Esta noite o vento fez das suas!
Ao sair de casa dei com um estendal de polícia, bombeiros e moradores de volta de uma árvore tombada sobre dois carros, na Delfim Santos.
Um cedro debaixo do qual me sentei a ler, saboreando a sombra, o cheiro que só os cedros exalam e (quando houve pachorra) um refresco.
Pensando bem, beneficiei do "nosso" cedro bem menos vezes do que gostaria.
A persistência da sua folhagem, proporcionando ao vento milhares de pontos a que se agarrar, puxar e sacudir, custou-lhe este fim inglório.
Por outro lado, aquelas árvores irritantes (plátanos, talvez) que, na primavera e verão, enchem o ar de esporos voadores (enfim, planadores), fazendo meio mundo espirrar e fungar de alergia, continuavam impávidas e serenas, despidas de folhas, sem que o vento lhes possa fazer grande dano.
O cedro não fez grandes estragos, nem vidros partidos nem grandes mossas, mas os dois carros que lhe suportaram a queda devem ter ficado com bastantes riscos.
Subindo a rua e virando à direita, dei com mais uma árvore tombada, esta mais pequena mas mesmo assim não deve ter deixado muito feliz o dono do carro sobre o qual tombou.