Com o processo longe do fim e os réus cada vez mais "na maior" começam a aparecer notícias de que, como era de esperar, tudo está a voltar à antiga.
E digo que era de esperar por duas razões ponderosas: por um lado, continua, ao que parece, o abandono das crianças "internadas", à "guarda do Estado" e, por outro, a "generosidade" de senhores que "gostam muito de crianças" e têm quem os proteja e quem faça vista grossa (convenhamos que a maioria da população...) a generosidade, dizia eu, deve estar mais forte que nunca, depois de um período de (alguma) abstinência.
Portanto, como diz a minha prima Carolina, junta-se a fome à vontade de comer, na verdadeira acepção da palavra.
Claro que há uma terceira razão: o próprio Estado mostra muito pouco interesse em evitar que as crianças à sua guarda sejam negligenciadas, sejam alvo e depois vítimas de toda a sorte de abusos, maus tratos, etc.
Como dizia Pedro Namora hoje, na televisão, alguém se interessa em ver se os putos faltam às aulas? Se, à noite, estão todos na cama? Caso não estejam, onde estão?
As instituições de recolha de crianças estão hoje a anos luz das do tempo do Dickens, mas, ao que parece, só em condições de "habitabilidade", saúde, alimentação, etc, ditas "materiais".
No mais, as crianças são votadas ao mais vergonhoso abandono, ao mais completo desamparo, sujeitas a praxes violentas e aviltantes, completamente à mercê dos mais velhos e de vigilantes de duvidosos méritos.
Puta de vida!...
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