Sunday, April 29, 2007

... é verdade, o 25 de Abril!

E então não é que me esqueci do 25 de Abril?!

Nesse belo feriado fui dar uma volta pelo recém inaugurado túnel do Marquês (à noite, nas calmas, passada toda aquela confusão que vi pela televisão), não me apercebi de nenhuma inclinação que me incomodasse e, note-se, percorri o túnel de Monsanto para Lisboa. O limite de 40 km/h até me pareceu ridículo, se bem que os especialistas em tráfego e túneis, ETT, Zé Sá Fernandes e João dos Automobilizados o achem excessivo: segundo eles, 30 km/h deveria ser o limite, e vá lá, vá lá!!!.

Ainda vi, de relance, o Cabaco (carago!) a discursar sobre a busca de novas formas de celebrar Abril e um rapaz do meu clube (guess which), na AR, a avisar a malta contra os perigos da falta de liberdade de imprensa (parece que os coronéis do lápis azul estão a postos; será isso?).

Felizmente, para a malta nova (o futuro da Nação...) esta data não difere muito das muitas que encontram nas placas toponímicas, o 5 de Outubro, o 1º de Dezembro, o 28 de Maio, que se misturam e confundem com o 4 de Infantaria, o Artilharia 1 (ou será 16?), enfim uma trabalheira compreender essa treta toda.

Digo "felizmente" porque, para eles, para a malta nova, a "democracia" e a "liberdade" são realidades tão naturais como o sol e a como a sucessão dos dias e das noites, que existem desde sempre (o sempre é, como tudo, relativo).

E assim, daqui a não muitos anos, o 25 de Abril será comemorado por um grupo de malta com os pés para a cova (quem já foi espreitar as comemorações do 5 de Outubro, ali junto ao Técnico, sabe do que falo) ante a indiferença do resto da população para quem o Salazar foi um estadista do século XX, com museu em Santa Comba Dão, do qual se diz que nem era tão bera como o Marquês de Pombal.

Nesses tempos, imagina-se um gajo culto, com um curso de Estudos Olisiponenses e tudo, a explicar a um amigo que o tal Pombal é o tipo do leão, que se chama assim por ter uma estátua por cima do túnel do Marquês, que foi o gajo que mandou construir o dito túnel.

Do Zé Sá Fernandes e do seu medo das inclinações ninguém se lembrará, claro!

Sunday, April 22, 2007

O herói de Virginia Tech

O massacre perpetrado pelo estudante na Virginia Tech merece-me três pequenas notas, melhor, duas pequenas e uma grande nota:

  1. quantos mais massacres terão que ocorrer até que os States instituam um controlo apertado sobre a venda e posse de armas de fogo? Ainda me lembro do Charlton Heston, decrépito e julgando-se a representar o papel de um cow boy do século XIX, a perorar sobre o direito de posse de arma de fogo, que os americanos têm e devem continuar a ter, para se defenderem. Imagino que a polícia é um complemento (dispensável?) desse esquema individual de defesa...
  2. o rapazinho, coitadinho, tímidinho, solitariozinho, doentinho, etc, etc, mata 32 pessoas e dita para a câmara que quem teve a culpa foram ... os outros! Nem a responsabilidade do que fez ele assume, o grandecíssimo ... doentinho!
  3. quando o assassino apareceu à porta de uma sala de aulas, o professor, de 75 anos, sobrevivente do holocausto, fez-lhe frente, acabou por ser morto, mas o seu sacrifício permitiu a grande parte dos alunos saltarem pelas janelas e salvarem as vidas. Isto, sim, é um HERÓI!

Os ideias rapadas, skins piolhosos

O cavalheiro da esquerda (sem ofensa...) esteve envolvido no assassinato do caboverdiano Alcino, ocorrido há anos no Bairro Alto. Apanhou quatro anos de pildra e continua a destilar o mesmo ódio boçal contra os não brancos que o levou ao raid para "caçar pretos" com um bando de "valentes" da sua igualha, durante o qual sovaram até à morte o sobredito Alcino.

O título deste post remete para a saudosa Filosofia de Ponta, dos bons tempos do Independente, e para o que os nazis chamavam aos judeus. Pretende ser um duplo (e merecido) insulto ao bando de idiotas que militam nos grupos de extrema direita racista, caceteira e xenófoba.

Saturday, April 21, 2007

CHHHHHHH... não se pode negar o holocausto

Era fatal como o destino: em vez de se acabar com a lei idiota que criminaliza a negação do holocausto em países mais afectados pelas memórias da segunda guerra mundial, a mancha está a alastrar.

A UE, onde se concentram o pior que os países europeus têm quer na burocracia, quer no politicamente correcto, decidiu que os seus membros devem criminalizar a negação do holocausto.

Por enquanto, parece que não é crime negar que D. Afonso Henriques tenha batida na mãe; por enquanto também se pode negar a existência de Deus e da nossa senhora de Fátima.

Mas a verdade é que, por este andar, tenho que me por a pau e deixar de lembrar a história passada a 13 de Maio de 1917, na Cova da Iria, em que a catraia Lúcia de Jesus, filha do Abóbora, contou que viu uma boneca em cima duma carrasqueira, do tamanho da Virgínia, a falar com uma voz muito fininha e sem mexer os beiços.

Esta lei é uma anedota e atenta directamente contra os fundamentos da liberdade de pensamento e de opinião e da sua consequente expressão.

É que um dos aspectos basilares da liberdade é precisamente a possibilidade de cada um dizer (e pensar) as maiores asneiras sem ter à perna um fiscal do combate ao vício e da promoção da virtude. E, por este andar, vamos ter mesmo, ai vamos, vamos!

Leiam o que o Pacheco Pereira escreve no Expresso de hoje, sobre este assunto, - ele tem muito mais pachorra que eu para explicar estas coisas a quem não quer perceber...

. . . . . .

Aqui vai uma prova de que o holocausto existiu mesmo; sobre isso o autor deste blog não tem dúvidas, mas reconhece aos outros o direito de pensarem de forma diferente, mesmo que seja só para chatear. E, convenhamos, os judeus andarem a viver à custa do que aconteceu aos seus pais há 60 anos é, no mínimo, grotesco!

...e depois falam dos iranianos!

A senhora de que a foto mostra o nariz não pode vir a Portugal a uma congresso sobre direitos humanos por falta de visto. Sendo iraniana, fica-se logo a pensar que é o regime dos mullahs que não a deixa sair do país, certo?

Errado! A senhora está a trabalhar nos States, tem um visto simples que não lhe garante a re-entrada, caso saia de lá. E como (segundo o Público, por "razões burocráticas e políticas") o mini estado que controla a imigração lhe recusou um visto para entradas e saídas múltiplas, a boa da Shirin acha mais prudente não sair dos States.

E isto tendo recebido o Nobel da Paz em 2003 - será que aqueles gordos burocratas e imaginam como potencial bombista suicida?

Para um país que se proclama o paraíso das liberdades, não está nada mal...

O monopólio das farmácias vai acabar, aleluia!!!!

Parece que é desta: a lei que garantia aos farmacéuticos mais precisamente aos licenciados em farmácia o monopólio da posse das farmácias, vai, finalmente, ser revogada.

Já pensaram que "lindo" que seria se uma empresa de construção só pudesse ser propriedade de um licenciado em engenharia civil ou arquitectura? E se uma petroquímica só pudesse ser de um licenciado em engenharia químico-industrial? etc, etc, etc?! Já pensaram?!

Pois é isso mesmo que se passa com as farmácias, como se a responsabilidade pelo cumprimento das normas da indústria dependessem das aptidões do "dono" e não de a empresa ter uma estrutura organizada, certificada, etc, etc, e não de nessa estrutura certos postos chave tivessem que ser assumidos por pessoas com determinadas qualificações.

E ainda há Carneiras que defendem o statu quo com a linguagem convicta com que o fez a tontinha que a imagem mostra.

Deus a benza e proteja, como (consta que) protege os pobres de espírito a quem tornou herdeiros do reino dos céus!

Saturday, April 14, 2007

As ideias que não se apagam

Afinal, a CML, sempre pressurosa, lá retirou ou mandou retirar o cartaz dos Gatos que fazia contraponto ao dos skins reciclados.

Depois de verem o seu cartaz todo borrado pelos democratas-de-uma-banda-só, os skins substituiram-no por um outro, novinho em folha, com o mesmo lay out mas com dizeres diferentes. Reivindicam agora o direito a terem opinião diferente da main stream (sê-lo-á, mesmo main, essa stream?) sobre a posição face aos emigrantes. Dizem eles que "as ideias não se apagam, discutem-se" - explica lá isso ao BE e ao PC, ó meu!

Cá para mim, têm toda a razão, com este segundo cartaz: não percebo porque carga de água a posição a favor da maior abertura aos emigrantes deve ter mais liberdade de expressão que a posição contrária à entrada de mais emigrantes. A segunda posição até pode ser idiota, até pode ser contrária aos interesses da sociedade, da economia, etc, mas por que carga de água é que deve ser censurada? A resposta óbvia é porque sim!

Com a proibição de fumar, de dizer verdades inconvenientes (vide STJ aí mais abaixo), de registar a raça de um tipo (mais tarde ou mais cedo, o género também), de gravar imagens de pessoas em público, na via pública, estamos a chegar muito perto do dia em que alguém irá ao Irão fazer um estágio nas Brigadas de Combate ao Vício e Promoção da Virtude.

Já lá estou a imaginar o palerma do Louçã...

Thursday, April 12, 2007

Com a verdade me ofendo (ACTUALIZAÇÃO)

Será que toda a gente se apercebeu dum acontecimento perfeitamente tarado que aconteceu na semana passada? Então, vá:

Resumidamente, um tipo qualquer (duma Câmara, dum clube de futebol, who cares?!) queixou-se de um jornal porque o dito publicou que o senhor tinha uma dívida grande ao Fisco.

Como tinha mesmo, o tribunal absolveu o jornal.

O senhor escalou a coisa e a Relação confirmou a sentença.

Não satisfeito, o tal senhor insistiu e recorreu para o Supremo.

Os Supremos Juízes deram-lhe razão. Porquê?

Porque, não obstante o dito senhor dever mesmo uma pipa de massa ao Fisco, os Super Juízes consideraram que a notícia não tinha relevância social, pelo que não tinha nada que ser publicada, até porque lesou a imagem do dito senhor.

E esta, hã, perguntaria o defunto Pessa!!!!

A imprensa não pode noticiar nada que seja verdade, sem que os senhores Super Juízes o autorizem, pois passa a fazer jurisprudência a ideia de que com a verdade me ofendes.

Puta de terra esta!

......

Espero, claro, que um qualquer Tribunal Europeu reponha a coisa nos eixos, até porque os senhores Super Juízes, se calhar, estavam com um grãozinho na asa (a votação terá sido a seguir ao almoço) e não sabiam o que faziam...

AFINAL:

Como muitas vezes se passa, não podemos confiar no que noticia a nossa comunicação dita social. Cingindo-me apenas ao Público, um dos intervenientes na querela (a outra é o Sporting), deparei hoje com a notícia que transcrevo na íntegra que poderia titular como

"Afinal a bebedeira do Supremo não terá sido tanta assim e a razão do Público também não"

Aí vai:

Saturday, April 07, 2007

Gandas Gatos!!!

Os Gatos Fedorentos merecem felicitações pelo modo engraçado e eficaz como reagiram ao cartaz do PNR.

Nada como ridicularizar os skins e os seus descendentes mais quadrados, em vez de lhes dar importância como o pateta do Louçã de Loyola, cada vez mais assumidamente uma espécie de inquisitor mór do reyno.

O PNR tem todo o direito de não querer cá mais emigrantes desde que o faça como manda a sapatilha: sem incitar ao ódio, ao racismo, etc. E não incitaram, por muito que o dito Louçã gostasse que o tivessem feito e disso os tenha acusado...

.....

Ridícula é a posição anunciada pela CML: vai mandar remover o cartaz dos Gatos (e multá-los) porque só os partidos políticos têm o direito de conspurcar o Marquês de Pombal com propaganda; os privados não têm esse direito, mesmo que se tratem de cartazes políticos!

Ainda a malta do NÃO (até quando?!)

O Público da passada 5ª feira trazia um artigo em que uma tal Isilda Pegado, uma sujeita perfeitamente desvairada que ficámos a conhecer aquando da última campanha do NÃO, tirava conclusões delirantes sobre os resultados do referendo.

Resumidamente, dizia a tia (é uma tia, claro!), que como o referendo não foi vinculativo e apenas 25% dos portugueses "quer o aborto livre" (enfim, é uma interpretação defensável), a AR não pode legislar no sentido indicado pelo resultado do mesmo. É que a tia não p'cebe bem isso de vinculativo ou lá que é, 'tá a ver?!

Isso mesmo: a tia acha que como o coiso não foi vinculativo, a AR fica de mãos atadas - tem que ir a novas legislativas em que a questão doaborto seja explicitamente discutida e votada para que a AR possa legislar no sentido que as eleições indicarem.

Claro que a tia não explica como será a sua atitude se o partido vencedor apoiar o SIM e tiver, digamos, 51% (maioria absoluta) tendo votado 51% dos eleitores, ou seja, se apenas 0,51 x 0,51 = 25% (mais coiso, menos coiso) dos eleitores tiverem votado no partido vencedor que apoiasse o SIM. Como ela refere ter sucedido agora, com o referendo.

A gaja é perfeitamente louca: dias antes tinha desenvolvido o mesmo "raciocínio" num seminário, mas foi mais longe, pois contava como pró NÃO todos os que não votaram SIM no referendo, e acrescentava-lhe mais cerca de 1,5 milhões de crianças por nascer que, segundo a tia, contavam pelo NÃO!!!!!

Assim tão desonesta, a tia vai p'ró Inferno, não achááááá´?!

É (também) malta desta que defende o NÃO e a quem o Público dá espaço.

Espaço, ou corda para se enrodilharem...