O Paulo Varela bem me lixou: atão não é que o gajo me saíu um daqueles rapazinhos que acham que tudo, em particular os sítios "antigos" por onde passaram, devem ficar as is para todo o sempre, para seu gozo pessoal, preservados de pessoas e do inevitável betão?!
Os locais de descanso espiritual, tranquilos, silenciosos e pacatos, com boas praias, deveriam ficar para todo o sempre inexplorados e desertos, prontos para acolher os iluminados, e só eles, que desses locais tivessem conhecimento privilegiado.
Tal como os meninos de olhos redondos de felicidade e pasmo que os papás levam a ver o vale do Sabor (o último vale selvagem de Portugal...) o bom do Paulo Varela dá-nos uma imagem do seu filho André, de lágrimas nos olhos (?!), ante uma praia que ele conheceu deserta e linda, agora horrível com montes de restaurantes, prédios e (horror dos horrores!) pessoas. Pior que pessoas, turistas!
Ó Paulo, com esta é que me lixaste, pá!!!
2 comments:
boa! desta gostei! comecei o dia rir de gosto! grande Varela te agradeço! deve ser semelhante a ver Nova Lisboa esventrada pela guerra. Não?!!!!!! o que não entendo é porque se há-de deitar abaixo para cosntruir no lugar barbáries e depois fazer feiras aldeamentos a recordar o que se destruiu pelo horrível
os velhos edifícios ( e há múltiplos e bons exemplos) podem manter-se e ser reciclados
tb eu fico com o coração apertado perante o novíssimo (por sinal até bonitão) edifício que está no local da PIDE - pq? seria de mau gosto deixar aquele edifício como museu? era de mau tom, chocante para o turista? para as boas consciências...
em Lisboa, assisti, lembro-me muito bem, de deitarem abaixo edifícios belíssimos que havia na zona de Saldanha a Entrecampos para lá colocarem aqueles monos!
olha Madrid
olha Barcelona
olha um montão de cidadezinhas em França
olha se lhes desse em Paris
se lhes der um dia em Évora
ou aqui em Lagos...ele dá-lhes que fizeram uma CML ...não me alongo
e tens um belíssimo novel empreendimento na paraelala à Miguel Bombarda - coisa de valorizar o turismo na cidade...
menino, esse VARELA sabe
(IN)FELIZMENTE o espírito construtor civil/trolha (não) domina este mundo
Como de costume, estás a atirar ao lado...
Derrubar edifícios belos para construir monos parece-me má ideia, se bem que, se o mono cumpre as regras estabelecidas para aprovar construções e o novo edifício dá mais lucro ao dono do terreno, não vejo que legitimidade temos nós outros para exigir que tudo fique como nos agrada na propriedade alheia.
Por outro lado, a questão básica é o acesso (direito ao) de todos nós às amenidades naturais (praias, campo, rios, etc) e não apenas a um bando de iluminados que querem acampar no deserto junto à praia sem ter incómodos turistas a fazer-lhes sombra e barulho (e comichão nas delicadas consciências).
Só que para ter turistas (que deixam dinheiro aos habitantes do "deserto"...) é preciso alojá-los, criar pontos de diversão e interesse (onde eles deixam mais dinheiro...), vias de acesso às praias e outros "desertos" e estacionamento junto do deserto (não os - nos - obrigando a andar à pata 5km, como os iluminados prescrevem...).
Não mencionei no post um amigo meu que tem um monte alugado junto a uma praia alentejana, com uma renda de décadas, de cerca de vinte contos mensais. Ele é, naturalmente, um opositor ferrenho do turismo...
Também, não mencionei a tua revolta e indignação por ter sido desmontada uma pedra (ou seria a casa da chinesa?) do Porto de Mós, por ser um marco da tua infância de que (parece) terias o direito de não querer abrir mão...
Só coisas que me causam grandes aflições e perplexidades...
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