Tuesday, June 19, 2007

Brandos costumes

Desgraçadamente, os brandos costumes nesta nossa santa terrinha são tudo menos um mito.

Aqui pode matar-se o vizinho (ou a filha dos vizinhos) que, se em 15 anos não nos apanharem, já não nos apanham mais. Pois é, os crimes de morte prescrevem ao fim de 15 anos!

Nos States a coisa fia mais fino: há poucos dias, um refinadíssimo racista e assassino foi condenado a prisão perpétua por um crime cometido há 43 anos. O senhor, agora com 71 anos e ar estudadamente acabado, foi nos seus tempos de juventude um dragão imperial (ou coisa que o valha) no Ku Klux Klan. No exercício das suas altas funções aviou dois pretos que se aventuraram em terras do sul, dominadas pelo white trash de então. Foi uma limpeza: atados a um poste, meio mortos de porrada, foram atirados ao Mississipi para acabarem de morrer.

Claro que o white trash se considerava uma elite, o que não deixa de ser familiar, quando pensamos nas actuais cavalgaduras cá do rectângulo que a si mesmo se consideram elites.

Mas adiante: a presente condenação, para além de tardia, só pecou por leve. Parece óbvio que, com os instrumentos penais de que os tribunais americanos dispõem, o que faria sentido seria condená-lo à morte, com execução rápida, se não, o tipo ainda se fina por si e lá fica impune, sem remédio...

Afinal, o senhor já andou à solta 43 anos, a gozar o pagode anos e anos a fio.

Já chega, não?!

5 comments:

Fátima Santos said...

mas e não é que me há-de sempre espantar como somos mãos leves para CRIMES e tão penalizantes para "coisitas"...ripadas semelhantes para roubo de alfinetes (ou oiros que sejam) e tramar a vida dum gajo com injúrias (que se aguente um gajo à bronca com o cabrão à solta!!) ou de uma criança (porra! que essas parece-me que sendo contra a instituida pena de morte, não sei não, se não lhes punha eu garrote e tudo!)Atão posso lá entender que um gajo tenha pena semelhante (e se maior, talvez!) por trapalhar uns papéis e meter ao bolso o que era de outro, e matar, torturar, assim por dá cá aquela palha (doentes?! pois, eu sei! mas então doentes somos todos, caramba!!uns mais do que outros e daí haver a chamada justiça para os equilíbrios devidos.)
Pronto! já disse o que me vai na alma, mas acrescento. não percebo porque não mostram, na TV, a cra dos meliantes TODOS! apenas alguns garotos de baixa condição! e os outros ficam protegidos em gaiola doirada?!
ai que eu devia começar a escrever postes sobre reais matérias em vez de encher-te a caixa dos comentes!
abraços

Fátima Santos said...

cara

Fátima Santos said...

e aqui vou fazendo colecção: Antena 2, programa no ar pelas oito e cinquenta, repetido (o que faz pensar que liam) pelos dois locutores acerca da falta dos mesmos em hospitais, DESFIBRILHADORES, o LH bem pronunciado por três vezes para que aqui a je não tivesse dúvidas de que eles as não tinham

Marques Correia said...

Há uns tempos, uma colega da Assembleia de Freguesia que trabalha no ramo de equipamento hospitalar explicava que se devia dizer desfibriLHador. Ela é muito assertiva (é do PC...) de modo que eu não me fiquei e fui aos dicionários cá de casa e a uma enciclopédia (do Público, baratinha)e a informação que recolhi foi unânime:
FibriLar ocorre quando um músculo deixa de funcionar como um todo e as suas fibriLas se contraem e expandem individualmente.
Até aqui, tudo bem.
Só que, mais à frente, todos esses alfarrábios mostram a palavra fibriLHa como sinónimo de fibriLa.
Assim sendo, mesmo que o dicionário não mostre fibriLHar, o verbo parece-me tão legítimo como fibriLar, uma vez que fibriLHa existe e é sinónimo de fibriLa.
Além do mais, nenhum desses cartapácios refere desfibriLHador nem desfibriLador, porque, mesmo em 20 volumes, a enciclopédia não comporta todas as palavras compostas. Longe disso!
E no entanto a palavra desfibriLador existe e (digo eu) a desfibriLHador também e com igual legitimidade.
Disse!

Fátima Santos said...

o que faria eu sem ti...e os alafarrábios que não consulto!