Wednesday, June 21, 2006

NÃO ESQUEÇAMOS O AFFAIRE CASA PIA

Há pouco tempo foi condenado a 16 anos o brioso pedagogo sr Dr Luís Filipe Godinho que tomava conta das crianças do colégio de Santa Catarina, do grupo (?) Casa Pia. Este rapaz, grande educador da juventude desvalida, mereceu um post ao qual, infelizmente, não me foi possível juntar a foto do senhor. Não perde pela demora...

http://pensarnaodoiaiai.blogspot.com/2006/02/lus-filipe-godinho-fixem-o-nome.html#comments

Entretanto, para não nos esquecermos de que o caso Casa Pia continua a correr os seus trâmites no tribunal da Boa Hora, aqui fica um link para um post já com mais de um ano. Há que refrescar memórias, para evitar que, daqui a uns tempos, ainda se pense no sr Carlos Cruz como um perseguido pela justiça por tanto amar e favorecer a juventude. E ele, que é de lágrima fácil, sublinha a ideia com uns soluços, de microfone na beiça...

Benza-o S. Neutel!

http://pensarnaodoiaiai.blogspot.com/2005/04/pedofilia-na-casa-pia-livro-de-pedro.html#comments

A intimidação de testemunhas, entretanto, vai prosseguindo (como se em tribunal uma testemunha tivesse que se pôr a pau e arrolar duas testemunhas para cada afirmação que faz...) e aqui vai um link para um caso paradigmático.

http://pensarnaodoiaiai.blogspot.com/2006/03/processo-casa-pia-intimidao-das.html#comments

No meio disto tudo, por entre as gotas de chuva, o mestre Pedroso lá vai singrando, muito falado em Tribunal, mas não há mal que lhe chegue. Ainda o havemos de ver embaixador (na Tailândia, eheheheheh), comendador ou coisa que o valha. E o mano vai chegar ao Conselho Superior de Magistratura, pois então?!

http://pensarnaodoiaiai.blogspot.com/2006/02/pedroso-ainda-ausente-at-quando.html#comments

Saturday, June 17, 2006

O massacre de Mueda

Com a devida vénia transcrevo um texto recebido da Casa do Brigadeiro (obrigado, Fernando "Karipande") que se refere a um dos massacres que pontuaram a nossa convivência fraterna com os povos das nossas queridas províncias ultramarinas. Mueda, Baixa do Cassange, Pidgiguiti, Wiriyamu são nomes de apenas alguns dos mais badalados...
"FOI há 46 anos que as tropas coloniais do então regime fascista de Portugal massacraram mais de cinco centenas de moçambicanos que exigiam a independência nacional, em Mueda, província de Cabo Delgado.
Foi também a 16 de Junho de 1980 que o falecido presidente Samora Machel anunciou, em Maputo, a criação da moeda nacional, metical, em substituição do escudo português. Por outro lado, assinala-se hoje o Dia da Criança Africana, acontecimento que recorda a carnificina perpetrada, em 1976, pelas forças repressivas do "apartheid" contra jovens estudantes no Soweto, arredores de Joanesburgo, na África do Sul, que protestavam contra a segregação racial no sistema de educação naquele país vizinho.
A 16 de Junho de 1960, em Mueda, mais de 500 moçambicanos foram massacrados pelas tropas coloniais portuguesas. O seu único crime foi o de terem exigido a independência do país. Mais uma vez, a repressão do colonialismo português se abateu sobre o povo que, por vias pacificas, tentava conquistar os seus legítimos direitos.
Os acontecimentos que precederam o massacre de Mueda são sobejamente conhecidos: o povo moçambicano revoltava-se cada vez mais e com força contra a exploração e a opressão coloniais. Na região de Mueda, por exemplo, a população era obrigada a trabalhar nas plantações de sisal a troco de uma ninharia que não era sequer suficiente para assegurar a sua subsistência, era forçada a cultivar algodão no lugar de culturas que lhe proporcionasse alimentos."
Por coincidência, comemora-se por estes dias os 100 anos do nascimento do antigo bispo da Beira, D. Sebastião de Resende, que, muito antes de começar o terrorismo, já se revoltava perante o regime de semi-escravatura a que os indígenas eram sujeitos e levantava a questão de o futuro de Moçambique passar pela independência.
Este, tal como o padre António Vieira duzentos e cinquenta anos antes, não julgava fora do tempo, mas bem dentro do seu tempo: não gostava do que via e não achava natural nem legítimas a escravatura nem a servidão humana.