O Público de hoje traz uma série de artigos sobre a nova guerra da Palestina (a mais grave desde a guerra dos 6 dias - classificação que me parece ser um rematado disparate...) nomeadamente um que compara as condições vividas pelas populações de ambos os lados da fronteira.
A ideia parece ser que do lado de Israel há as condições ideais para a guerra, com alarmes, abrigos por todo o lado, provisões armazenadas para o que der e vier, etc, etc, e do lado "de lá", pobreza e completa exposição aos bombardeamentos dos malandros dos judeus. A tentação imediata é pensarmos que os Palestinos poderão ser ajudados "por nós" a fazerem melhores abrigos, a desenvolverem sistemas de alarme, a armazenarem provisões (afinal os estados super-ricos do Golfo são seus apoiantes).
E, claro, serem "por nós" ajudados a fazer o "inimigo sionista" parar com os bombardeamentos. Párem os bombardeamentos, já!!!!
Só que esta tentação, tal como a comparação entre as condições dos dois lados da fronteira não fazem o menor sentido.
A comparação que o jornal faz é entre uma situação de guerra, com Israel a retaliar, bombardeando com meios aéreos (para já) e uma situação de "paz", em que o Há Mais vai despejando para o outro lado da fronteira, todos os dias, baterias de rockets "artesanais", cada vez mais potentes, mais destrutivos, de maior alcance e em maior número.
As cidades fronteiriças, do lado de Israel, têm-se visto obrigadas a adaptar-se a este modo peculiar com que o Há Mais (e uma boa parte do complecente mundo ocidental) encara uma trégua...
A barragem de grande intensidade de rockets com que o Há Mais brindou Israel em vésperas do Natal poderia, em alguma parte do mundo, ficar sem resposta? Onde?
A solução para a infeliz população da faixa de Gaza não é fazer mais abrigos: a solução é, muito simplesmente, acabar com as salvas dos tais rockets "artesanais".
Ou não será?!
(A foto de cima mostra o efeito de um rocket "artesanal" Kassan, lançado pelo Há Mais; reparem no buraco que o rocket dito artesanal fez na laje de betão)
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