Vamos brincar à caridadezinha, festa canasta e boa comidinha... assim cantava o Zé Barata Moura nos tempos da outra senhora, vituperando a burguesia e as tias de Cascais.
toque aqui (espero que dê o cantautor, atual ex reitor)
Uma coisa que sempre me chateou é a atitude de certas pessoas "intelectuais" ou "finas" que acham que dar esmola aos pobres é errado: eles habituam-se e passam a parasitar as pessoas em vez de trabalharem. Além disso dar esmola não resolve o problema da pobreza.
A primeira razão é mesmo verdadeira - é ver os parasitas que os diversos abonos pós 25 de Abril criaram, as casas para os pobrezinhos, dadas e arregaçadas, o rendimento mínimo garantido e o seu sucessor rendimento social inserção (que não insere puto!), etc, etc, etc.
Mas o segundo "argumento" esse sim é que me irrita: eu ao dar esmola (agora já não se diz esmola, diz-se contribuição para os mais necessitados) não estou a tentar resolver o problema d"a pobreza" - isso, quando muito, é quando voto nas eleições. Quando dou esmola (e eu a dar-lhe...) pretendo apenas atenuar o sofrimento, ou fome, ou carências várias daquela pessoa concreta, naquele momento concreto.
A mim pouco me custa e a ele pode ser a diferença entre umas horas com fome e uma horas consolado.
Por isso dou esmola (enfim, não dou a drogadinhos nem a gajos com ar de malandro e bom corpinho para vergar a mola, etc).
Como sou meio de esquerda (os retornados chamam-me comuna por ter apoiado e continuar a apoiar a descolonização e a R.P. Angola) meio de direita (é verem o que me chamam os comunas e outros esquerdalhos, eheheheh) eu não faço caridadezinha nem atos de solidariedade: faço atos de caridadezinha solidária.
Presumo que assim já não me chateiam...
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