Os médicos, mais a sua divina Ordem, deixam-me perplexo com mais frequência do que eu gostaria. Partilho essa perplexidade com os meus devotos leitorzinhos:
Sempre pensei que os médicos acreditavam mesmo na treta de que a sua ética (what?!) era uma coisa que vinha do fundo dos tempos, do juramento do Hipócrates, e que não mudava com duas cantigas.
O actual bastonário (o termo caceteiro assentava-lhe melhor...) considerava há dias ridículo que o ministro da saúde tivesse exigido a alteração do código de ética dos ditos físicos, para o conformar com a lei, no tocante ao aborto; mais dizia que obviamente (?!!!!) isso iria ser feito.
O Expresso de ontem refere nova alteração ao tal código de ética (quê?!) que deixará de condenar a eutanásia (enfim, pelo menos em determinadas condições).
O patético, gágá, ultra conservador e antigo (muuuuuito antigo) bastonário que dá pelo nome de Gentil Martins veio ontem a terreiro, no Público, defender o tal conceito de código de ética imutável que poderia estar em contradição com a lei, obrigando o médico a haver-se com a sua consciência (têm?!) quando realizam actos que, sendo legais e de acordo com o código de disciplina da Ordem, estão em contradição com o código da (tal) ética.
Afinal, em que ficamos?
Por que será que o "padroeiro" dos médicos se chamou Hipócrates? Será coincidência, ou algo mais?...
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