de manifestar o que querem ou deixam de querer, porque cá na Portuga os referendos são uma coisa muito complicada e cara que não se pode "lançar" por dá cá aquele centro kultural. O legislador considera-nos atrasados mentais profundos e não permite duas eleições e um referendo ao mesmo tempo: uma coisa de cada vez! Imaginam a confusão nas nossas cabecinhas se tivessemos, num único ato, que escolher o PR, os deputados para a Europa e a côr da fachada a Assembleia da República!  

E assim, em vez dos moradores, quem se manifesta (e cuja opinião é aceite!!!) são grupinhos de amigos, correlegionários e afins, sempre em nome das amplas massas compod'ouriquenses...


Finalmente, depois de décadas de marasmo, prevaleceu a razão (e o direito!) e os proprietários viram reconhecida a legitimidade para demolir o monstro e contruir outra coisa em seu lugar. 

Mas não sem terem que reservar um piso para instalação de um mini "centro kultural" que custou à autarquia mais de um milhão de euros. Na figura ao lado, o Europa está no vértice das duas linhas amarelas.

Agora vamos ter dois anos de preparação (talvez cinco seja mais realista...) e de despesas e lá para 2020 (a Junta diz que será em 2015...) teremos uma "estrutura" ao serviço dos moradores "posto de trabalho" de dois ou três (ou mais) zelosos funcionários públicos.

Resta saber se os ditos moradores não caberiam na casa Fernando Pessoa, a pouco mais de 300 metros em linha reta (figura à direita da linha de cima), ou se, ainda por cima, vai continuar a teimosia pela implantação de outro "espaço kultural" no defunto e arruinado cinema Paris, a menos de 500 m do Europa, que a CML comprou há uns bons 10 ou 15 anos para o efeito (à direita da linha de baixo).

Assim são (mal) geridos os dinheiros públicos!


Friday, December 27, 2013

JAIME QUESADO, QUE ZADO!!!



  • Não sei se já tinham reparado na existência deste verdadeiro cromo, especialista em estratégia, competitividade, inovação e matérias afins.
Usa uma redação redonda e cheia de "sustância" que, bem espremida, dá tudo o que quisermos que dê.
O homem tem solução para o País - e esta, hã?!
Sem vos fazer perder muito tempo, mirem só os desafios para 2014, "eixos estratégicos", como o cromo lhes chama:


1. O desafio da inclusão social;
2. O desafio da nova competitividade;
3. O desafio da excelência territorial;
4. O desafio da dimensão cultural;
5. O desafio da maioridade cívica;

Este homem é um verdadeiro bloqueiro - sabem o que é? Só precisa de uma bacia com água e uns blocos de qualquer coisa pesada (cimento, por exemplo).Vai deitando os blocos na bacia e eles, ao cair, fazem:

BLOC! BLOC! BLOC!

E (suponho) resolve-se qualquer problema sem esforço e sem sair de casa...

Sunday, December 22, 2013

NOVOS DEPUTADOS DO PCP, BE E "OS VERDES"



A bem da economia, os partidos da esquerda empenhada vão substituir os seus deputados por papagaios, a quem ensinaram a dizer simplesmente:

"Demissão! Demissão! Demissão!"

Jerónimo de Sousa explicou: 

- Os novos camaradas deputados ficam muito mais baratos e cumprem cabalmente com a sua missão.

(o "com" é dele, não é meu)

Sunday, November 24, 2013

SOBRINHO CIENTISTA - NOT IN MY BACKYARD!!!

Para um cientista, Sobrinho Simões usa palavras e faz afirmações com muito pouco rigor científico - ou com muito pouco rigor, tout court.

A entrevista com que resolveu "aparecer" é, em tudo, o tradicional grito de cortem em tudo menos na minha atividade que é importantíssima.

Ou, simplesmente, not in my backyard...

NA PRAIA DA AMOREIRA

 
Do lado do restaurante Gabriel II - sem acesso à praia, cortado pelo rio que corre encostado a este extremo da enseada.
 

Para aceder à praia, com um restaurante/snack/esplanada, o Paraíso do Mar, do lado norte, oposto àquele em que estou, temos que voltar a Aljezur, seguir como se fossemos para Lisboa; logo à saída da cidade encontramos um desvio para a esquerda assinalando "Amoreira".
 
São uns quilómetros de estrada de terra batida, mas não tem nada que enganar. A praia é limitada a sul pelo rio (que se vê na foto inicial) e a norte por falésias escuras (granito? basalto?) que "aparecem" em vários afloramentos do lado norte da praia.
 
Deixo-vos aqui algumas das fotos que tirei e que dão uma ideia de como é a praia.
 
 
 
 
 
 

CARLOS DO CARMO, GRANDE REVOLUCIONÁRIO!!!

CARLOS DO CARMO VIVE TÃO BEM HOJE COMO VIVIA ANTES DO 25 DE ABRIL...
 
O afã de reunir as caras conhecidas de famosos artistas em eventos de apoio a políticos e partidos dá, muitas vezes, para o torto.
 
Carlos do Carmo, grande cantor ansioso por agradar ao semi Deus da Esquerda, o caquético Mário Soares, declarava alegremente que nos tempos de hoje se sente como se os tempos de antes do 25 de Abril estivessem a voltar (qualquer coisa assim). Foi, naturalmente muito aplaudido e deve ter-se sentido enorme, junto dos "seus".
 
Bem, a verdade é que o fadista antes do 25 de Abril não agitava nem um arzinho que lhe pudesse levantar qualquer problema, para poder levar a sua carreira direitinha e em sentido ascendente, com Salazar ou com Caetano (ou com Spínola ou ... com quem quer que viesse).
 
Depois do 25 de Abril, rapidamente fez saber que era desde sempre simpatizante da esquerda, não fosse alguém metê-lo nalguma das listas negras que proliferaram durante o "reinado" do PCP e militares "revolucionários".
 
É claro que a situação de Carlos do Carmo é hoje semelhante à dos tempos da outra senhora: hoje pode dizer o que quer, antes do 25 de Abril dizia o que se podia dizer e até o que "caía bem". Em ambos os casos ninguem o chateava.
 
Se estes bardamerdas se limitassem a cantar o fado, evitavam fazer destas figuras tristes de que eles (suspeito...) nem sequer se apercebem.

CAVACO E A CONSTITUIÇÃO



Para os que se babaram de excitação com as acusações que o decrépito Soares dirigiu a Cavaco sobre desrespeito pela Constituição, recomendo a leitura do que diz sobre o assunto o Ricardo Costa, mano do Costa da CML e membro do "grupo".

Saturday, November 16, 2013

VIVA ANGOLA!!!

 
 
Parabéns aos angolanos que comemoram hoje a declaração da independência de Angola, há 38 anos.
 
Felicidades, sucesso, saúde, bem estar para todos.
 
Quem diria que um País que passou por duas guerras sucessivas, uma contra o ex...ército colonial, outra, guerra civil, mais longa, mais dura, mais destruidora e que mais marcou a sociedade angolana, quem diria que ao fim de dez escassos anos de paz Angola esteja pujante, progressiva, com uma economia em plena expansão e uma sociedade civil viva, criativa, crítica e atuante?!
 
As diferenças sociais são enormes, claro que são; mas em Portugal e no Brasil - países irmãos - são, por acaso, menores?
 
Há corrupção e fortunas construídas em cima de nada, claro que há. Mas como transformar um país em que, num momento tudo é do colono, depois em que tudo é do Estado, numa economia com base na iniciativa privada? Recordo que se se fosse vender as empresas a quem desse mais, ficava tudo em mãos estrangeiras...
 
Angola está no bom caminho, continua a ser um sítio onde se pode viver, trabalhar, farrar, ir à praia e à pesca, estudar, progredir, fazer negócios...
 
O resto é conversa. (muitas vezes conversa de retornado ressabiado).

AS MULHERES NA "PRIMAVERA ÁRABE"

 
Com as sucessivas "primaveras" os estados islâmicos perderam em estabilidade, em direitos, em algum bem estar que iam tendo. Com as receitas do turismo a caírem a pique e a anarquia instalada, o retrocesso ...civilizacional é uma triste realidade.
 
O Islão, por intermédio da irmandades muçulmanas, fica no terreno como única força organizada. Para as mulheres a situação torna-se dramática - o Islão menoriza-as e põe-nas à mercê da padralhada e dos "homens da família", sem quaisquer direitos ou com direitos, muito, muito reduzidos.
 
Felizmente, para nós, a nossa padralhada já não risca a ponta de um corno há umas largas décadas.
 
Mas nunca fiando - não os podemos deixar pôr o pé em ramo verde...
 

OS PAPAGAIOS E MANUEL LOFF (BRILHANTE HISTORIADOR NEO REALISTA...)


Manuel Loff, na coluna em que quinzenalmente debita loas ao komunismo e atira petardos aos horrorosos neo liberais, escreve hoje sobre o kamarada Álvaro e a sua independência da ortodoxia soviética, que só um papagaio não vê.

Digo eu, à guisa de comentário:

o Loff é burro, currupaaaaaaco!!! 

O COLÉGIO MILITAR, A VIOLÊNCIA GRATUITA E A FALTA DE VERGONHA



O antigo comandante do Colégio Militar (CM), ao tempo da chapada que rebentou o tímpano ao miúdo que a apanhou (e 5 dias de detenção ao heróico alarve que a aplicou), o senhor Major General (Excelência!) considera o agressor um tipo com muita coragem por ter continuado no CM e até lhe deu os parabéns pelos bons resultados académicos, para lhe levantar o moral. Muito bondoso, meu Major General, Excelência!
 
O Senhor Major General (Excelência!) achava que com os 5 dias de detenção a coisa ficava por aí - do tímpano rebentado não nos diz se ficou por aí (rebentado) ou não.
 
É a estas pessoas tão honradas e virtuosas (aos comandantes, oficiais, aos alunos mais velhos e à organização tentacular, cobarde e mafiosa que é a praxe) é a essa sub-gente tão fina que os pais entregam os putos quando os sujeitam ao "internato militar".
 
Como é que um cavalheiro deste calibre (senhor Major General, Excelência!) tem lata para vir defender um cabrão que trata os putos à chapada-de-rebentar-tímpano, escudando-se no maior tamanho, na maior força e no poder absoluto que lhe dá a praxe em internato?!
 
A Honra, a Moral e a Ética desta gente fardada é isto. E pouco mais, muito pouco mais que isto...

Sunday, July 28, 2013

DEUS É BRANCO?

Deixo-vos aqui um texto do angolano Isomar Gomes com reflexões sobre o colonialismo, os colonos, os brancos, os pretos. Interessante conhecer o ponto de vista de um angolano e um angolano preto - assim se assume palavras equívocas.


DEUS É BRANCO?

por Isomar Pedro Gomes - África

Diria mais, de um Benguelense a residir nesta cidade e com excelentes artigos, que merecem ser acompanhados no FACEBOOK.

"Há dias, a caminho do Hojy-yá-Henda, a bordo (como habitual) de um dos machimbombos da TCUL Viana vila - Cuca, (privilegio este meio de transporte por ser o mais barato e acessível aos pobres para rotas longas, mau grado a 'sardinhada e a catingada'), um dos vários azulinhos que 'palmilham' as nossas estradas, os nossos emblemáticos táxis colectivos, chamou a atenção do público, exibindo no seu 'traseiro' o seguinte dístico; DEUS É BRANCO, MULATO É ANJO, PRETO É DIABO.

 Tal dístico, é obvio, levantou as mais diversas celeumas entre os passageiros do machimbombo e creio entre todos os 'observadores' e transeuntes por onde o dito azulinho (mini mbombó) 'rasgava' o seu 'popó-show'.

Raciocinei com os meus botões e os meus botões comigo, as causas que levaram o proprietário do 'popó' ou do 'chauffeur de praça' a mencionar e exibir tal 'desgraçado ou ditoso (?!)' rótulo. Na busca mental das 'causas', não pude deixar de comparar o modo de vida de hoje e o da administração colonial, quando o País e a grossa maioria dos países do continente Africano, era administrado por indivíduos maioritariamente de raça branca, provenientes da Europa, "os tais colonos", poderia África ser comparada a um paraíso? Há quem diga que sim, e eu não discordo dele!
"Colonialismo caiu na lama!" Lembram-se deste célebre estribilho 1974-1977?

 A JÓIA COLONIAL
Angola era mundialmente conhecida como a Jóia do império Português e exibia majestosa, todos os pergaminhos de tal título, o Quénia a par da África do Sul, a joia Africana do império Britânico, Algéria a jóia Africana do império Francês e o antigo Congo-Belga a joia do mini-imperio Belga.
Tais países Africanos - no contexto do outrora - prosperavam a olhos vistos (a maioria deles encontravam-se ainda na idade da pedra), as respectiva comunidades autóctones idem em aspas, os índices de desenvolvimento humano dos autóctones inegavelmente estavam lenta e seguramente subindo, as obras dos colonialistas ainda perduram pela África adentro.
Verdade seja dita, o esclavagismo e as guerras de "kwata-kwata" fizeram irremediáveis estragos em África. Mas também não é menos verdade, que a falta de unidade, ambição, irresponsável individualismo e a sempre necessidade de estúpida e insanamente guerrearem, fazerem verter sangue (entre nós Africanos), tornaram bem-vinda "la pax romana" isto é promulgado a força do chicote e da bala, pelos Europeus.
As então gerações de jovens africanos instruídos (pelas respectivas franjas ou instituições da administração colonial), organizaram-se politicamente e fizeram soar a acusação de que os Europeus estavam a sugar as riquezas do solo pátrio em benefício exclusivo das nações colonizadoras, desconsiderando totalmente os interesses dos nativos e das colónias, transformando os autóctones em miseráveis na sua própria terra; "eles vieram com a Bíblia, nós tínhamos as terras, no fim eles ficaram com as terras e nós com a Bíblia" disse Robert Mugabe, nacionalista e guia da libertação do Zimbabwe.
Organizaram-se contra o invasor, protestos, revoltas, guerras, chacinas, a história regista que o movimento e actuação dos 'mau-mau' liderado pelo indomável Jomo Keniata, foi um dos mais cruéis de África e o que chamou a atenção da comunidade internacional, para a necessidade da urgente descolonização de África. Claro a violência gera violência, os resultados hoje fazem parte da história.
A resposta colonial à violência nacionalista africana, sempre foi comedida, por exemplo, se a força policial Portuguesa no 4 de Fevereiro e posteriormente no 12 de Março de 1961, respondesse com o mesmo demonismo com que o MPLA 'respondeu' ao chamado Fraccionismo do 27 de Maio 1977, muitos dos actuais dirigentes, não existiriam, e provavelmente não haveria movimentos de libertação, durante muito tempo.

O ÊXODO
Passado cerca de meio século, que a maioria dos países Africanos 'arrancaram' na ponta da espingarda a independência das potências colonizadoras (seguindo a lição do camarada Mao Tsé-Tung), se fizermos o balanço, quais foram os ganhos que os respectivos países e povos obtiveram, poucos são os Países Africanos que diremos, saíram indiscutivelmente a ganhar.
"Quando é que a independência afinal vai acabar?" - Indagou desesperado/desapontado um septuagenário angolano nos idos anos 78-80, fatigadérrimo da guerra estúpida, de tanta crueldade e injustiça praticada pelos seus patrícios (do regime e da oposição), denominados de nacionalistas de primeira água.
Poderia África ser hoje comparada ao Inferno ou ao Purgatório?
Qualquer um deles serve, Paraíso; NUNCA. Pouquíssimos países Africanos (menos do que os dedos de uma mão) podem aproximarem-se a tal eleição.
"HOJE até a Bíblia nos tiraram, e as terras continuam a não pertencer ao povo" - sintetizou Morgan Tchavingirai, descrevendo a desgraçada e extrema penúria do povo zimbabweano, respondendo ao guia imortal ainda vivo, que diz ter ressuscitado mais vezes que o próprio Jesus Cristo. Zimbabwe no período citado por Bob Mugabe, era o celeiro de África, o povo era detentor de um dos mais elevados IDH do continente.
Por exemplo em Angola, quando por vezes nas datas históricas, oiço e vejo pela TV, indivíduos a mencionarem o que o 'colono nos faziam', sinceramente não sei se, choro de raiva ou se me mato de 'risada', "porque o colono fazia… blá-blá-blá" - dizem eles - hoje faz-se o pior. O colono, se fez, quase que o desculpo, é ou foi colono, é branco não é meu irmão de raça, etc., agora quando o meu irmão Angolano, preto como eu, (ex-companheiro da miséria e das ruas da amargura) faz o que viva e denodadamente repudiávamos do colono, esta ultima acção dói muitíssimo mais do que a acção anterior, dilacera e mutila impiedosamente a alma.
Por isso, logo após as independências Africanas, verificou-se o segundo êxodo - o primeiro foi dos brancos a abandonarem África - milhões de Africanos, abandonaram com angústia na alma e os olhos arrebitados de descrença a África, a maioria arriscando literalmente as suas vidas (o filme continua até aos nossos dias), seguindo os outrora colonos, porque chegaram a conclusão que afinal não é verdade o que apregoa o político Africano; "eles prometeram-nos o paraíso e dão-nos o inferno a dobrar", disse um jovem africano em Lisboa nos anos 78-80 num programa da RTP.

Há mais africanos hoje na Europa do que Europeus em África, porquê?!

A JUSTIÇA EUROPEIA
Os Europeus, muitos deles depois de chacinados em África pelas revoltas africanas, de regresso aos respectivos países embora destroçados de dor e amargura, receberam de braços abertos muitos dos antigos carrascos, dando-lhes um lar e emprego decente e uma vida digna, que jamais tiveram nos países de origem; Paz e sossego duradouro.
O contrário era possível? Se ainda hoje, 37 anos depois do fim da colonização, os dirigentes Angolanos (por exemplo) ainda se desculpam com a presença colonial Portuguesa em Angola, para justificar a Pobreza e outros pesares que "estamos com ele" eles não são, nunca serão culpados, mas o colono (37 anos depois), SIM, estou seguro que, quando Angola festejar o 50º aniversário, os dirigentes Angolanos, ainda estarão a rogar pragas ao colono Português.
HOJE ouvimos falar de relatos arrepiantes de governação de 'preto-para-preto' em muitos países africanos; Incompetência criminosa, bajulação estúpida como doutrina, ganância e egoísmo exacerbado (primeiro eu - sempre), mentira como regra, assassinatos indiscriminados, prisões em massa, inexistência de liberdade de expressão - a 'Bíblia' citado pelo Morgan Tchavingirai - (inclusive, gritar; "estou com fome" é crime passível de perder a vida.

Kamulingue e Kassule são a prova viva do facto, vida miserável, falta de empregos, corrupção endémica, justiça injusta e totalmente parcial, cadeias (horrorosamente infernais) a abarrotar de jovens provenientes das classes desfavorecidas, hospitais que mais parecem hospícios, escolas que mais parecem pocilgas etc. etc.
O paradoxo é, se HOJE em África, usufruímos de um bocadinho de liberdade com sabor a vida, é precisamente graças aos Europeus, isto é aos brancos, que desenvolveram uma nova ordem de conduta internacional e instituições internacionais que vigiam sobre o globo incluindo, obviamente, África.
As sanções internacionais e outras medidas de contenção paira sobre os dirigentes Africanos, e então, estes por sua vez, fingem praticar a democracia, não porque eles gostam da democracia, porque temem o "deus branco e o seu braço punitivo". Porque se dependêssemos totalmente dos governos de "preto-para-preto" seguramente, não seria possível viver, na vasta maioria dos países Africanos.
O protótipo Africano da UE (União Europeia) a chamada UA (União Africana) é uma mentira descabida, a UA é uma instituição falida, decrépita, débil e 'estaladiça' (como a bolacha 'chinesa' de água e sal) que ninguém leva a sério, uns poucos países africanos esforçam-se por dar credibilidade a UA e ao continente, houve até quem propusesse a seguinte designação DUA (DesUnião Africana), por exemplo quando teremos um Tribunal Internacional Africano? Se os tribunais da maioria dos Países membros é do "faz de conta", os Africanos instituíram também uma espécie risível de Parlamento Africano, que ações pratica tal PA já desenvolveu em beneficio dos Africanos?
A UA é um club de "compadres" velhacos ditadores, egoístas que sonham com Paris, Londres, Estocolmo etc, ao mesmo tempo que transformam os respectivos países em autênticos 'buracos negros'. As independências em África foram 'feitas' para algumas centenas de indivíduos africanos, em detrimento de centenas de milhões, cada vez mais miseráveis.
Nunca a Europa 'recebeu' tanta riqueza de África como após a chamada "independência dos Países Africanos", os novos-ricos africanos, apressam-se a 'esconderem' os produtos da sua criminosa delapidação na Europa para o gáudio dos Europeus, contrariando aquilo que eles próprios evocaram e prescreveram na convocação para a luta de libertação nacional.
"Eu ir a Portugal algum dia?.. NUNCA!.. Nem morto!".- (1980 na idade de ouro do partido único) Disse, erguendo o punho direito bem alto em sinal de sacro-juramento, em pleno comício em Benguela, um dos então carismáticos dirigentes da "Revolução Angolana" que prescindo de citar o nome, hoje ele próprio, não só é frequentador assíduo e brioso de Portugal e "empresário português" como também é o orgulhoso presidente de uma agremiação desportiva portuguesa em Angola.
Quase meio século depois, podemos dizer que o IDH dos povos africanos subiu ou regrediu? Somos melhores tratados hoje pelos nossos irmãos dirigentes? Os ideais que nortearam a luta de libertação colonial ainda estão vivos e recomendam-se? Muitos dos nossos jovens usam orgulhosamente tecnologia de ponta os ipod, 'aichatissa' e 'aipad' fazem a banga da juventude, mas o meio que lhes rodeia é nauseabundo e desolador. O Stress agudo e o AVC matam tanto quanto a malária.

FILANTROPOS DA HUMANIDADE
A mais recente iniciativa de alguns dos milionários do planeta, comoveu muita gente. Há algum Africano entre os homens que protagonizaram tal feliz iniciativa? Todos eles (os citados filantropos) são homens que dedicaram a maior parte da sua vida na produção de riqueza, não o 'tiraram' de algum saco azul, nem tão pouco delapidaram o erário público nacional, mas, sentiram-se na necessidade de "repartir com o necessitado" de todo o mundo.
Ontem, os milionários Africanos orgulhavam-se de 'aparecerem' na revista forbes e congéneres, hoje face a iniciativa acima mencionada, publicam como que envergonhados; "não somos milionários" chegam ao ponto alguns de dizerem que o que têm é produto do salário.

ÁFRICA DO SUL
Fiquei arrepiado com as imagens da actuação da polícia Sul-Africana em Dobsonville (será esta a cidade?!) que vitimou o jovem moçambicano Mido Macia (MM), na flor da sua juventude (27 anos). Imagens próprias de uma 'cena' do Faroeste no século XIX ou da era do Drácula no país da Draculândia.
Quando vivi na África do Sul, tinha um medo atroz e justificado da polícia Sul-africana, principalmente dos pretos. A maioria do polícia Sul-africano preto chega a ser muito mais impiedoso e selvático que o mais impiedoso policia Sul-Africano branco. O polícia preto (na sua maioria) é absolutamente xenófobo, perverso, contra a lei, corrupto e desalmado.
O policia branco, estou certo não faria tal coisa, e muito menos os tais policiais pretos fariam isso se MM fosse branco.
A xenofobia na África do Sul, é extremamente incentivada e alimentada pela polícia Sul-africana e é planificada nas esquadras de polícia, um dia hei-de descrever as minhas experiencias com a corporação policial daquele País, que apesar dos pesares amo muito sinceramente.
Fizeram certamente Nelson Mandela, banhar-se em lágrimas. O único Preto que chegou aos patamares dos 'deuses'.

AFINAL QUEM CAIU NA LAMA?
Há em algum país da Europa, a amálgama descriminada e promíscua, esgoto a céu aberto, suja e podre de 'bairros' que vimos e vemos principalmente nas periferias das capitais Africanas (quase todas elas) principalmente dos chamados; País Especial.
Os dirigentes Africanos, nem conseguem combater eficazmente o mosquito, causa do paludismo e malária que dizima há meio século, diariamente milhares de almas (principalmente crianças) pelo continente adentro, as doenças diarreicas (produto da falta de sanidade básica) faz de igual modo uma 'ceifa' aterradora. Doenças que o colono quase já tinha debelado, como a mosca do sono, ameaçam 'engolir' povos inteiros.
Tudo isso acontece perante a pecaminosa insensibilidade de um grupinho de "iluminados africanos"  (abençoados pelas igrejas), que preferem comprar castelos de milhões de Euros na Europa e em orgias depravadas (preferem dar de comer os cães), do que ajudar os seus irmãos, que não lhes pede mais do que apenas: BOA GOVERNAÇÃO. Gerirem o erário público para o bem de TODOS e da nação.
 
E há quem tem ainda o desplante de vir a público protagonizar uma perversa peça teatral, choramingando; "O colono blá-blá-blá"…
Quanto ao anjo, prefiro não comentar. Deus é Branco? Até posso aceitar, porém de uma coisa estou certo, preto, é que não é de certeza ABSOLUTA!"