Thursday, December 31, 2009

AMI 6 - OLHEM A MARAVILHA!

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A última vez que fui à Caparica, para marcar o hotel e o Reveillon (numa discoteca que já se chamou Swell Club e agora mudou de nome para um equívoco e ronrronante Renhau-nhau, pode?!) que hoje tive que cancelar porque a porra do pé esquerdo, não me deixa andar quanto mais dançar! Dizia eu que a última vez que fui à Caparica encontrei um carrinho muito bem conservado, do tempo da minha juventude.

Com muito menos sucesso que o 2 cavalos e que a Dyane 6, mas mesmo assim, com algum sucesso: o AMI 6 e 8.

Se alguém quiser adquirir o carrinho, aí fica o papelote afixado no vidro traseiro, com o número de telemóvel do stand: 919 686 578.

Se o comprarem, espero que o tratem com muito jeitinho que estas máquinas do tempo da outra senhora têm que ser tratadas muita calma, que isto não é propriamente um carro da era dos on board computer, airbags e companhia...

...e aqui fica um poeminha para machucar os corações: MC diz Bocage

...e aqui vai um pequenino sketch sobre uma experiência científica, Muito científica . É linda!!!

A GUERRA PERDIDA DA DROGA

Com o ano a findar e tendo acabado de cancelar a reserva para um hotel onde iria ficar dois dias, com o reveillon incluído (a porra do pé não fica bom a tempo...) apeteceu-me desenterrar textos já entradotes que mostram que a guerra contra o tráfico continua a ser uma guerra perdida.

E não tinha que ser assim...

A seguir segue um texto que enviei para o Público em 1994 sobre este assunto. Infelizmente, continua perfeitamente actual, 15 anos depois de ter sido escrito.

Desgraçadamente, não há nenhuma razão para pensar que 2010 seja diferente.

Merda de gente!!!!

Acabei de ler a coluna do Dr Miguel Sousa Tavares no Público de hoje, sob o título “Ousar lutar, ousar vencer”[1]. Li o artigo de ponta a ponta e escrevo para manifestar a minha concordância. De facto, a luta contra a droga está de antemão perdida já que uma das partes joga com todas as armas ao seu dispor, e a outra move-se dentro de um quadro legal e de princípios morais e éticos que lhe tolhem os movimentos e a condenam ao insucesso.

O posicionamento estratégico do Estado e das organizações envolvidas na luta contra a droga parece-me errado. Perseguir os traficantes e penalizar os consumidores está a dar tão pouco resultado como o que os Camones obtiveram durante a Lei Seca. Em ambos os casos o consumidor não se sente um criminoso (e a meu ver não é) e o traficante tem nos lucros principescos o incentivo bastante para continuar a traficar.

Por outro lado, o consumidor tornado toxicodependente ascende ràpidamente ao status de criminoso, entregando-se a pequenos roubos que lhe garantam o rendimento necessário para obter a dose diária. A Polícia vê-se obrigada a acorrer a este pequeno delito (pequeno de per si, mas grande em quantidade de casos) dispersando esforços que, supostamente, se deveriam concentrar na perseguição aos traficantes.

O que o Dr Miguel Sousa Tavares preconiza é o abandono desta estratégia perdedora e a implementação de uma outra que tem a, meu ver, dois pontos claramente fortes, a saber:

1. visa eliminar radicalmente o tráfico de droga, retirando-lhe os clientes; resolveria de uma penada a pequena delinquência associada ao consumo, e a superlotação das prisões dela decorrente;

2. trata os consumidores como doentes, e não como criminosos, proporcionando-lhes o tratamento adequado, em condições de higiene e segurança, a preços não especulativos.

Há, contudo, um ponto fraco e de ética duvidosa:

3. o facto de a droga ser vendida nos hospitais (ou noutra instituição estatal), podendo o utilizador levá-la para consumir alhures, de forma descontrolada. Possibilitaria a sua revenda a consumidores não assumidos, eventualmente a menores.

Uma das objecções que habitualmente se levanta a soluções deste tipo é que só funcionariam se globalmente implementadas a nível mundial (o que é, no mínimo, utópico), pois sem isso o país transformar-se-ia num hipermercado da droga (tipo Holanda com as drogas leves).

Parece-me, contudo, que esta fraqueza pode fàcilmente ser resolvida, desde que o consumo seja feito nos hospitais ou em Centros de Tratamento e Reabilitação [2] a criar para o efeito. O toxicodependente não teria qualquer intervenção na preparação do produto que lhe seria ministrado, e nada teria a pagar. Seria encorajado a permanecer no Centro enquanto estivesse sob o efeito da droga, sendo-lhe proporcionado um local adequado para o efeito.

O caso de menores deveria ser tratado de forma diferente, sendo obrigatòriamente sujeitos a tratamento de desintoxicação, acompanhamento psicoterapéutico e aconselhamento para reinserção social (a começar na família e na escola).

A despenalização do consumo seria acompanhada por um endurecimento (efectivo) da lei face ao tráfico e ao incentivo ao consumo por menores.

Os custos directos a suportar pelo Estado seriam consideráveis, mas talvez fossem compensados pela diminuição da despesa em policiamento e encarceramento resultante da eliminação do pequeno delito associado ao consumo. Por outro lado, a luta contra a SIDA ganharia novo ímpeto com a redução do contágio no grupo de risco dos toxicodependentes. É o grupo mais numeroso, hoje são cerca de 1/3 do total de casos registados, e é também o grupo menos sensível às campanhas de prevenção, excepção feita à da troca de seringas, um dos poucos sucessos registados neste campo.

As almas sensíveis e as mentes bem pensantes indignar-se-ão, certamente, com propostas deste tipo, denunciando-as por pretenderem transformar os hospitais em “casas de ópio” e o Estado em rei dos traficantes. Preferirão continuar a contribuir para o Projecto Vida, superiormente gerido pelo inimaginável Padre Vitor Feytor Pinto que considera que o problema da droga está sob controlo (não disse de que cartel...), ou a rasgar elogios às quintas-de-regeneração-temporária Patriarche onde os drogadinhos vão ganhar forças para nova etapa, ao sol, ar puro e trabalho manual.

Entretanto, os nosso filhos continuarão expostos a técnicas promocionais, engenhosas e atractivas, de quem tem muito para investir num negócio mais lucrativo que o jogo e que a prostituição juntos...

. . . . .

NOTAS:

[1] Isto era, se bem me lembro, o lema de uma das listas candidatas à Direcção da Associação do Técnico ou da RIA, lá para o ano de 1971 ou 72.

[2] Aqui fica uma sugestão para o nome.

Tuesday, December 29, 2009

COME LITTLE RABITT (I've got drugs for you...)

A rapaziada boazinha deste mundo andou a chatear os chineses para evitarem a execução do cidadão britânico Akmal Shaikh, apanhado com uma mala de droga. No fim da campanha, já havia "políticos" metidos na dita, o que não é de espantar: ser contra a pena de morte, na Europa boazinha, é uma posição que paga dividendos chorudos, pela certa.

Os chineses é que não brincam em serviço, condenaram o "inglês" à morte e ontem aplicaram a pena.

Como a contestação do flagrante era inviável, toca de fazer do "inglês" um doente mental, muito bem intencionado e bonzinho que não fazia ideia do que levava na mala que uns rapazes simpáticos lhe pediram para levar (perderam o avião à última da hora, que chatice!).

Com bipolaridade ou sem ela, esta estória não vos soa familiar?

O correio é sempre um gajo porreiro que só quer ajudar o próximo, e o que vai ganhar é para endireitar a vida, quando não para sustentar os filhos. Lindo!

Se servisse de desculpa, já imaginaram a quantidade de "bipolares" que circulariam por aí, com atestado médico a postos, engrossando o batalhão de portadores benévolos (mas não pro bono...).

A China talvez exagere um bocado (...), mas é melhor isso do que estar no extremo oposto (onde estamos nós outros) em que o tráfico é encarado como um crime menor, que até se pratica, nas calmas, nas prisões.

E quando mete "minorias étnicas" aí, então, os traficantes viram vítimas que urge apoiar! Lembram-se do supermercado da droga em Oleiros? Recorde aqui e acoli.

Vejam o vídeo com a canção da treta que o artista "bipolar" usava na sua digressão pela Polónia e depois pela Ásia... Come little Rabbit e outro com a indignação por tão inesperada falta de clemência dos chinocas: clique aqui.

Vejam também um pouco mais sobre isto .

Mas no fundo, no fundo, se queremos erradicar o tráfico de droga, nada, mesmo nada, como a Eficiência asiática...

URGÊNCIAS EM DEZEMBRO...

Clique na imagem para ampliar e ler melhor...
Não sei se por causa da gripe (não havia tanta gente a tossir como isso...) se por dramas diversos ( basta referir os coxos - como eu - que não eram poucos...) a urgência do hospital CUF Descobertas estava cheeeeiiiiiia!

Fui para lá perto das cinco da tarde, por um lado por pensar que a essa hora já não haveria muitos casos na bicha, por outro lado porque me convenci que o pé (a articulação do tornozelo, mais precisamente) só tinha tendência a piorar, a engrossar, o que vinha acontecendo desde manhã.

Bem, o facto é que gramei seis horas desde que entrei (a estimativa, quando me inscrevi era de 2,5 a 3 horas a ser atendido, no que nem falharam... faltava só o resto, desde ser atendido até a coisa acabar), ainda fui à farmácia aviar a receita e cheguei a casa a rasar a meia noite.

Podia ser pior...

Aí abaixo, um update, no dia seguinte, mostrando o trambolho dos dois lados.

Ganda porra!!!

Thursday, December 24, 2009

BOM NATAL, BOM NATAL, BOM NA-BOM NATAAAALLLL!

FELIZ NATAL

MERRY CHRISTMAS

são os votos sinceros deste escriba para todos os queridos leitorzinhos

O Zé Vilhena também mete a sua colherada na coisa, o grande malandro:

Wednesday, December 23, 2009

JARDINS SUSPENSOS DA EXPO

Já passeou pelos jardins suspensos da Expo?
Do lado norte da Av D. João II, a que passa entre o shopping Vasco da Gama e a estação do Oriente, os edifícios têm terraços abertos ao público, com áreeas ajardinadas restaurantes (por enquanto poucos), tudo isto ao nível das copas das árvores ou das luminárias da iluminação pública.
Entra-se junto ao Hotel Arts, no extremo nascente (oposto à gare do Oriente),
subindo duas escadaris, tendo por fundo um monumental painel de azulejos.
Passa-se por um restaurante (esplanada no verão)
com umas obras de arte a marcar o caminho
... mais umja esplanada, a Fresh Drink

o caminho passa por debaixo de três prédios com balanços de mais de seis metros, suspensos de uma viga triangulada de 3 metros de altura, no último andar. Projecto do prof Sérgio Cruz, meu professor, já não me lembro de quê (no 5º ano do Técnico).

Ao lado vê-se uma das placas de amarração dos suspensores que penduram a consola da tal viga no último andar,

Se tiver pachorra, um destes dias pespego aqui fotografias do prédio em construção, em que estes pormenores são visíveis.

pelo caminho há vários espaços ajardinados, com bancos para o passeante meditar na contingência da vida...
aqui uma vista da torre Vasco da Gama, já com o hotel em fase de acabamentos, atingidos que foram os vinte andares
... e chega-se ao fim do passeio público, um cul de sac sem saída (como todo o cul que se preza...) que indicia bem a falta de circulação e um certo abandono.

Sunday, December 20, 2009

5 ANOS DE ACTIVIDADE...

No passado dia 19 este blog completou 5 anos de actividade, umas vezes mais intensa, outras vezes com postagens mais intervaladas, mas sem faltar um único mês...

Sendo one man show e atendendo a que o autor trabalha que nem um cabinda para levar a bucha para casa, a coisa nem sempre tem sido fácil.

Mas o gozo que dá compensa o esforço que às vezes é preciso fazer para contrabalançar o "que se lixe, vou ficar-me pelo sofá & televisão...".

Mesmo sendo uma espécie de monólogo (os comments são muito poucos, mesmo com uma média de 20.000 visitas por ano) a coisa serve para deitar cá para fora algumas reflexões (poucas), algumas boutades (bastantes) e muita coisa dispersa sobre os mais diversos assuntos.

Huuummmmm, I say to myself:

Continua, pá!

Saturday, December 19, 2009

LUANDA NOS BLOGS DE BRASILEIROS

Como tenho dito mais que muitas vezes, a pujança da blogosfera em/de/sobre Angola é uma coisa que me impressiona. E, como velho colono saudosista (enfim, também sou isso, é verdade...) cusco bué o que se escreve sobre aquela terra, aquela malta, aquela cidade (Luanda, claro, o resto é paisagem).

Os brasileiros parecem ser dos que mais ficam tocados pela águinha do Bengo e, expatriados ou regressados ao Brasil, postam imenso sobre as suas impressões que Luanda e os luandenses lhes produzem. Ponham a Menina de Angola nos vossos favoritos e não se arrependerão! Um exemplo de post abaixo, com a devida vénia:

Estava eu na bicha da bomba, o que para quem vive em Luanda significa ficar no mínimo 30 minutos a espera.

Penteio o cabelo, passo batom, boto os pés pra cima, troco de rádio, canto, falo sozinha (sim eu falo sozinha, e atire a primeira pedra quem nunca fez isso) e me perco nos meus devaneios. Quando acontece uma cena inusitada.

Um dos inúmeros rapazes que ficam vendendo todo o tipo de quinquilharias nas bichas bate no vidro.

Olho sem nem ver o que ele vende e digo que não, mas ele insiste fazendo gestos para o carro de trás e mostra um papelzinho.

Abro uma frestinha do vidro e pego o papel imaginando que fosse mais uns daqueles pedidos de esmolas comuns em SP, mas que nunca vi em Luanda.

Segue abaixo a transcrição do bilhete:

Olá, obra prima..

Sou xxxxx, e candidato-me a teu motorista particular. Que tal? Meu contacto é: 00000000 Estou no carro que está a sua trás.

Beijão xxxxxxx

Já levei cantadas no trânsito em SP, mas pedido de emprego foi a primeira vez.

Ou será que foi uma cantada?

Sunday, December 13, 2009

O CASTELO DOS MCCANN

No dia em que se iniciou o seu julgamento por queixa dos Mc Cann, o inspector aposentado Gonçalo Amaral lançou um livro intitulado "A mordaça inglesa" no qual refere a perseguição de que está a ser vítima por parte do casal que tenta silenciá-lo e arruiná-lo.

De facto, o casal, tendo acumulado um pecúlio considerável (vários milhões) com toda a publicidade feita em torno do sumiço da pequena Maddie, gerido por uma fundação cujo objecto social é a descoberta da menina, tem nas mão meios muito poderosos que tem usado para obstruir a investigação de tudo o que não seja a hipótese de rapto.

O casal defende que com isso garante que a investigação não se dispersa, aumentando as probabilidades de descobrir o paradeiro de Madeleine.

Contudo, tendo em conta que em muitos casos destes são os pais os responsáveis pelo desaparecimento dos filhos (morte, porventura acidental, seguida de ocultação), o casal não se livra da suspeita de que estará a usar para sua protecção o dinheiro doado para a busca da filha.

Qualquer que seja o objectivo do casal, o facto é que os Mc Cann têm feito tudo o que está ao seu alcance para impedir que a polícia investigue a hipótese da morte seguida de ocultação do corpo da criança.

Com todo o dinheiro acumulado, doado por pessoas bem intencionadas, e privando o antigo inspector de meios de subsistência, impedindo-o de investigar e impedindo-o sequer de falar do processo, os Mc Cann, com a ajuda amiga dos "nossos" Tribunais, continuam garantidos de que a hipótese da sua responsabilidade no sumiço da filha não será investigada.

Para nossa desgraça e vergonha, as autoridades portuguesas (Polícia Judiciária e agora os Tribunais) têm-lhes aparado o jogo.

E nestes casos, o tempo corre sempre a favor do criminoso...

BRANDAO FERREIRA - A NOSSA PÁTRIA E A DOS OUTROS

Quando soube que o Brandão Ferreira (cromo ao lado, tenente coronel reformado, comandante de linha aérea, historiador, whatever) ia lançar um livro, fiquei na expectativa do que iria sair dali. Conhecendo-o desde há muito das páginas do Combatente, órgão da Liga dos Combatentes, em artigos que se pautavam sempre pela defesa dos militares, putativos depositários de todas as vitudes, em particular do patriotismo, contra os civis, horrorosos detentores de todos os vícios, vende pátrias por vocação e interesse (por três vinténs - ou menos!) e inimigos acérrimos da instituição militar que não compreendem nem respeitam, fiquei cheio de curiosidade.

Como de costume, não consegui um espaçozinho na agenda para ir à apresentação do livro que o meu amigo João, que me tinha alertado para o evento, tinha informado ser sobre a Pátria. Comprei o livro dias depois do lançamento e uma leitura em diagonal larga confirmou ser o que eu esperava: uma defesa cerrada da Pátria do Minho a Timor, dos portuguesíssimos territórios a que tinhamos todo o direito (e cujas populações até não iam fora disso...) mas que os políticos esquerdalhos entregaram de mão beijada aos nosso inimigos sem ligarem à vontade das populações que, muito naturalmente adorariam continuar portuguesas, nem ao facto de a guerra estar a pender para o nosso lado.

Só uma prudênciazinha que se vai consolidando com a idade me levou a não postar de jacto e fazer mais uma leiturazinha do livro, pelo menos numa diagonal mais apertada que a inicial.

Agora, depois de uma leitura na tal diagonal mais apertada (não há saco para ler tanto disparate!) corrijo ligeiramente o que teria escrito há dois meses:

O livro é muito interessante nas partes em que faz o levantamento histórico de factos para ilustrar a evolução do conceito de justeza e legitimidade da guerra, no sentido lato e em seguida cingindo-se às nossas guerras.

É também muito interessante e bem documentado em tudo o que se prende com o levantamento de dados históricos, antigos e contemporâneos, sobre as descobertas, o direito dos estados europeus à posse dos territórios achados, a colonização, a nossa guerra e toda a envolvente geopolítica, diplomática, económica, social.

O homem espalha-se ao comprido - digo eu - quando interpreta os dados, ignora outros, despreza totalmente a mera possibilidade de os habitantes das colónias terem voz activa no seu destino, independentemente das bulas papais, dos tratados de Tordesilhas (e outros) e da Conferência de Berlim.

Mesmo para quem fez a tropa na metrópole era de esperar que 35 anos depois do 25 de Abril não escrevesse disparates como:

"... assisti (depois do 25 Abril) ao desmantelamento de umas magníficas Forças Armadas (...) que se batiam vitoriosamente em três teatros de operações (...) e sem generais ou almiramtes importados. Algo que já não acontecia desde Alcácer Quibir".

"... o que nunca tinha acontecido na História de Portugal foi a rendição incondicional, a meio de um conflito de baixa intensidade (que ainda por cima controlávamos e de que estávamos a sair vitoriosos)..."

"... a ideia de que (...) tinham feito uma guerra limpa, sem embargo dos inquisidores de serviço baterem a espaços na tecla de Wiriamu, à falta de outros exemplos..."

"...Portugal fez uma guerra justa e, além disso, tinha toda a razão do seu lado."

Fica-me a dúvida se o senhor tenente coronel, enquanto o conflito de baixa intensidade decorria, se limitava a ler a Época e mais tarde, na pesquisa que fez, excluíu todos os derrotistas a começar pelo general Spínola.

Como é que se pode ser tão BURRO?!

Saturday, December 12, 2009

A CULTURA P'ROS AMIGOS

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A Helena Matos é, para muita malta da kultura, uma horrorosa direitista incapaz de perceber que a Kultura tem uma lógica que não se compadece com as regras tradicionais de uma sociedade regida pela ditadura da economia, em que a aplicação de cada tostão deve ser ponderada pois, em geral e se não houver batota, se o aplicamos no garrafão já nos falta para o pão (quanto mais para o livro ou para o bilhete de teatro). Basta ver as críticas (por vezes simples referências quase marginais) da rapaziada kulta para vermos o quanto se pode desprezar quem não consegue compreender que a kultura é um investimento no Homem, de retorno absoluto, o qual, mesmo quando parece ter sido feito apenas para benefício da tribo ou de um velho soba decrépito e incapaz de arrotar umas tiradas ou rabiscar umas prosas, mesmo assim o investimento na kultura reverterá sempre (por processos misteriosos) para o bem das amplas massas, para a elevação espiritual do povo, para a perpetuação da individualidade da Nação!

A Helena Matos, a propósito da nomeação da Maria João Seixas para presidente da Cinemateca Nacional, como uma espécie de madrasta para suprir a orfandade dos cinéfilos portugueses, ainda não refeitos com a morte de Bénard da Costa (afinal, era mortal... como nós outros), a propósito disso, ela escreve o texto que acima transcrevo e que termina com um assassino:

...começa a ser tempo de se deixar de ver a cultura como uma espécie de região demarcada dos amigos de cada um.