O cromo aqui ao lado até que tem razão!
Que 2011 seja um ano de encontros e re-encontros!
Um bom ANO NOVO para todos os meus leitorzinhos.
Ora vejam:
Um político é multado por qualquer infracção cometida como responsável do partido - em eleições, por exemplo.
O partido paga a multa, essa "despesa" é contabilizada como "despesa corrente" nas contas do partido e vai influenciar a subvenção que o partido recebe no ano seguinte.
Por outras palavras: este ano pagas a multa mas "a gente" reembolsa-te p'ró ano e ficamos amigos como dantes.
Então a multa não deveria ser para castigar infracções e desincentivar infracções futuras? Deveria, mas cá é o contrário.
Pelos vistos... ou sou eu que estou a ver mal?
Miguel Sousa Tavares não é propriamente uma pessoa que eu estime. Pessoalmente não o conheço, como figura pública considero-o ... enfim, para amenizar, um pateta emplumado, vaidosão e dono da verdade em tudo o que lhe cheire a causa de cidadania...
Mas na página que preenche no Expresso (o tipo tinha que ter mais que uma coluna, certo? Certo!), trazia hoje uma frase verdadeiramente assassina, visando o Xico Lopes. Quem? Pois, pois, antes também não tinha reparado nele.
A frase aqui vai:
Francisco Lopes (...) homem simpático que fisicamente faz lembrar Napoleão e intelectualmente Jerónimo de Sousa.
O máximo! Ri-me a bandeiras mal pregadas...
O candidato Manuel Alegre é daquelas pessoas que consideram que os mercados são assim a modos que uns tipos com a mania de lixar o parceiro, em particular Portugal, cuja economia atacam encarniçadamente.
Acha o poeta Alegre que os Estados têm que se unir para dizerem NÃO! aos mercados e obrigarem-nos a baixar os juros para valores "justos", deixando de especular para os fazer subir, subir, subir... por aí acima, para nosso mal. E, claro, o Presidente teria uma palavra a dizer nessa campanha...
O poeta não deve ter percebido que os tais mercados não são mais que um espaço virtual onde se encontram entidades, essas bem reais, para fazerem negócios, trocas, compras e vendas, empréstimos e por aí fora.
Claro que ninguém faz negócios com um tal Mr. Mercado. Compra-se e vende-se às entidades presentes no mercado e, naturalmente, também se fazem essas operações "fora do mercado", directamente de comprador a vendedor, tal como quando compramos o carro ao nosso vizinho.
Quanto ao mercado de capitais, era bom que o poeta Alegre percebesse que ninguém, nenhum Banco, nenhum "Mercado", nos obrigou a pedir dinheiro emprestado. Nós é que procurámos continuadamente quem nos emprestasse dinheiro, não só para investir no nosso desenvolvimento, mas também para comermos, vestirmos e vivermos acima das nossas posses.
Para azar nosso, muitos dos investimentos feitos pelo Estado (e não só) não tiveram o efeito que se esperava no desenvolvimento do País, nos mais diversos aspectos. Resultado, para pagarmos os juros da dívida acumulada e para continuarmos a "viver bem" temos que pedir mais dinheiro emprestado.
E aí, para que nos emprestem mais dinheiro, há duas condições que os potenciais emprestadores têm constatar que se verificam:
1ª - Que temos condições para pagar o que pretendemos que nos seja emprestado, com pequeno risco para quem nos põe o dinheiro na mão;
2ª - que o Estado é sólido e estável e que honra os seus compromissos;
Por outras palavras: que Portugal pode e quer pagar (nas condições acordadas e não noutras, claro).
O palavreado do poeta Alegre, se é negativo quanto à 1ª condição, levanta muito sérias dúvidas quanto à segunda: com Alegre no Poder não era de espantar que, de um momento para o outro, pregasse a suspensão do pagamento dos juros da dívida e pretender juros "justos", seja o que fôr que isto signifique, na cabeça tonta do candidato.
Ou seja, com Alegre, estaríamos feitos ao bife e quem estivesse na disposição de nos emprestar dinheiro não deixaria de puxar os juros o mais para cima possível. E com toda a razão!
Um motor do B777-200ER da TAAG teve uma falha não contida e polvilhou Almada de destroços, antes de voltar a aterrar na Portela.
Acontece aos melhores; a Qantas e o seu A380 que o digam...
Esta "boca" de Benjamin Franklin (saiba mais aqui), o cientista, o diplomata, o precursor da independência das colónias, para além do homem do pára-raios, como é mais conhecido, esta "boca", dizia eu, merece destaque e por isso a trago do Facebook para aqui:
SE COMPRARES AQUILO QUE NÃO CARECES, NÃO TARDARÁS A VENDER O QUE TE É NECESSÁRIO.
Sábias palavras, adequadas a todos os tempos mas particularmente a estes em que vivemos...
EM TEMPO DE REVOLUÇÃO, CUIDADO COM A PRIMEIRA CABEÇA QUE ROLA.
ELA ABRE O APETITE DO POVO.
Bela frase, muito adequada aos tempos em que o escritor viveu - nasceu treze anos depois da revolução francesa.
Contudo, os ensinamentos do século XX apontam noutro sentido: o apetite pelo corte de cabeças de adversários (inimigos...) políticos é particularmente notório nos intelectuais "revolucionários" que se consideram, a si próprios e ao seu grupo, detentores de toda a Razão e de toda a Verdade.
O povão vai atrás, quando vai...
Comprei há pouco e estou a ler um pequeno livro de Winston Churchill escrito em 1908 a seguir a uma viagem que empreendeu pelo continente Africano, em particular pela África Oriental inglesa.
O livro tem, pois, mais de cem anos e foi escrito antes do seu autor se ter tornado mundialmente conhecido pela sua participação na Grande Guerra, como 1º Lorde do Almirantado, de, mais tarde, ter sido um dos heróis da 2ª guerra mundial, como 1º Ministro da Inglaterra, e de ter ganho o Nobel da Literatura.
O autor já tinha, contudo, ganho fama e conhecimentos da realidade africana ao ter estado como correspondente de guerra, participante e aventureiro na guerra dos bóeres, na África do Sul, a que ele se refere várias vezes neste livro.
Para além de descrever caçadas, paisagens e gentes (colonos, indianos e "aborígenes") o autor tece considerações sobre a evolução da África Oriental, então uma realidade recente no Império Britânico, em particular sobre o papel que poderiam ter nessa evolução os brancos e indianos, colonos e emigrantes protegidos como súbditos do Império Britânico.
Como branco nascido no fim do século XIX, não duvida nem por um instante de que a Europa tem as mais belas paisagens do mundo (para além de tudo o mais em que se manifesta a superioridade europeia...).
Este pecadilho revela-se com a comparação que faz entre as paisagens da África Oriental, que descreve com pormenor e sensibilidade, e as de outras paragens, considerando que podem superar as da África do Sul e da Índia. Mais, considera-as tão belas que até se podem comparar às dos mais belos países da Europa...
Winston Churchill tem a grande vantagem, para nós, que o lemos cem anos depois destes escritos, de poder pensar sobre o Império, os Protectorados, os colonos, os indianos e os "aborígenes" com objectividade e todo o distanciamento que lhe permite o facto de não precisar minimamente de África ou da Índia para enriquecer. Não é, pois, um colono a falar da evolução de uma terra longínqua, então protectorado, futura colónia - eventual terra de brancos.
O Protectorado Britânico da África Oriental estava, então, ainda hesitante entre continuar a "proteger" os reinos locais e evoluir para uma ou mais colónias.
No primeiro caso, prevaleceriam os interesses dos reinos locais, com a coroa Britânica a gerir os conflitos, a administrar a justiça do homem branco e a manter a ordem; no segundo, prevaleceriam os interesses dos colonos.
Churchill parece não gostar nada desta segunda hipótese, com milhares de colonos a devassarem os territórios, pondo tudo, recursos e população, ao serviço da sua sede de riqueza imediata.
Tudo isto é um bocado teórico, mas não deixa de ser interessante acompanhar os debates a que os europeus se dedicavam, teorizando sobre uma realidade que, já naquela altura, parecia fadada a evoluir para o estatuto de colónia, com os interessas dos brancos a prevalecer sobre os dos colonizados, mão de obra barata mas que tinha que ser "disciplinada" por ser composta por malta mais dada ao relaxe que ao trabalho... Afinal "o branco (...) não saíu do seu país para realizar tarefas duras" que serão "as funções do negro".
O jovem Churchill reflete ainda sobre o papel dos indianos na colonização da África Oriental, como comerciantes e como soldados, nomeadamente no direito dos países colocarem barreiras ou limitarem a imigração de pessoas de determinadas raças tidas por indesejáveis.
Refere com algum exagero a capacidade dos indianos para desempenharem a maioria das tarefas com maior sucesso que os brancos e, sobre os "aborígenes" pretos, refere a sua capacidade para aprender e para desempenhar tarefas mais ou menos complexas, se bem que no exército de Sua Magestade o seu papel se resumisse ao de praças.
Dou-vos algumas amostras para aguçar o apetite para um livro muito, muito interessante para quem se interessa pela história da colonização, em particular de África.
Essa história, nunca é demais dizê-lo, ainda está por escrever.
A acusação mais louca vem do Poeta Alegre (não confunda com Pateta Alegre...) que diz que Cavaco, como Presidente tem uma grande responsabilidade na crise. Como Presidente?! Que poderes julga o Pateta Alegre (perdão, o Poeta Alegre) que o Presidente tem?
Está marado, só pode!
Bem, está marado, mas tem alguma razão no potencial de influência que um Presidente pode ter no eclodir de uma crise como a presente.
Recordam-se quando a Ferreira Leite era ministra das Finanças e começou a campanha pelo rigor das contas, pela diminuição do deficit e da dívida pública? Recordam-se?
Nesse tempo as vacas ainda não estava de pele e osso e o PS ainda recordava com saudade o tempo das mãos largas do governo do Guterres. O que, segundo eles, fazia sentido era investir no social, na cultura e no desenvolvimento deixando o deficit crescer dentro de limites razoáveis. Afinal estávamos no Euro, nada de mal nos podia acontecer...
E foi então que o estafermo do Sampaio pariu a sua frase lapidar, única coisa que ficou dos seus dez anos de presidência:
Há mais vida para além do deficit!
Frase assassina, verdadeiro frete feito ao seu PS, que a aproveitou para mostrar aos cidadãos que o governo tinha como único objectivo reduzir o deficit, deixando para segundo plano o desenvolvimento, o social, a kultura.
Realmente, com posições destas, não é de espantar que ao fim de uns anos a dívida tenha chegado onde chegou e o país, em crise permanente, se tenha visto sem preparação para fazer face à crise vinda de fora.
E eu votei naquele sacana, em 1996, por não gostar do Cavaco.
Erro que não voltei nem voltarei a cometer.
Safa!
Se bem que as sondagens não sejam concordantes nas pontuações, como se vê nestas duas que no passado fim de semana eram publicadas pelo Expresso (a de cima) e pelo Píblico (a do lado), a verdade é que o posicionamento relativo dos candidatos é unânime e que a evolução dos ditos também.
Todas indicam que Cavaco está bem encaminhado para limpar logo na primeira volta e que é o único candidato a subir de forma constante. Sobre ele, como meu candidato (ai de mim...) vai um post à parte.
O Chico Lopes lá vai mantendo a mesma percentagem de intenções de voto, ligadas, certamente, ao núcleo duro (calhau...) dos eleitores fiéis ao Partido.
O Nobre Bonzinho lá vai perdendo o ímpeto inicial: estas coisas cansam, não têm o interesse, a variedade e a cobertura benévola e gratuita das campanhas para dar de comer e dar injecções aos pobrezinhos d'aquem e d'alem mar... um gajo chateia-se, caramba!
O marado do Manel Alegre lá continua a papaguear as tretas do costume, daquilo que ele acha ser de esquerda, da verdadeira esquerda, o que quer que isso seja. Agora, acha que o Cavaco tem imensa responsabilidade na presente crise, não só pelos 10 anos como primeiro ministro mas (pasmem!) principalmente pelos cinco como Presidente. O gajo não bate bem, não haja dúvida...
E pronto! ... ah, desculpem-me, falta-me falar do Defensor Moura, o médico pachola do meu batalhão.
Realmente não há nada que dizer: saído do anonimato com o desvario de querer demolir o melhor (por acaso também o mais alto...) prédio de Viana (veja aqui), a ele vai voltar, fatalmente, depois de finda a 1ª volta das eleições.
Sorry Doc!
Talvez se lembrem de um tipo já com idade de ter juízo que se associou a um puto (17 aninhos quando foi preso) para a seguinte tarefa:
O cabrão que a foto mostra ia no porta bagagem do carro conduzido pelo puto; o porta bagagem tinha um furinho por onde o cabrão disparava sobre os transeuntes (matou 13 pessoas) num plano arquitectado para obter determinadas vantagens de cariz terrorista e/ou religioso...
Foram ambos apanhados e o cabrão foi condenado à morte, God save the States!!!
Foi executado na passada semana, mais uma vez God save the States!!!
Olhando para a foto, muitas santas almas dirão:
- Coitado do homem, tem um ar tão triste! Ainda or cima, afro-americano (as santas almas têm receio de serem tomadas por racistas se disserem "um preto") nos States, deve ser uma vítima daquela horrível sociedade. Criaram um desajustado e agora matam-no para se livrarem de responsabilidades!
Gente santa, gentinha, gente de merda!
Incapazes de aceitar a responsabilidade de votar pela morte de um tipo que não presta, não respeita a vida alheia e mata pessoas...
Vejam só o que fui desencantar num baú que (ao que me dizem) veio do sótão de um antepassado meu.
Se querem ver o que ele apreciava, é só clicar aqui .
Use o cursor para folhear a revista - as páginas não passam se não o fizer.
Lembram-se desta estória que começou há mais de uma década, em que uns senhores convencidos da superioridade da sua estética e da sua visão da cidade (?!) empenharam-se em correr com os locatários (e proprietários das suas fracções) de um prédio para o deitarem abaixo.
Porquê?
Poque não se encaixava na sua "visão" do que deveria ser a requalificação da baixa de Viana do Castelo.
Só por isso?!
Claro que não, há outra razão: havia dinheiro para esbanjar, dinheiro que, obviamente, não pertencia a tão importantes decisores - pertencia (e pertence) a nós todos, comunidade organizada em Estado, plantada no extremo poente da península Ibérica e tão mal gerida, muitas vezes connosco a olhar para o outro lado...
Leiam o texto que aqui vos deixo (tirado do Expresso de ontem), clicando sobre ele para ampliar, e leiam mais clicando aqui e acoli .
EDITORIAL
Este número do APOIAR é distribuído em plena crise do não Orçamento para 2011.
A qual é uma sub-crise da crise em que Portugal está mergulhado vai para mais de um ano (upa, upa, dirá o leitor, upa, upa!).
A qual, por sua vez, se desenvolve dentro da crise mais geral (por via da bendita globalização...) inicialmente chamada do sub-prime.
Esta, por seu turno, processa-se dentro do que muito boa gente diz ser uma das crises cíclicas do capitalismo que, segundo alguns teóricos, já o deveria ter levado ao seu fim.
No meio disto tudo, senhores muito competentes e bem preparados, uns no Governo outros nas oposições, trabalham arduamente para nos salvar (a nós e à Pátria, dizem).
A bem dizer já nos andam a tentar salvar desde meados do século XIX e, que se tenha visto, só o Botas de Santa Comba conseguiu que o país vivesse com o que tinha durante um laaaargo período. Vivia pobrezinho, limpinho, temente a Deus e à Nossa Senhora de Fátima, servidor atento e obrigado aos chefes e chefinhos (as várias polícias lá estavam para o manter na linhaça...), mas, a verdade é que o Banco de Portugal foi enchendo os cofres (com dinheiro, em vez de, como de costume, se encher de notas de empréstimo, sempre a crescer), foi enchendo, enchendo, enchendo, para os ditos se esvaziarem com estrondo nos primeiros tempos do pós 25 de Abril.
O desgoverno de quem nos governa já vem de muito longe e o mal que o País é governado só é comparável com o bem que essa gente se tem governado.
O nosso povão, mais espertalhão que esperto, topa-os muito bem e justifica a sua governação com o simples ditado “quem parte e reparte e não fica com a melhor parte é tolo ou não tem arte”. Eles têm-na...
E assim vamos vivendo em pleno século XXI governados por um sistema que pode garantir montes de liberdades (podemos chamar cabrão, chulo e ladrão a qualquer ministro ou ao primeiro deles, que ninguém nos vem à mão; ganda liberdade, pá!!!) mas não nos garante o governo sábio e competente da coisa pública. Desde logo porque o sistema é desenhado de modo a garantir sempre a existência de duas entidades antagónicas, o Governo e a Oposição, que, imediatamente a seguir à tomada de posse do Governo, entram em confronto: este, tentando governar; aquela tentando por todos meios minar a acção do Governo.
A Oposição é, pela sua natureza multifacetada, composta por vários partidos, logo não é una na sua acção. Só que, para nosso mal, toda a Oposição converge num ponto: minar a acção do Governo. Aí é o povão francês que explica a coisa: “... quando se trata de malhar nos chuis, todo o mundo se reconcilia”. Neste caso é no Governo, mas ideia é a mesma.
A ver vamos no que isto dá mas, como dizia um amigo meu não há muito tempo: parece-me que a coisa não vai correr bem...
No meio de tanta austeridade, tanto corte, tanta redução nos subsídios, pensões, salários, etc, etc, é de esperar que sejam (como sempre!) os mais vulneráveis, os pobres, os desempregados, os pensionistas, os reformados, os velhos, os deficientes, os doentes que mais vão sofrer com a crise. Ora os ex-combatentes encontram-se distribuídos por estes grupos e vão ser dos mais afectados por mais esta crise.
Não acredito nos efeitos benéficos de uma greve geral, efeitos que, sobre uma economia débil e em crise, são sempre mais negativos que positivos. Mas, estando o Governo e parte da Oposição manifestamente a mostrar uma grande insensibilidade para com os mais vulneráveis e uma grande relutância em cortar nas despesas supérfluas e sumptuárias, confesso, caros leitores, que cada vez me parece mais que uma grevezinha geral contribuirá para mostrar a quem nos governa que tem que virar a tesoura dos cortes para outro lado.
Quem tem que pensar no equilíbrio das contas públicas e na preservação do sistema financeiro não o deve fazer à custa de quem, por força das circunstâncias, viveu uma vida inteira a equilibrar orçamentos domésticos escassos e, mesmo assim, muitas vezes, conseguiu comprar uma casa, um carrito e pôr os filhos na Universidade.
O Ministro das Finanças teria muito a aprender com esses portugueses se tivesse humildade para tanto...
Marques Correia
A advogada portuguesa dos MacCann anunciou que vai interpor recurso da sentença que determinou o levantamento do embargo à venda do livro de Gonçalo Amaral sobre o sumiço de Madeleine MacCann.
Os argumentos da advogada são, no mínimo, risíveis:
1. Gonçalo Amaral queria ganhar dinheiro com o livro;
2. Queria aumentar o sofrimento dos MacCann;
3. Queria prejudicar a investigação.
A advogada estará bêbeda?! Que é isto?!
A verdade é que que quem publica um livro tem como objectivo (um deles, pelo menos) vendê-lo e fazer dinheiro. É perfeitamente legítimo. Os Maccann, aliás, fartaram-se com fazer dinheiro à custa da mesmíssima notoriedade do caso.
Gonçalo Amaral queria aumentar o sofrimento dos MacCann?! O que ele faz no livro (ao longo de todo o livro) é demonstrar que uma das hipóteses a ser investigada era (e é) a morte da miúda e ocultação do cadáver pelos pais. Sucede em muitos casos deste tipo e, tendo falhado até agora as demais hipóteses, nomeadamente a do rapto, impunha-se que a investigação tivesse seguido a via da morte (acidental?) seguida de ocultação do corpo.
Com o livro, Gonçalo Amaral pretende prejudicar a investigação? Pelo contrário! Pretende que a investigação não seja amputada, como foi, de uma hipótese que, em muitos casos, conduz à solução da investigação. De facto, os MacCann têm usado todos os meios ao seu alcance para impedir que a sua possível participação no sumiço da filha seja investigado, prejudicando, eles sim, a investigação.
Quem não deve não teme!
Os MacCann têm usado para sua defesa pessoal uma boa parte dos fundos consideráveis que o público, sensibilizado com a sua exibida dor, lhes entregou para custear a investigação.
A situação é particularmente chata quando se sabe (estava na net, no youtube e não só) que os dois cães vindos de Inglaterra para cheirarem sangue, um, e cadáver, o outro, encontraram intenso cheiro a sangue no quarto da miúda e a cadáver no carro usado pelos MacCann. Investigar o possível papel dos pais no sumiço da filha era (e é) uma parte indispensável da investigação.
O que temem os MacCann?
Os MacCann pretendem agora que a investigação seja reaberta, mas apenas para procurar a miúda (veja aqui ), não querem que seja investigada a sua possível participação no caso.
Quantos bandidos se teriam safo se tivessem tido tanto dinheiro (como os MacCann têm, dado pelo público...) para evitarem que o seu papel fosse investigado? Quantos?
A Tia Amparo era uma mulher de 93 anos que estava particularmente afectada pela morte recente do seu marido.
Ela decidiu suicidar-se e juntar-se a ele no Além.
Pensando que o melhor para ela seria acabar rápido com o assunto, foi buscar a velha pistola do exército que pertencera ao seu marido e tomou a decisão de disparar um tiro no coração, já que estava destroçada pela dor da sua perda.
Não querendo falhar o tiro num órgão vital e tornar-se num vegetal e num fardo para os seus familiares, telefonou ao seu médico de família para lhe perguntar onde ficava exactamente o seu coração.
O médico respondeu-lhe:
- "Dona Amparo, que pergunta?!... O seu coração está exactamente debaixo do seu seio esquerdo" .
...e foi assim que a querida tia Amparo deu cabo do joelho!!!
Este fim de semana prolongado, retirado em Lagos, deu-me oportunidade de avançar muito na leitura do último livro da Ester Mucznic.
Além de ser uma dar colunistas (do Público) que raras vezes perco e que leio quase sempre com gosto, deve ter sido (ela e a Filomena Mónica...) uma verdadeira brasa, na sua juventude. O que nunca é despiciendo e por isso aqui refiro.
Neste livro, Ester Mucznic traça a rota de uma senhora judia, nascida numa família de cristãos novos (eram judeus expulsos de Espanha pelos reis católicos e convertidos à força por obra e graça do Senhor D. Manuel I) desde a sua Lisboa natal até Istanbul onde, naquele reino muçulmano, pôde finalmente assumir-se como judia e praticar a sua religião.
Mas não foram apenas os reinos peninsulares que perseguiram os judeus: a rota da Senhora foi marcada por sucessivas perseguições e expulsões de Antuérpia, Veneza e Ferrara, sempre com a inquisição à perna em conluio com os monarcas, que cobiçavam a sua imensa fortuna e ambicionavam o seu confisco.
O livro é muito instrutivo em particular para quem pensa que o Hitler foi um caso isolado e atípico na convivência entre cristãos e judeus. Pode ter sido o mais violento e drástico (os meios de que dispunha eram outros...) mas o papel da Igreja na perseguição aos judeus foi muito mais antiga, duradoura, persistente e encarniçada do que a do sombrio cabo austríaco. A matança de Lisboa, atiçada pela padralhada, é disso um exemplo eloquente.
Sintomático foi o acolhimento e apoio dado pelo Império Otomano a judeus e cristãos novos, o que foi praticamente norma nas relações entre judeus e muçulmanos durante séculos até a questão palestina fazer azedar essas relações.
Leiam que vale a pena.
A propósito da inauguração da extravagante torre/moradia de 27 andares, um misto de duplexes, triplexes e, aparentemente, quadriplexes (pelo que se percebe das fotos que a Publica traz hoje...), que terá custado mil milhões de dólares e terá demorado sete anos a construir, o articulista, um tal Mark Magnier, discorre sobre os bilionários pouco dados a solidariedade e filantropias, antes mais virados para a ostentação do que têm.
Aqui está um tema que vende, bem condimentado com as diferenças abissais entre ricos e pobres, e inimagináveis entre muito ricos e muito pobres.
Isto, claro, a propósito da torre/moradia ter sido implantada no meio de (ou com vista para) um bairro da lata de Mumbai (o novo nome de Bombaim).
O articulista esquece-se, não sabe, ou a "ideologia" não o deixa ver que as décadas de iniciativa estatal pouco ou nada trouxeram de bom para os pobres da Índia, para além de lhes dar o gozo duvidoso de não terem tido por muitos, muitos anos de se confrontarem com os exibicionismos dos bilionários.
Bilionários que no tempo da Sra Indira Ghandi, do seu paizinho e do seu filho, tudo primeiros ministros, se contariam pelos dedos de uma mão.
Esse gozo só pode mesmo ser mazoquista: desde que a Índia enveredou por uma certa liberalização da economia (os esquerdalhos ladrarão já: pois, é o neo liberalismo!!!) que esta entrou num ritmo de crescimento acentuado à la BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) de que resultou o aparecimento até agora de, segundo a Pública, 69 bilionários e 42.800 milionários, quantidade actual desses espécimes.
Isto é um ultrage para o povo trabalhador!, ladrarão em uníssono orquestrado o sindicalista e o comuna, sedentos de acabar com os ricos. E dirão, pensativamente, um para o outro: "se eu mandasse, camarada, ia já tudo para a Sibéria..."
Mas, afinal, qual o significado da existência de tantos e cada vez mais ricaços na Índia? Para os esquerdalhos, maiores diferenças entre ricos e pobres, mais exploração, o agudizar das contradições de classe e por esse caminho fora.
Para os pobres, significa mais oportunidades de trabalho com todas as consequências habituais: mais emprego (precário, claro!), menos fome, mais hipóteses de os filhos estudarem, melhor saúde, mais esperança no futuro.
Naturalmente que o pobre gostaria de ter um Ferrari como o patrão (também eu, carago!), de ter pelo menos uma das mansões dele e de ter as amantes boazonas como as do patrão. Já não falo dos barcos e helicópteros...
Mas isto representa um salutar elevar de expectativas em relação ao que ele, o pobre, aspirava antes do bilionário montar a fábrica que lhe dá trabalho, onde o explora horrorosamente com mais umas centenas de antigos camponeses transformados em desempregados e biscateiros esfomeados na grande cidade.
É que antes disso, ele apenas aspirava a ter que comer nesse dia, que no dia seguinte (se houvesse dia seguinte) logo se veria...
E pronto! A moral desta estória é simplemente o que o meu saudoso amigo Eduardo Santos (recorde-o aqui) dizia:
Acabar com os ricos? Que disparate, devemos é acabar com os pobres!
Leia mais clicando aqui e mais aqui e veja um filmezinho, clicando aqui, sobre o estado a que o Estado deixou chegar o património que roubou durante a jacobina 1ª República, de tristíssima memória.
Esse mesmo Estado quer agora vender a igreja ao Patriarcado por umas centenas de milhares de Euros.
A que propósito deveria o Patriarcado pagar para lhe ser devolvido um bem roubado?!
Só mesmo na cabeça anticlerical de um republicano assanhado.
Ou talvez não: a verdade é que no tempo do Salazar/Cerejeira, a coisa também não se resolveu...
Há menos de um mês, quando acabei as férias, deixei a goiabeira com muitas goiabas verdes, pequeninas, algumas secas, escuras e a árvore com parte das folhas amarelecidas e secas.
Hoje encontrei-as verdejante e saudável, carregada de goiabas maduras e com imensas caídas no chão.
Um espectáculo!
Apanhámos uns quilitos, deitámos fora outro tanto (as que estavam caídas, já "tocadas" ou francamente apodrecidas) e vão ficar na árvore mais uns tantos que espero que a família colha e aproveite.
Veja aqui .
No chão, estava o que parecia uma minhoca grande, morta e seca.
Apanhei-a e olhando-a de perto viu-se logo que era uma cobra (cerca de 10 cm); a pele escamosa e o esqueleto que se via por um rasgão na pele não deixavam dúvidas de que era um vertebrado.
Cobras no quintal - temos que andar de botas de borracha ou coisa que o valha.
Tal tá a moenga, compadre, tal tá a moenga!!!
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