Duvido muito que os Founding Fathers ficassem orgulhosos com o resultado produzido pelo sistema que montaram para os States. Afinal eram esclavagistas e a chacina de milhões de índios não iria tirar o sono aos seus sucessores...
Mas a verdade é que o edifício que os Founding Fathers foundaram, tem permitido a gerações e gerações de famélicos da terra viver o sonho americano e, à força de muita luta, muita persitência, muito desengano, chegar onde provavelmente nunca chegariam noutro país.
Como muito bem lembrou o antigo Secretário de Estado e antigo Chefe do Estado Maior Conjunto Colin Powell, republicano, ao manifestar o seu apoio a Obama, este está sobre os ombros de muitos outros e, se os americanos descendem de emigrantes, aqueles de quem eles descendem chegaram acorrentados.
Não tenho nenhum motivo para pensar que Obama venha a dar um grande Presidente, nem o oposto. Mas deve ser dito que a chegada de um "negro" à presidência está longe de constituir um acaso; vem, isso sim, na sequência lógica da emancipação dos negros americanos que, ainda há bem poucas décadas (nos anos 60 do século passado) viviam, nalguns estados, em verdadeiro apartheid e nos restantes confinados a ghetos donde têm ascendido na escala social, política e militar.
Deixou de ser raro vermos "negros" como Mayors de grandes cidades, governadores, senadores, advogados em processos multimilionários, generais, membros do Supremo, membros do Governo (Secretários de Estado dos dois últimos Presidentes, um democrata outro republicano). A chegada ao topo foi o culminar desta ascenção, impossível em muitos países tidos como menos "racistas" que os States.
Por isso, mais do que Obama e os seus intelectualoides da costa leste (e da Europa...) está de parabéns a grande nação Americana.
5 comments:
Pela sua escrita, o homem não teve mérito: subiu cavalgando a onda da emancipação dos afro-americanos.
Não será não querer ver o óbvio?
João Só
Não!
Simplesmente prefiro, acho muito mais importante, destacar a longa, lenta e penosa luta dos pretos americanos para passarem de escravos a cidadãos de terceira, daí a uns criados porreiros desde que ficassem "no seu lugar", até aos dois Secretários de Estado de seguida e a um Presidente da União.
Os méritos de Obama não terão, certamente, uma escala superior à do Clintoris, ao do Nixon (sim, sim: tire-lhe Watergate e fica um grande Presidente), do Kenedy ou de qualquer dos "Bushes". Mas sendo preto (enfim, mulato) é muito importante perceber que ele nunca chegaria onde chegou sem se apoiar nos ombros da Parks, do Luther King, do Muhamed Ali e de tantos milhões anónimos que, no dia a dia, foram conseguindo conquistar o seu espaço de igualdade aos "senhores".
Não será isto o óbvio?!
Mais uma tentativa para aparecer em hipercoisa:
Obama o que lindo Obama
Alleluiah!!!
À terceira foi de vez, carago!
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