Eheheheeh! A respeito do texto cujo início mostro (completo no link aqui).
É engraçado, mas a
evolução da língua tem sido isso mesmo, muito por conta da via popular e muito
pouco pela via dita erudita (que, na maioria dos casos, “vai atrás” das
alterações e explica como foi).
A escrita, melhor a ortografia
(com toda a carga que lhe confere o “orto”) é uma espécie de âncora que evita
que, de repente, cada um escreva como melhor lhe apetecer e que cada uma dessas
grafias “pessoais” seja aceite como boa. O reconhecimento pela comunidade de
uma ortografia (isto é, definir que uma grafia é a correta e todas as outras
incorretas) não é mais que a tentativa de dar estabilidade à língua evitando
que a oralidade determine a escrita a curto prazo – a longo prazo, é um dado
adquirido.
Naturalmente toda a “orto” qualquer coisa, neste caso a ortografia, tem que assentar em regras umas que vêm de trás, outras que são criadas pela constatação de uma prática e/ou de uma conveniência (por exemplo, acentuar as palavras esdrúxulas, regra do início do século XX, mais coiso menos coiso).
O AO (e os que se lhe seguirão)
não é mais que a constatação de que Portugal não é dono da língua que espalhou
pelos sete mares e, se quer, de algum modo, “segurar” a sua evolução (é uma
língua viva – felizmente) tem que “acordar” regras com as restantes comunidades
(não portuguesas) que usam a língua que os nossos antepassados lá plantaram.
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