O modo como o nosso primeiro concluiu a licenciatura em engenharia civil parece ter, finalmente, entrado no rol das coisas passadas. Ainda bem, porque estava a ser usado para enfraquecer o primeiro ministro com um detalhe que em nada o habilita ou desqualifica para o exercício do cargo.
No entanto, há um pormenor que pouco ou nada se comentou e que me parece relevante: a facilidade com que se fazem 4 ou 5 cadeiras para converter um bacharelato em licenciatura, a facilidade com que alguns dos nossos governantes, sem terem deixado de o ser, estudaram e se licenciaram enquanto exerciam os seus exigentes (?) cargos.
Estou um bocado (a modos que...) perplexo, porque eu fiz uma segunda licenciatura enquanto trabalhava e saíu-me do pêlo! As cadeiras que eram leccionadas à noite foram deixando de o ser e para ir às aulas, fazer os trabalhos, os testes e os exames, não havia facilidades. Os quase quatro anos (da outra licenciatura, deram-me equivalência a muitas cadeiras do 1º ano, poucas do 2º e a uma do 3º) foram feitos em seis, e houve um ano em que fiz só uma ou duas cadeiras por ter tido muito que fazer naquele ano na empresa onde, então, trabalhava.
Bom, mas eu não andava numa qualquer UNI, andava no Técnico e não era ministro, nem secretário de estado, nem deputado.
Aparentemente, as funções que referi devem ser sinecuras para permitirem que se assuma com sucesso a condição de trabalhador-estudante, ou os cursos que os nossos governantes tiraram são cursos da Maria Cachucha ou ainda as cadeiras foram dadas (no sentido mais lato do verbo dar) de borla ou quase. Como parece ter sido o caso, tão documentado nos jornais e ainda sob investigação, das cadeiras que "deram" ao Sócrates.
Bem anda a Ordem dos Engenheiros quando separa o trigo do joio e, para além do estágio que toda a gente tem de fazer, sujeita os titulares de "certos cursos" e de "certas escolas" a um exame de admissão.
Veja-se o modo como o Sócrates tirou as tais cadeiras na UNI e compreende-se a posição da Ordem!
2 comments:
As ordens não passam de associações para defesa de interesses corporativos, e nem sequer têm a eficácia da Maçonaria nem da Opus Dei.
Isto para não falar das mafias.
Plenamente de acordo, mas o assunto do post não era esse.
Fui buscar a Ordem do Engenheiros apenas porque a dita audita e certifica os cursos de engenharia. Aceita a inscrição directa na Ordem dos graduados em cursos certificados e submete a testes os que são oriundos de cursos não certificados.
Sem criticar este estado de coisas limitei-me a dizer que se percebe por que é que alguns cursos não são certificados, como é o caso dos da UNI.
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