A CGTP & Cia mobilizaram uma data de malta para se manifestar contra o Governo: contra a carestia de vida (pão, brioches, etc) e mais um ror de malandrices que o Sócrates, à revelia da esquerda (?) tem andado a fazer.
E está muita malta (o velho Soares, por exemplo) muito preocupada porque 200.000 gajos é muito gajo, a população deve estar muito descontente com a vidinha. E se calhar está...
O que foi giro é que uma boa parte dos entrevistados, entre os 200.000, era malta de fora de Lisboa, do Alentejo, por exemplo (agarrados pelo sotaque e pela prosápia - com um microfone à frente e com tempo, até poesia nos atiram!), que foram comboiados pela máquina da CGTP/PC para fazerem número na capital, às portas do Sócrates.
Por acaso, até foi num sítio muito mais visível que a porta do Sócrates: o Marquês, a avenida da Liberdade, a baixa.
Já o Salazar fazia a mesma fita, quando queria ter uma manifestação de apoio ou desagravo para mostrar ao pagode e ao inglês. A CGTP aprendeu a cartilha (ou não fossem espinhos do mesma roseira), até porque o Kamarada Secretário Geral, o Dr Manel Carvalho da Silva, deu em erudito, tirou uma licenciatura e um mestrado (pré Bolonha) e até um doutoramento já abichou.
Ora 200.000 gajos é muito gajo, principalmemte quando vistos de perto. Se olharmos de longe (não é de Cacilhas, é da fronteira de Espanha ou de mais longe ainda) os 200.000 são um ponto na paisagem, menos de 2% da população portuguesa, ou seja, um em cada 50 portugueses veio a Lisboa manifestar-se (ok, ok, ou saíu de casa, em Lisboa...) .
Então e os outros 98%, os outros 49 em 50?
Apoiam o Sócrates? Se calhar, nem todos.
Apoiam a CGTP mas não apanharam boleia para vir a Lisboa? Quem souber que o diga, que eu não sei...
Idem, mas acharam que não valia a pena manifestarem-ne nas berças onde vivem? Tampouco sei...
De qualquer modo, os 200.000 arrolados e comboiados, não deixam de ser apenas 1 em cada 50 portugueses.
Os mais velhinhos lembrar-se-ão de que nas eleições de 1975 o PCP, que dominava a rua, os jornais, os sindicatos, o Governo (até ao 5º Governo Provisório), a tropa, etc, etc, se ficou por uns miseráveis 12 ou 14%, isto ao correr da memória.
Ou seja: 200.000 na rua podem ser pouco mais de 200.000 nas urnas.
Ora nas urnas, 200.000 é pouco, meu, muito pouco!